Pedro Soares em entrevista ao UMDicas, revela o que é ser Vice-Presidente do Departamento Pedagógico de uma das maiores academias do pais.
Qual o papel do vice-presidente da AAUMinho para o Dep.
Pedagógico?
O Vice-presidente para o Departamento Pedagógico esforça-se no
sentido de proporcionar um ensino com qualidade na nossa
Universidade. Intervém junto dos órgãos da Universidade, através
da denúncia de eventuais situações negativas verificadas e
cooperando com o objectivo da reestruturação, numa lógica
construtiva, do sistema de ensino ministrado.
Este Departamento da AAUMinho trabalha no sentido de ouvir os
problemas e dificuldades que os estudantes possam encontrar ao
longo da sua carreira académica, auxiliando os alunos na
resolução dos mesmos. Pretende que os Delegados e Subdelegados
sejam protagonistas do melhoramento da qualidade do ensino da
Universidade, uma vez que são porta-voz dos estudantes que
representam.O Departamento Pedagógico desenvolve iniciativas que
visam promover o estreitamento das relações entre os
Delegados/Subdelegados e a comunidade educativa.
Para além disso, é responsável pela promoção da
consciencialização de toda a comunidade académica, onde os
Delegados/Subdelegados têm papel fulcral, acerca dos assuntos
importantes no contexto da Educação na nossa Universidade, no
País e na Europa.
Estas têm sido exclusivamente as tuas funções dentro da
AAUMinho, ou as tuas acções têm abrangido outros campos?
Tenho estado também envolvido noutras actividades, como
presidente adjunto acabo por estar ligado a muitas outras coisas,
nomeadamente, no que diz respeito à representação da AAUMinho e
acompanhamento do trabalho dos departamentos da AAUMinho.
Infelizmente o Departamento Pedagógico e o trabalho que acarreta
não deixa tempo para muito mais.
Falando das novas actividades implementadas este
ano,
Como surgiram as actividades Situa-te, Cultiva-te e
Orienta-te?
Uma longa mas rápida história. Começou numa Formação de
Formadores em Educação Não Formal promovida pelo Conselho
Nacional da Juventude. A tomada de consciência daquilo que seria
a Educação Não Formal rapidamente me fez encontrar uma janela de
oportunidade para dar início a um projecto inovador que se
enquadraria num projecto de combate ao abandono e insucesso
escolar e que está a ser levado a cabo em parceria com a Reitoria
da Universidade do Minho.
Em final de Agosto com a presença de dois formadores de elevada
experiência em Educação Não Formal preparamos uma formação para
um grupo de mais de duas dezenas de alunos que com trabalho,
paixão, dedicação, entusiasmo decidiram empenhar todas as suas
forças neste projecto.
Tendo em conta a situação de abandono e insucesso escolar que
perpassa todo o país a AAUMinho considerou útil uma possível
associação entre a Educação Não Formal e o Tratado de Bolonha
como uma arma fortíssima no combate a esta situação. Assim, a
iniciativa começou com a realização de uma acção de formação que
contou com a participação de 22 estudantes minhotos, durante dois
dias, em regime residencial. O nosso primeiro grande objectivo
passou, deste modo, pela construção de um acolhimento baseado na
Educação Não Formal.
Quais os traços que melhor podem definir estas
actividades?
Inovação. Descontracção. Irreverência.
Este é o teu segundo ano como dirigente da AAUMinho.
Quais as razões para só agora levarem a cabo actividades como
estas?
Só podemos fazer uma coisa de cada vez. O ano que passou teve já
um acolhimento diferente que correu igualmente bem. Este ano a
realidade era já diferente e tivemos que acompanhar as mudanças.
Como em todas as actividades, o objectivo é sempre melhorar e
aumentar a qualidade. Creio que desta vez conseguimos alguma
coisa que em Portugal, que eu saiba, é a primeira vez que
acontece.
Quais foram as maiores dificuldades sentidas na
organização e implementação?
É sempre difícil alterar rotinas. O processo de inscrições, por
exemplo, acontecia da mesma forma há muito anos. Alterar isso é
um risco e não é fácil. Tendo em conta que nestas actividades
todos somos alunos e temos aulas, é difícil encontrar tempo para
organizar uma actividade que envolve 1700 novos alunos, com
muitas actividades a decorrer ao mesmo tempo. É preciso muitas
pessoas, muitas autorizações, financiamento... nada que o
trabalho, motivação e força de vontade aliadas à ajuda que
tivemos da Reitoria, a quem na pessoa da Professora Irene
Montenegro gostava de agradecer, não fossem suficientes para
ultrapassar.
Qual foi a resposta dos novos alunos a estas
solicitações?
Creio que foi bastante positiva, logo na sala de matrículas a
resposta foi positiva na maioria dos casos. Até os familiares e
acompanhantes saudaram a AAUM no final das actividades.
Os objectivos propostos para cada actividade foram
alcançados?
Sem dúvida, tínhamos consciência do curto espaço de tempo para um
projecto tão arrojado. Mesmo assim, no final das actividades
fizemos um questionário /avaliação aos novos alunos. A resposta a
esse inquérito está a ser analisada pelos formadores que
estiveram connosco ao longo do acolhimento com bastante rigor, e
pelo que sei os resultados estão francamente positivos.
Qual foi o feedback dos novos alunos relativamente a
estas actividades?
Os resultados dos inquéritos estão a ser analisados e serão em
breve divulgados por nós. Mesmo assim na maioria dos casos os que
participaram saíram bastante satisfeitos das actividades.
O lema da AAUMinho para esta iniciativa foi: "Um
homem com uma ideia nova é considerado um excêntrico, até que a
ideia resulte? Mark Twain"
Que conclusões tiras?
Que não vamos ficar por aqui e queremos que nos chamem
excêntricos mais vezes... até ao dia das actividades é claro!
Quanto ao futuro, que rumo tens traçado para ti?
Sou finalista de Biologia Aplicada, naturalmente quero acabar o
meu curso. Vou também querer continuar os estudos e perseguir um
objectivo de longa data, a criação de uma empresa na área da
Biologia.
Nuno
Gonçalves
Nunog@sas.uminho.pt