Os festivais de tunas são sempre momentos únicos, nos quais somos brindados com rasgos de jovialidade e irreverência musical, que se misturam com a tradição centenária das capas traçadas e das calmas serenatas. Este CELTA foi tudo isto... e muito mais!
No primeiro dia
(noite), e com o sempre magnifico Theatro Circo lotado, a
Azeituna subiu ao palco e tocou alguns dos seus "hits". De
seguida passaram pelo palco a Tuna da Universidade Católica
Portuguesa-? Porto (TUCP), a Magna Tuna Cartola de Aveiro, a Tuna
de Engenharia da Universidade do Porto (TEUP), a SCALABITUNA -
Tuna do Instituto Politécnico de Santarém e a encerrar, os
"vermelhinhos" da Tuna Universitária do Minho.
Nessa noite, os
pandeiretas da TEUP a saltaram bem alto e sempre no ritmo certo
(venceram o prémio de Melhor Pandeireta) e a TUCP e a Scalabituna
tiveram grandes atuações que resultariam, respetivamente, na
atribuição dos prémios de 2ª Melhor Tuna e 3ª Melhor
Tuna.
Mas, como se costuma
dizer, se a primeira é boa, a segunda é sempre melhor. Na segunda
noite, a Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira
Interior, a primeira tuna a subir a palco, quis deixar bem
vincado que a sua estreia no CELTA iria ficar para história... e
ficou! Com parte da sua atuação a "arrancar-nos" da crise em que
vivemos e a fazer-nos viajar até aos tempos em que ditámos leis
no mundo, a Desertuna elevou a fasquia muito, mas muito alto, tão
alto que não restou outra hipótese ao júri senão dar-lhe o prémio
de Melhor Tuna, Tuna Mais Tuna e Melhor
Estandarte!
De seguida, coube à
Hinoportuna de Viana do Castelo e à TAL, Tuna Académica de
Lisboa, prosseguirem com o espetáculo até ao intervalo. Os
lisboetas fizeram os trabalhos de casa e com as guitarras e
bandolins bem afinados, levaram para a capital o prémio de Melhor
Instrumental.
Após o intervalo, e
recordando que o tema deste CELTA foi o "Azeiteiro" e todo o
imaginário a este associado, houve tempo para um momento musical
diferente. Apesar de estarmos no Inverno, o agrupamento musical
BiróDisco fez-nos viajar até às quentes noites de agosto, até aos
bailaricos de aldeia, onde os jovens moços azeiteiros pedem um pé
de dança às solteiras flausinas (divorciadas e até casadas). Foi
momento diferente e muito divertido.
De seguida, e antes
da atuação final da Azeituna e da protocolar entrega dos prémios,
houve tempo ainda para os "Papa CELTAS", o TUIST - Tuna
Universitária do Instituto Superior Técnico, que provavelmente é
a tuna a por mais vezes ter vencido este
festival.
Com um reportório
que contemplou muitos dos "hits" da música popular portuguesa, os
alfacinhas do TUIST estiveram mais uma vez ao seu nível (alto) e
conquistaram os prémios de Melhor Solista e Melhor Tema
"Azeiteiro".
Terminar este artigo
sobre o CELTA sem falar do "Coiso" da Azeituna seria imperdoável.
Mais uma vez, e com muito humor, irreverência e "azeiteirice",
este elemento da Tuna de Ciências da UMinho, sempre muito bem
coadjuvado por um "caroço" ou por um outro tuno, acabou por ser
um espetáculo dentro do espetáculo, transformando os "tempos
mortos" de passagem entre tunas, verdadeiros momentos
Kodak!
A Azeituna e todas
as tunas presentes neste CELTA estão de parabéns pelo magnífico
espetáculo com que brindaram a nossa cidade e que durante duas
noites encheu por completo o Theatro Circo!
As Tunas estão, e
hão-de estar sempre na moda!
Texto e Fotografia:
Nuno Gonçalves
(Pub.
Dez/2013)