O UMdicas esteve à conversa com a direção do grupo para saber mais sobre esta Tuna, sobre a sua origem, sobre o seu trajeto, sobre os seus projetos e sobre o seu futuro.
De que é feito este grupo e como se caracterizam?
A Tun'ao Minho é composta por elementos de diversos cursos e áreas de trabalho que se unem todas por uma só paixão: a música.
O nosso traje possui pormenores alusivos ao folclore minhoto, como o Lenço dos Namorados que algumas Lavradeiras transportam nos seus trajes, e a Capotilha, usada apenas pelas tunantes, e inspirada numa peça exclusiva dos trajes típicos da região de Braga com o mesmo nome.
Fundado em 2012, comemoram este ano, a 17 de novembro, 10 anos de vida. Como descrevem o vosso trajeto?
Após 10 anos de existência é impossível não recordar e agradecer a quem nos ajudou a alcançar aquilo que hoje somos, nomeadamente a ARCUM - Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho, a casa que nos deu a mão quando este projeto nasceu e nos acolhe todos os dias, mas também aos nossos padrinhos da Tuna Universitária do Minho, que nos ajudaram a entrar no mundo tunae e nos têm acompanhado ao longo destes anos.
Geração após geração, percebemos que temos tido um crescimento exponencial, desde a construção da nossa imagem diretamente ligada à tradição minhota, mas também com a criação do nosso tão querido Tunão - Festival de Tunas Femininas, que este ano avança para a sua 6ª edição. Este é um festival que não fica indiferente a quem por ele passa, tanto participantes como espectadores, e é para nós o ponto alto do ano, sendo que passamos meses a preparar e a desenvolver algo que queremos que seja sempre mais do que um simples festival de tunas, um verdadeiro encontro de gerações.
Em que se destaca e diferencia a Tun'ao Minho dos outros grupos culturais?
Todos os grupos culturais têm a sua particularidade, mas acreditamos que desde o nosso surgimento, o público reconhece a Tun’ao Minho pelo ambiente e espírito proporcionado por
onde quer que passamos. A nossa tuna torna-se uma casa para aquelas que escolhem nela entrar e sentimos que é esse o nosso maior fator de destaque.
Gostamos também de pensar que somos ousadas nos arranjos e melodias, não tendo medo de arriscar no reportório apresentado e na forma como interagimos com o nosso público.
Como caracterizam a vossa música e o que trouxeram e trazem de novo ao panorama musical e cultural da Universidade?
Um dos principais objetivos da Tun’ao Minho na sua criação era redescobrir a música popular portuguesa e apresentá-la com sonoridades novas e ousadas à população mais jovem.
E é sobre esta premissa que trabalhamos diariamente, apostando no arranjo ou na recriação de canções que marcam o panorama musical português em toda a sua história. Do nosso repertório, destacamos nomes como Zeca Afonso com o nosso medley "Estrela D'Alva" e Simone de Oliveira com "Sol de Inverno" e "Desfolhada".
No entanto, gostamos também de nos virar para outros estilos como o folclore, o samba e até sonoridades mais internacionais. Consideramos, portanto, que temos um repertório bastante versátil e facilmente nos adaptamos aos desafios que nos apresentam.
Por quantos elementos é constituído o grupo atualmente, e quem pode fazer parte dele?
Neste momento a tuna conta com 35 elementos ativos, sendo que no total somos cerca de 80 elementos.
O primeiro requisito que temos para a entrada na nossa tuna está escrito no próprio nome "Tuna Feminina" e o segundo é ser estudante da Universidade do Minho, pelo que basta apenas entrar em contacto connosco ou aparecer a um dos nossos ensaios para conhecer de perto aquilo que é fazer parte deste grupo.
No vosso percurso, quais os momentos e participações que destacam? Qual o vosso ponto alto do ano?
O nosso percurso tem sido realmente bonito e já contamos com um grande número de momentos que nos marcaram e nos fazem crescer enquanto grupo.
No entanto, destacamos a participação no nosso primeiro festival, o X FATFUBI na bela cidade da Covilhã, do qual tivemos o prazer de trazer para casa 3 prémios: Melhor Tuna, Melhor Solista e Prémio Azul. Com apenas um ano de existência, esta foi a prova que a vontade de levar a Tuna a palco, era maior que qualquer obstáculo, validando o nosso esforço e trabalho.
O Tunão é, e será sempre, o nosso ponto alto. Acreditamos que o seu surgimento e ocorrência anual tornou o percurso da nossa tuna ainda mais notório, dentro das atividades culturais que, não só a Universidade do Minho, mas também a cidade de Braga, tem para oferecer.
A última edição voltou a dar-nos um vislumbre de como era Braga antes da pandemia: mais de 300 participantes estiveram presentes no V Tunão - Festival de Tunas Femininas. Promovemos quatro dias de muita música e convívio, transferindo a noite de espetáculo do Conservatório Gulbenkian para o Grande Auditório do Altice Forum Braga, algo que nos enche de enorme orgulho e faz perceber a dimensão que este festival já tem no mundo tunae.
Quais os projetos do grupo mais importantes a curto/médio prazo?
