"Continuar a trovar e a deixar em cada canto e em cada coração o nome da Gatuna" - este é o lema da Gatuna - Tuna Universitária da Universidade do Minho, que este fim-de-semana organizou o XIV Trovas que decorreu no PEB. Este ano a grande vencedora deste certame foi a Atituna - Tuna Feminina da Faculdade de Psicologia Educação do Porto.
A grande organização anual da Gatuna
é o
TROVAS - Festival Internacional de Tunas
Femininas
, reconhecido pelos grupos participantes como
um dos melhores a nível internacional. Durante os últimos 13 anos
subiram ao palco as melhores Tunas Femininas do país e também de
Espanha, México, Porto Rico e Holanda. De forma dar continuidade
a este evento, único do género na região, este ano a 14ª edição
teve lugar no dia 17 de Outubro
, pelas
21h30m
, no Auditório do PEB
.
Integrado no programa do festival, esteve incluido o
Desfile de Tunas Femininas da Cidade de Braga
,
que decorreu na tarde do dia 17 pelas ruas do centro da cidade.

O Trovas teve então inicio com a punjante actuação dos bomboémia,
tendo sido continuado pelas tunas a concurso, excepção feita aos
Vermelhos (a Tuna Universitária a titulo de convite deu um
colorido particular à noite), num auditório repleto de público,
que acedeu e contribuiu para abrilhantar o espectáculo. A
Atituna- Tuna feminina da Faculdade de Psicologia Educação do
Porto foi quem mais impressionou o júri e sagrou-se a vencedora
da noite ao arrecadar o prémio de Melhor Tuna. Para além deste
prémio as portuenses levaram ainda o prémio de Melhor Solista. A
TFIST - Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico - Lisboa
venceu em três categorias, ao levar os prémios de Melhor
Instrumental, Melhor Pandeireta e Melhor Porta-Estandarte. A
Melhor Passa-Calles foi uma tuna estrangeira, a Tuna Javeriana da
Colômbia.
Com a esperança que qualquer Trovas seja sempre único e o melhor
de sempre, "um Trovas é sempre um enorme desafio que se cumpre
com a maior satisfação", este XIV não foi excepção, a Gatuna
garantia antes do festival a máxima diversão e qualidade e, a
promessa cumpriu-se, convidados e participantes receberam uma
noite com o melhor.
No sentido de conhecer um pouco mais desta Tuna e o que
foi o XIV Trovas, o UMdicas revela aqui numa pequena entrevista
com a responsavel, sobre os objectivos e sonhos desta Tuna
Feminina.
Numa tentativa de alargar e modificar a longa tradição de tunas
masculinas, surgiu a ideia de formar uma Tuna Feminina, a
primeira na UMinho e que este ano celebrou o seu 16º
aniversário.
Com um nome muito curioso e com uma maneira muito própria de ser
tuna, aliada à originalidade da sua música, a Gatuna tem vindo a
conquistar um lugar sólido no panorama musical universitário. As
suas actuações são sempre mescladas com uma sobriedade típica
aliada à tradicional irreverência minhota. No seu percurso,
destacam-se participações nas festas da academia Minhota e também
em Festivais de Tunas Nacionais e Internacionais de onde
arrecadou vários prémios (Melhor Tuna, Tuna Mais Tuna,
Melhor Solista, Melhor Pandeireta, Melhor Porta-Estandarte,
Melhor Passa-Calles, Melhor Instrumental). A Gatuna já efectuou
várias digressões entre elas, uma nacional, duas à Irlanda
(cidades de Cork e Dublin), Canadá, Ilha da Madeira e dos Açores.
UMdicas: Quais as grandes dificuldades na Organização
de um evento destes?
O Trovas está no topo do panorama de Festivais de Tunas Femininas
e já o consegue há 13 anos, as dificuldades vão sendo aprendidas
e apreendidas e cada Trovas permite colmatar lacunas, como já lá
vão treze festivais as respostas estão prontas e as soluções são
conhecidas, não chega a haver dificuldades, há trabalho que
encaramos com um sorriso de satisfação e certeza que vale a pena
porque só assim temos o Trovas com tanta qualidade.
UMdicas: Durante 13 anos consecutivos, subiram a
palco as melhores Tunas
Femininas do país e também de Espanha, México, Porto
Rico e Holanda. Que recordações trazem estes 13
anos?
São recordações de várias vidas, gerações que começam a dar
frutos, elementos que cresceram e o Trovas fez parte muito
especial da sua vida. Há pessoas espalhadas pelo mundo que já
participaram num Trovas e isso enche-nos de orgulho. Muitos
sentimentos, muitas angústias e emoções foram proporcionados por
nós em cada palco e isso não há anos que apaguem nem palavras que
exprimam.
UMdicas: O Festival decorreu no Parque de Exposições
de Braga (PEB). É o local ideal para um festival desta
envergadura?
Temos a honra de fazer o nosso Trovas no PEB já há sete anos e
sempre correu pelo melhor, a lotação sempre nos agradou e o
espírito académico respira-se naquelas paredes. A dimensão e o
ambiente fazem-nos continuar a optar por usar o seu palco para
mostrar as melhores tunas femininas do mundo.
UMdicas: Integrado no programa do festival, está
incluído o Desfile de Tunas Femininas da Cidade de Braga que
decorreu na tarde do dia 17. Qual a receptividade das pessoas de
Braga?
O centro histórico da cidade de Braga pára para ouvir as belas
tunas que animam a tarde de sábado começando e terminando na
fonte da arcada, a divulgação nessa tarde tem muita
receptividade, param para saber o que acontecerá nessa noite e
depois de ouvir as actuações pelas ruas fazem questão de se
dirigir ao PEB.
UMdicas: O Trovas já faz parte do panorama cultural
de Braga. Quais os desafios e objectivos para o
futuro?
Temos sempre necessidade de nos superar de ano para ano pois
sabemos que organizar um grande festival nos obriga a por a
fasquia demasiado alta, as expectativas nunca poderão sair
frustradas, assim inovamos, colmatamos lacunas e só esperamos que
este tenha sido definitivamente o melhor Trovas de sempre,
unicamente ultrapassado pelo do próximo ano.
UMdicas: Qual o grande sonho para a Gatuna e para o
Trovas?
A Gatuna tem vários sonhos, todas as pequenas metas que
alcançamos diariamente começam por ser um pequeno sonho mas se
quisermos especificar um talvez seja (e tendo em conta o realizar
recente do sonho de ter novamente um Trovas internacional) ter
novamente o nome da nossa cidade e da nossa tuna soado nos quatro
cantos do mundo com representações em todos os continentes e a
gritar o nome da nossa Universidade.
UMdicas: Quem quiser pertencer à Gatuna, o que tem
que fazer. E qual o trajecto que deve percorrer?
Para fazer parte da GATUNA, além de pertencer ao sexo feminino,
terá que estar inscrita na UMinho. Após a sua apresentação nos
ensaios na Sala da Gatuna (terças e quintas às 21h30m) a
"pré-caloira" inicia a sua aprendizagem de um instrumento musical
à sua escolha (viola, contrabaixo, bandolim, cavaquinho,
pandeireta, flauta transversal, acordeão...).
Texto: Michael Ribeiro
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Out./2009)