Depois do grande sucesso de "Inspiração é Respirar", o Teatro
Universitário do Minho aborda de novo o imaginário lírico de João
Negreiros. O espectáculo é uma fusão de poemas antigos e
inéditos. O naturalismo, a emoção aliados à dimensão sonora da
poesia dão a toda a performance uma sensação visceral e palpável,
aproximando os poemas dos anseios, medos e problemáticas do
próprio público.
É um espectáculo alegre e soturno, épico e intimista, hilariante
e dramático. As vozes de tessituras diferentes fornecem uma
paleta sonora muito abrangente dando cor e alma à literatura que
já de si a possui. Momentos únicos com os quais o público se
identificará.
É a poesia para pessoas primeiro e para poetas depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para leitores depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para pessoas agora.
Ficha técnica: Selecção de textos e interpretação: Agostinho
Silva, Andreia Dantas, Eduarda Freitas e Vítor Arezes
Assistência: Dina Costa
Botão de campainha Não há flores na campa do Narciso
não há flores na campa da Margarida porque morreu a florista
não há quem os regue com o sal das lágrimas
não há quem os lave com a água dos olhos
não há quem afaste os cardos com esse ancinho ancião que
coçava as costas dos finados
a Rosinha morreu
a Rosinha morreu e a irmã mais velha chora de secura a sua
lápide o seu jazigo de suores frios e todas as flores estão
secas mortas salgadas e nada podem fazer pelos mortos que
estão moribundos
a florista morreu e o cemitério está vivo
os mortos levantaram-se para consolar as flores
in o cheiro da sombra das flores
Teatro Universitário do Minho -- Teatro Universitário do
Minho
Sede: Rua do Castelo Complexo Pedagógico do Castelo, sala 212
4710-320 Braga
Auditório: Auditório de Bolso do TUM
Rua do Farto, nº 4/6 (à Sé) 4710-421, Braga
Tlm. 965530263/ 933776864
(Pub. Jan/2010)