Neste momento, e com a comemoração dos nossos 10 anos, temos bastantes objetivos que queremos alcançar até ao final do ano. Destacamos o nosso VI Tunão, cujos preparativos já começaram, e a nossa 1ª Digressão Tunae, que está prestes a arrancar e que esteve na nossa "lista de afazeres" nos últimos anos.
A dinamização do grupo, torna-lo cada vez mais atrativo é, provavelmente, um dos vossos grandes objetivos. O que têm a dizer aos interessados em fazer parte do grupo?
A todas as interessadas em fazer parte da Tun'ao Minho temos a dizer que estamos aqui para vos receber! Os ensaios são às segundas e quintas às 21h30 por baixo do Bar Académico de Braga, na ARCUM - Associação Recreativa e Cultural Universitária do Minho.
Acreditamos que fazer parte de um grupo cultural é uma mais valia no percurso académico e também uma forma de desenvolvermos ferramentas para o futuro em diversos contextos, para além de todas as oportunidades que surgem com a integração num grupo cultural, desde festivais por todo o país a momentos de convívio e tradição dentro da academia minhota.
Qual é o maior sonho da Tun'ao Minho?
O nosso sonho será sempre ver a tuna crescer e continuar o legado que nos é deixado pelas fundadoras e gerações mais velhas o mais longe possível, mantendo sempre o espírito de animação e tradição que nos é tão característico.
Acreditamos que com esforço e dedicação todos os nossos sonhos se transformarão facilmente em realidade.
Estes dois anos transatos foram particularmente difíceis para a cultura, mas a pandemia parece agora querer dar tréguas. Como viveram este período atípico?
Somos muito de calor humano e, neste período, sentimos muito a falta do contacto entre nós, com os estudantes, dos nossos ensaios presenciais e dos sorrisos e palmas calorosas do nosso público. Foram, sem dúvida, tempos difíceis e de adaptação constante na dinâmica da tuna. No entanto, conseguimos proporcionar momentos recreativos entre nós, interagir com o nosso público através das redes sociais e aproveitar para trabalhar em novos projetos.
Que iniciativas têm sido levadas a cabo pela Tun'ao Minho, no sentido de, nestes tempos complicados, continuarem a estar próximos dos vossos públicos?
Acreditamos que após dois anos de afastamento torna-se ainda mais imprescindível a nossa presença no seio académico. Afinal, há uma enorme lacuna na maioria dos estudantes ao nível da cultura e das tradições dentro da academia minhota.
Por isso, temos tentado participar em todas as iniciativas que surjam e para as quais somos convidadas, seja pela Universidade, Associação Académica, mas também de outros Grupos Culturais.
Além disso, permanecemos sempre ativas nas redes sociais e continuamos a apostar na organização de atividades como o Tunão, o Arraial & Rally Tas'ca Piela e o Tun'ao Day - Um dia com a Tun'ao Minho, iniciativas que nos permitem estar em contacto direto com o nosso público, mas também encontrar futuros elementos para fazerem parte deste projeto.
Como veem o panorama dos grupos culturais universitários em Portugal e a nível internacional?
Portugal é um país com uma forte presença em termos de grupos culturais universitários e a tendência é de crescimento!
Para além da nossa participação em eventos de contexto mais académico, os convites para fazermos parte das agendas culturais das diversas regiões do país são cada vez maiores, o que demonstra a vontade dos estudantes em contribuírem para o desenvolvimento sócio- cultural do país. Além disso, são vários os grupos culturais que participam em várias iniciativas nos quatro cantos do mundo, levando o nome da Universidade, da cidade e do país além-fronteiras.
Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um universitário?
Fazer parte de um grupo cultural é uma mais valia no percurso académico e um magnífico veículo para viver e usufruir da vida de estudante da mui nobre cidade de Braga, através da participação em festivais e atuações por todo o país, mas também de momentos de convívio e tradições dentro da cidade e academia minhota.
Durante um ano letivo são inúmeras as vezes que os grupos estão em contacto com a vida universitária, na sua parte mais boémia, mas também em representação da academia, em festivais e atuações por todo o país. São, por isso, o grande motor cultural da UMinho e da cidade ao divulgarem as tradições académicas e a região minhota no país e no estrangeiro.
Neste sentido, não temos dúvidas que a passagem de um universitário por um grupo cultural é única e transformadora a nível pessoal, mas também a nível profissional.
Aprende-se a viver em associativismo, a lidar com diferentes personalidades, a trabalhar em equipa, a organizar eventos e a superar barreiras e dificuldades, muitas vezes pessoais. Além disso, permite visitar novos sítios, conhecer novas culturas, criar novas amizades e ganhar uma família para a vida.
Uma mensagem à comunidade académica?
Desejamos a maior das sortes aqueles que partem para a sua próxima aventura, e um grande ‘até já’ para aqueles que ficam para mais um ano recheado de momentos e histórias. A Tun'ao Minho tem orgulho em fazer parte desta casa e estará sempre aqui para receber quem quiser fazer parte do seu pequeno cantinho, assim como oferecer cada vez mais atividades para enriquecer o percurso académico de todos os presentes.
Fonte: SASUM