Celebrou-se, no dia 30 de Novembro pelas 22 horas, o 1º de Dezembro, em Braga. A Récita, organizada pela AAUMinho, contou com a presença dos grupos culturais da Universidade, e mostrou ao público presente uma homenagem aos heróis de 1640. A comemoração teve lugar no auditório do Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo.
Com o auditório cheio, o Coro Académico da Universidade do Minho
inaugurou a noite de cânticos com o Hino da UMinho. Seguiram-se
os Bomboémia (Grupo de Percussão), Afonsina (Tuna de Engenharia),
Grupo de Poesia, Guitarra e Flauta, Tun?Obebes (Tuna Feminina de
Guimarães), Azeituna (Tuna de Ciências), Jogralhos (Grupo de
Jograis), Gatuna (Tuna Feminina de Braga), Tuna Universitária do
Minho e Opum Dei (Ordem Profética). Assim, a AAUMinho conseguiu
juntar uma grande variedade de grupos culturais da UMinho, à
semelhança dos anos transactos.
A animação e boa interacção com o público estiveram sempre
presentes. O Coro da UMinho e o Grupo de Poesia, Guitarra e
Flauta deram um ar mais sério e sentimental à celebração. A Ordem
Profética e os Jogralhos marcaram as suas actuações pela forma
como cativavam o público através do humor. Já os Bomboémia
marcaram pela coordenação, como habitualmente. Nos intervalos
entre cada actuação, os apresentadores liam passagens do jornal
"número único", de cariz humorístico e com vários anos. O humor
também esteve presente na actuação das Tunas, que ao seu jeito,
juntaram a história de Portugal e a culturalidade da música ao
humor.

Actuação após actuação, todos lembraram o porquê de se celebrar o
1º de Dezembro em Braga. Em 1640, e após ter estado 60 anos sob
domínio espanhol, os portugueses decidiram fazer uma revolução.
Cerca de 40 fidalgos dirigiram-se ao Paço da Ribeira onde estavam
a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu secretário,
Miguel de Vasconcelos. A Duquesa foi presa e o secretário morto.
Restaurou-se a independência, e os estudantes bracarenses foram
os primeiros a dar as boas-vindas ao novo Rei, D. João IV. Os
primeiros estudantes a festejar foram os do colégio de S. Paulo.
As celebrações só passaram, no entanto, a ser nos moldes actuais
no ano de1868.

Durante as actuações dos grupos culturais da UMinho, foram também
feitas homenagens às cidades de Guimarães e Braga, ao estudante e
ao amor. A entrada gratuita levou ao auditório um público
variado, mas com gostos muito semelhantes no que à cultura diz
respeito, pois todos estavam bastante contentes. Cláudia Dias,
aluna de Ciências da Computação da UMinho, revelou que "é sempre
bom juntar todos aqueles que, na Universidade, sabem fazer boa
música". "Os espectáculos foram muito divertidos e com muito
sentimento, o que prova que o estudante não é aquele que tem a
caneca na mão mas sim aquele que sabe apelar ao sentimento",
concluiu assim a estudante.

No final, Pedro Soares, presidente da AAUMinho, organizadora das
celebrações, revelou que "é sempre muito interessante criar um
espaço com tanta cultura, e homenagear os estudantes de 1640 com
uma celebração destas". O próximo passo, segundo o presidente da
AAUMinho, é "arranjar um local maior para realizar este evento".
Pedro elogiou ainda as actuações dos grupos culturais: "Penso que
estiveram muito bem, corresponderam às expectativas." Quanto ao
público presente, o responsável máximo da organização revelou que
a adesão foi a esperada.

O Magnífico Reitor da Universidade do Minho, Prof. Doutor António
Guimarães Rodrigues, também marcou presença, e mostrou-se
contente por, mais uma vez, se celebrarem valores como a
independência e a autonomia, muito típicos dos estudantes. "Esta
autonomia estudantil deve ser humilde mas não submissa, orgulhosa
mas não vaidosa, e aqui, neste local, conseguir ensinar às
pessoas que o estudante sabe valorizar esses princípios", afirmou
o Reitor. Para concluir, o Prof. Doutor disse ainda que "todas as
expressões de cariz cultural reveladas pelos estudantes são
importantes para a Reitoria, na medida em que são importantes
para a Universidade em si".