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Cultura, 18.12.2017
Cláudia Ninhos vence Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2017
Braga
Cláudia Ninhos foi a grande vencedora do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2017, o galardão mais prestigiado atribuído em Portugal a jovens historiadores desta época da história. José Pedro Pinto Monteiro recebeu a Menção Honrosa.


A entrega do prémio decorrida no passado dia 13 de dezembro, no Salão Nobre da Reitoria foi presidida pela Vice-reitora para a Educação, Margarida Casal, evento que contou com a presença, para além dos premiados, da presidente do Conselho Cultural, Eduarda Keating, do presidente do júri do Prémio Victor de Sá, Viriato Capela, de familiaresdo patrono do prémio e representantes das autarquias de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, entre outros.

«Para que Marte não afugente as Musas» A política Cultural Alemã em Portugal e o Intercâmbio Académico (1933-1945) foi o tema da tese de doutoramento com queCláudia Ninhos,investigadora da Universidade Nova de Lisboaconcorreu e venceu a edição do Prémio Victor de Sá de História Contemporânea 2017.José Pedro Monteiro, investigador da Universidade de Coimbra recebeu aMenção Honrosa pela sua obra/tese de doutoramento intitulada "A internacionalização das políticas laborais "indígenas" no império colonial português (1944-1962)".

Numa breve apresentação do seu trabalho, Cláudia Ninhos explicou que com o seu trabalho tentou "analisar as relações entre o Estado Novo e o Nacional Socialismo, centrando a sua atenção nos intercâmbios e transferências culturais e académicas". Defendendo como tese principal que "a diplomacia nazi em Portugal procurou instrumentalizar o prestígio que a ciência e cultura alemã gozavam nos meios intelectuais e académicos portugueses", bem como "o papel central doministro alemão em Lisboa" o qualexercia a sua influência, principalmente sobre as elites, culturais, académicas, científicas e económicas, tudo isto, tendo por basea importância geopolítica que o nosso país tinha no contexto europeu. Dessa forma propagaram o ensino do alemão em Portugal, o qual quiseram impor como língua obrigatória nas nossas escolas, promoviam intercâmbio das elites, tanto a ida dos portugueses à Alemanha, como a vinda de alemães ao nosso país, formando e mostrando o melhor do seu regime.

Sobre o prémio, a investigadora realça a sua importância na "promoção da investigação no âmbito da história contemporânea? afirmando que o seu valor pecuniário de 3500 euros "é um incentivo que muito agradecemos".

Já o presidente do júri, Professor Viriato Capela acentuou o prestígio do prémio, realçando mais uma vez o seu vigor com as nove candidaturas admitidas nesta sua 26ª edição "foram nove candidatos, quatro teses de doutoramento e cinco teses de mestrado" afirmou, salientando a sua qualidade e importância "são do mais qualificado que se vai produzindo sobre a história contemporânea".

Eduarda Keating, fez aquela que foi a sua última intervenção calendarizada enquanto presidente do Conselho Cultural da UMinho, afirmando que este é "O prémio de maior importância do género em Portugal e por isso é cada vez maior a responsabilidade do Conselho Cultural", evidenciando a tarefa cada vez mais difícil do júri pela grande qualidade do trabalho a concurso.

Este prémio destina-se a jovens investigadores portugueses e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, até à idade de 35 anos residentes no país ou no estrangeiro.

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Dez/2017)

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