O Teatro Universitário do Minho - TUM, volta aos palcos com mais um espectáculo inédito "O SEGUNDO DO FIM" da autoria de João Negreiros.
É neste ambiente repleto de simbolismo que as personagens se
adequam e agem em sintonia com os elementos naturais como a Lua,
o Sol, a água, o calor, o vento e o frio. Esta peça possui uma
forte componente política, utilizando a heterogeneidade das
personagens para recriar o medo, a subordinação, o poder, a
hipocrisia e a revolta de quem vive num mundo que,
reconhecidamente, não lhe é familiar
.
Um texto arrebatador, uma encenação de grande qualidade e
interpretações surpreendentes marcam 20 noites bracarenses
durante o mês de Outubro.
Os mais apaixonados podem trazer as letras para casa. As Edições
TUM lançam o segundo volume da colecção de dramaturgia com as
obras "O segundo do fim"- "Os de sempre" do mesmo autor.
.
Ficha
Artística
Sinopse:
Uma família acorda e não se reconhece.
O tempo pára, a noite revela segredos que a paragem dos ponteiros
não conseguiu ocultar. As personagens tomam então consciência da
realidade que as envolve, da pobreza que lhes prende o espírito e
lhes castra a liberdade com ausência de luz. Simão e Joana vivem
em constante divergência que nem o amor supera. Ele, refém de uma
mulher grávida de um futuro feito à medida por uma entidade
superior, e ela presa a um homem com sede de mudança e saturado
com o que lhe tem reservado o presente, mas que ama sem ter
consciência do seu amor próprio.
Numa tentativa de iluminar a vida surge uma luz como derradeiro
acto de salvamento, mas ela não é suficiente, e a filha que nasce
não consegue anular os conflitos a que estão amarrados.
A filha que não se fez à semelhança dos pais procura a rebeldia
nos seus princípios e ideais, crescendo num mundo onde a guerra e
a inocência estão interligadas. Clara é a filha, a guerrilheira
solitária que brinca às guerras que a família ajuda a desenhar.
É neste ambiente repleto de simbolismo que as personagens se
adequam e agem em sintonia com os elementos naturais como a Lua,
o Sol, a água, o calor, o vento e o frio.
Esta peça possui uma forte componente política, utilizando a
heterogeneidade das personagens para recriar o medo, a
subordinação, o poder, a hipocrisia e a revolta de quem vive num
mundo que, reconhecidamente, não lhe é familiar.
Autoria/Encenação:
João Negreiros.
Elenco:
Cátia Cunha e Silva, Dina Costa e Filipe
Martins.
Cenografia:
João Negreiros.
Desenho de Luz:
Rui Maia.
Sonoplastia:
João Negreiros.
Figurinos
: criação colectiva.
Operação de luz:
Benjamim Vaz
Operação de som:
Emanuel Mendes
Idades:
maiores de 14 anos
Preço:
4 Euros ; 2 Euros estudante e
sócios do TUM
Local:
Braga | Auditório do TUM, Rua do Farto
(junto à Sé)
Autor
Poeta e dramaturgo,
João Negreiros
nasceu em Matosinhos a 23 de Novembro de 1976. Muito novo,
escrevia já teatro, poesia e prosa poética. Na área do teatro, a
sua obra foi crescendo, sendo hoje bastante extensa. Nela se
incluem algumas peças como "Os Vendilhões do Templo" e "Silêncio"
levada à cena pelo Teatro Universitário do Minho (TUM) em 2007.
Nesse mesmo ano publicou o livro de poesia "o cheiro da sombra
das flores" pela Papiro Editora, estando previsto para 2008 o
lançamento da obra poética "Luto Lento", conhecida pela rubrica
de poesia lançada no
youtube.
Os textos de prosa poética, as crónicas e os contos, entre
outros, continuaram também a ser criados, tendo, em Outubro de
2002, sido publicado na Revista QUO o Conto de Ficção Científica
"Capitão Spalding - A Origem". Desde 2004 têm vindo a ser
escritos, numa frequência quase diária, textos de humor
integrados no projecto
www.sentidodeamor.com.
O encenador do TUM é director artístico da companhia de teatro
"...re...petição" e estudou teatro na ESMAE. Elege "A morte de um
caixeiro viajante" como a sua peça de teatro preferida, admira o
trabalho cinematográfico de Werner Herzog, mas escolhe "The
Meaning of Life" como o filme da sua vida. É fã dos Velvet
Undergroud, adora bolo de chocolate com noz e não perde os
episódios dos Simpsons e de South Park.
Obras Publicadas
"Eis uma dramaturgia consciente dos seus poderes cénico-formais e
poéticos, das situações que representa e do que nelas se faz
matéria de questionamento ou ludicidade, emoção, desejo,
compromisso ético. Criando engrenagens interlocutórias e
dinâmicas de palco que levam a linguagem, não raro, a lugares de
tensão e amenidade contrapostas, encontra nas personagens uma
vocação de polifonia que os destinatários mais activos (os
encenadores, desde logo) não deixarão de intuir e peculiarizar,
num trabalho estético cujo relevo importará reconhecer.
Ademais, há nestas peças uma voz em devir. Torna-se curial
acompanhá-la."
José Manuel Mendes
Presidente da Associação Portuguesa de
Escritores
in "Silêncio/Os Vendilhões do
Templo"
"Não é comum esta poesia hoje. Não é vulgar, no panorama de nova
poesia portuguesa ou, se se quiser, na poesia portuguesa dos mais
novos, esta coragem de enfrentar o leitor. Negreiros rasga, fere,
incomoda, impacienta. (...) Os outros são, afinal, o alimento da
sua poesia, ao contrário do culto narcisista da maior parte da
poesia que hoje se faz e se divulga, quase toda já escrita e já
lida, onde cada livro tem dificuldade em inovar, em criar
diferenças. E é por isso que, citando-o, há sempre lugar para
mais um. Mas um que é mais. Um cujo canto é livre em relação a si
mesmo e em relação aos outros, um que sobressai do imenso
Cancioneiro Geral e medíocre daqueles que não aprenderam ainda a
decisiva lição de que se pode cantar com várias vozes na voz com
um timbre único e original."
Joaquim Pessoa
Poeta
in "O cheiro da sombra das
flores"
João Negreiros
Sítio oficial do autor: www.joaonegreiros.pt.vu