O XV Celta, festival de tunas académicas organizado pela Azeituna, regressou ao Theatro Circo, nos dias 12 e 13 de Dezembro. Todos os que passaram pelo palco homenagearam, durante as suas actuações, o regresso desta comemoração ao maior palco cultural de Braga, dez anos depois. A grande vencedora do festival foi a Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico de Lisboa (TUIST), que arrecadou o prémio de melhor tuna.
A sexta-feira, dia 12, começou com a actuação da Azeituna (Tuna
de Ciências da UMinho) em conjunto com a Tuna Académica da
Universidade Lusíada do Porto. O público, que encheu o Theatro
Circo, aplaudiu de pé a actuação daqueles que proporcionaram a
realização do Celta. Após a abertura, os presentes conheceram um
dos grandes símbolos da tuna organizadora, o humorista João
Seabra, que foi o apresentador do festival, juntamente com outro
membro da Tuna de Ciências, Carlos Castro.

Seguiu-se a primeira tuna a concurso, a Tuna da Universidade
Católica Portuguesa do Porto, que foi muito aplaudida pelo
público. Os intervalos, esses, eram carregados de humor
protagonizados pelos apresentadores, mas não só. Houve também um
número de ilusionismo e equilíbrio, para relembrar o tema do
festival, o Circo. A Hinoportuna (Aveiro) e a Estudantina
(Lisboa) foram as últimas tunas a concurso do dia. Os aveirenses
conseguiram até a maior salva de palmas da noite, devido à sua
actuação. Para terminar, a actuação da Tuna Universitária do
Minho, que reeditou a actuação que há dez anos havia feito no
último Celta realizado no Theatro Circo.
No dia seguinte, a primeira Tuna a concurso a actuar foi a Tuna
Académica Infantuna Cidade de Viseu. Seguiu-se a TUIST que traria
o momento mais comovente da noite. Para além da entrada muito
animada, com boa coordenação e ritmos latinos no seu
instrumental, o elemento mais antigo da TUIST, Mário, conhecido
por "Super Mário", traçou a capa, dez anos depois. No seu
discurso, Mário afirmou: "Prometi a mim mesmo que não traçava
mais a capa até voltar aqui ao Theatro Circo". "Hoje que voltei,
posso fazê-lo, em homenagem ao maior palco de tunas de Portugal",
concluiu assim "Super Mário", traçando a capa visivelmente
emocionado, enquanto recebia a maior salva de palmas de todo o
evento.
A actuação da TUIST continuou sempre com números de humor
relacionados com o Circo, no intervalo de cada música. Mário
revelou que esta é uma das características da tuna lisboeta: "Nós
tentamos sempre adaptar as nossas actuações a algum tema, neste
caso o do festival era o Circo e aproveitamos esse facto".
Seguiu-se a Tuna Masculina da Universidade dos Açores, os
Tunídeos, que com muitos apoiantes na plateia, tocaram cinco
músicas marcadas pela qualidade dos seus estandartes. Os
açorianos apostaram, também, em usar o tema do Celta para fazer
humor, nos intervalos das suas músicas. Para encerrar o concurso,
a Magna Tuna Cartola de Aveiro, detentora do título do Celta do
ano passado e do anterior. Os Cartolas, como são conhecidos,
caracterizaram-se por terem um estilo mais melódico. Todas as
suas músicas tiveram dedicatórias e acabaram a actuação com
músicas populares portuguesas.

A entrega dos prémios galardoou a TUIST com o primeiro prémio de
melhor tuna, seguida da Infantuna de Viseu e Cartolas, com o 2º e
3º lugares, respectivamente. Após receber o prémio de melhor
tuna, o Magister Tunae (responsável máximo) da TUIST, Carlos
Matrena, mostrou-se "orgulhoso" por receber o prémio da sexta
vitória da sua Tuna no Celta. Quanto ao festival Carlos disse
estar "sem palavras para descrever o ambiente que aqui vivemos e
quilo que sentimos quando pisamos novamente este palco". Foi no
Theatro Circo, em 1993, uma das primeiras actuações da TUIST como
tuna académica.
Os restantes prémios foram o de melhor porta-estandarte
(Tunídeos), melhor solista (TUIST), melhor pandeireta (Católica
do Porto), melhor instrumental (TUIST) e tuna mais tuna
(Tunídeos), prémio que só foi entregue numa festa depois do
festival. A tuna vencedora há dez anos atrás, a Estudantina de
Lisboa, não ganhou nenhum prémio.
Diogo Carvalho, coordenador geral do evento, fez um balanço
"bastante positivo" da forma como correu o festival. Diogo
admitiu ainda que "na sexta houve alguns pormenores a melhorar,
mas no sábado tudo correu de forma perfeita". Para o próximo ano,
Theatro Circo novamente: "Embora ainda não esteja confirmado,
depois deste festival e desta qualidade, não podemos pensar
noutra coisa", concluiu.
Texto:
Delfim Machado
Fotografia:
Nuno Gonçalves