Com 28 anos de existência, a Azeituna - Tuna de Ciências da Universidade do Minho tem-se vindo a renovar e reinventar ao longo dos anos. Marcada pelo espírito jovem característico das tunas universitárias, foi este que, mesmo em ano de pandemia, os levou a gravar um disco novo.
Com raízes em 1992, a Azeituna começou por iniciativa de um grupo de amigos. A estreia oficial decorreu nas Monumentais Festas do Enterro da Gata desse ano. Emanuel Roriz, membro deste grupo cultural, falou com o UMdicas, fez um balanço do caminho percorrido, falou do presente e deixou algumas ideias para o futuro.
Qual o Balanço destes 28 Anos da Azeituna?
Acima de tudo é incrível pensar como o grupo se vai mantendo ativo e se vai reinventando ao longo dos anos. Para isso tem sido fulcral a renovação. Receber novos elementos que querem fazer parte do grupo e que passam a contribuir para o sucesso da Azeituna. Depois destes 28 anos de história chegamos a 2021, com esta confusão pandémica e conseguimos gravar um disco novo no ano transato, do qual nos orgulhamos imenso. Portanto, o balanço é claro, bastante positivo.
Quais os momentos mais marcantes da vossa história?
Sem ordem de importância e sem desprimor para tantos outros momentos, podemos enumerar as edições mais marcantes do festival CELTA, nas edições temáticas dedicadas ao Brasil ou ao Rock, as inúmeras digressões por diversos países, o espetáculo dos 20 anos no Theatro Circo e o concerto gravado ao vivo na Sé de Braga; a realização da festa de receção aos novos alunos da Universidade do Minho, falamos do Arraial Azeiteiro…estes são sem dúvida momentos que recordamos com imenso calor.
Como estão a viver estes momentos atípicos?
Praticamente, todas as nossas atividades programadas para 2020 foram canceladas. Falamos de uma digressão pela Europa Central, a participação em diversos festivais de tunas, a realização do Arraial Azeiteiro e também do XXIX CELTA. Felizmente conseguimos encontrar meios e soluções para podermos pôr em prática a gravação e edição do nosso novo disco.
Como vêm o atual momento da cultura no país?
É muito preocupante. Há artistas, técnicos, promotores, salas de concertos que estão completamente parados devido ao Coronavírus e mesmo as tentativas de adaptação a uma nova realidade estão a ser muito estranguladas. A fatia do Orçamento do Estado que chega à cultura é ainda muito, muito reduzida. E isso entristece-nos, pois sabemos que em Portugal há muitos novos valores da cultura portuguesa que merecem ter oportunidades e apoio, mas a situação é desfavorável. Felizmente, apesar de todos os entraves, continuamos a ver no ativo, artistas fantásticos. Temos de continuar atentos ao que se vai fazendo por cá e mostrar a quem andar mais desligado.
Os grupos culturais continuam a ser procurados pelos novos alunos?
Sim, no início deste ano contactamos com alguns novos alunos interessados em fazer parte da Azeituna. Mas a impossibilidade de nos juntarmos para promover atividades, para ensaiarmos e tocarmos juntos não facilitou nada as coisas este ano. Mas nos últimos anos temos recebido gente muito interessante, com gosto pelos nossos instrumentos, pela nossa cultura.
Como analisam o contexto dos grupos culturais na vida da Universidade e de um Universitário?
É importante para a Universidade do Minho ter grupos que a representem de forma digna no setor da cultura. Felizmente tem-nos. Os grupos culturais são um veículo muito característico. Devem ser preservados. Um universitário, ao ingressar num grupo académico, é certo que terá um retorno inestimável e que o irá acompanhar para o resto da vida.
Quais os planos da Azeituna para o futuro? O que ainda não fizeram e gostavam de concretizar?
O plano imediato passa por divulgar ao máximo o nosso novo CD. Primeiramente, tem sido uma fase mais digital, em que estamos a disponibilizar um primeiro tema, o seu videoclip, e fazer com que as pessoas interessadas em ter acesso a uma cópia física, a possam adquirir da forma mais breve possível. Depois, logo que possível, queremos levar para cima dos palcos um espetáculo baseado no novo CD. Pretendemos, claro, voltar a retomar a nossa atividade regular…CELTA, Arraial, digressão, voltar a entrar em estúdio.
No plano dos desejos por realizar, há sempre a ideia de irmos tocar a um país onde não tenhamos estado, tocar com uma orquestra a acompanhar-nos, continuar a gravar música.
A comemoração dos 30 anos vai ser especial. Já está pensada?
Falta pouco mais de ano e meio para essa importante data. Temos vindo a lançar ideias sobre o que fazer. Há algumas que começam a ganhar fundamento. Mas de momento a única certeza é que queremos assinalar essa data, de forma marcante, para nós e para o nosso público.
Fonte: UMdicas