Ao longo desta entrevista em que fomos conhecendo a essência da Gatuna também pelas palavras de Ana Ferreira, Maria Rodrigues e Andrea Mota, desvendamos o grande sonho da Gatuna...
A Gatuna é uma das
mais emblemáticas Tunas Femininas da Universidade do Minho. Teve
a sua estreia a 9 Maio de 1933 nas Monumentais Festas do Enterro
da Gata e desde então têm marcado pela sua irreverência em palco
e fora dele, pela sua forma muito própria de ser Tuna, como Ana
Ferreira nos confidenciou.
Porque uma
Tuna Feminina na UMinho?
A Tuna Feminina na
Universidade do Minho surgiu numa tentativa de alargar e
modificar a longa tradição de tunas masculinas. A Gatuna foi a
primeira tuna feminina a surgir na nossa Universidade.
Quando
surgiu a Gatuna?
A antestreia da
Gatuna deu-se a 28 de Abril de 1993, depois de alguns ensaios e
convívio gastronómico e académico, dando-se a sua estreia a 9 de
Maio do mesmo ano, nas Monumentais Festas do Enterro da
Gata.
Porquê
Gatuna?
O nome Gatuna
deve-se à realização, na nossa Academia, das Monumentais Festas
do Enterro da Gata. E na altura pensou-se... porque não? E no
fundo a gata é um símbolo da nossa Academia...
Em que se
diferencia a Gatuna das outras tunas femininas?
Além de um nome
curioso, penso que acima de tudo, a Gatuna se diferencia das
outras tunas pela sua maneira muito própria de ser Tuna. Aliada a
originalidade da nossa música, temos uma sobriedade muito típica
nas nossas actuações que tentamos conciliar com a tradicional
irreverência minhota.
Normalmente
quando surge algo novo numa academia é com o objectivo de se
inovar. Que aspectos pretenderam inovar, tanto a nível de música
como a nível de postura entre as várias tunas
existentes?
A principal inovação
foi apresentar à nossa academia uma tuna feminina, uma vez que
até então só existiam tunas masculinas. Tal como em outros meios,
quando surge algo novo, tem que haver mudanças relativamente ao
existente.
Obviamente, não nos
podemos comparar às tunas masculinas, mas em relação ao movimento
tunal feminino a Gatuna sempre apresentou uma postura diferente,
admirada por muitos e adorada por muito mais...Quer em palco ou
fora dele, através da sua musicalidade original associado ao
nosso magnífico traje minhoto é com orgulho que cada elemento diz
"Eu sou Gatuna".
Acham que
atingiram o objectivo?
O objectivo foi
imediatamente atingido nos primeiros anos de fundação, pois como
foi dito, a Gatuna marcou pela diferença. Mas passados 13 anos
lutamos arduamente para que a Gatuna esteja cada vez melhor a
nível musical e para que continue a ser reconhecida por todo o
país. Temos o prazer de participar nos melhores festivais a nível
nacional, o que é muito gratificante, principalmente porque neles
cantamos com orgulho um dos nossos hinos "O Estudante Minhoto"!!!
O que de certa forma nos eleva o ego perante as outras Academias!
Assim acho que temos vindo, ao longo dos anos, a conquistar um
lugar sólido no panorama musical universitário.
Como
caracterizam a vossa música?
A Gatuna sempre
piscou o olho às músicas do outro lado do Atlântico (ritmos
latinos, bossa nova...), mas procura também associar a estas os
nossos originais (serenatas feitas às tantas da manhã, quando
algumas de nós passavam noites em claro e pensavam em alguém em
especial...). Tentamos primar sempre pela sobriedade e
feminilidade, que nos caracteriza, na execução das nossas
músicas.
Qual tem
sido o vosso percurso e quais as participações mais
importantes?
Gatuna tem estado
nos melhores palcos do país em festivais organizados por outras
Academias, mas um dos momentos mais importantes/marcantes foi
quando fomos tocar aos nossos emigrantes radicados no Canadá. Foi
uma experiência muito gratificante, para além do orgulho que
sentimos em representar as cores da nossa bandeira no
"Festival of the Worlds
" inserido nos Campeonatos
Mundiais de Atletismo.
De resto todas as
viagens que a Gatuna realizou sempre ficaram na memória: os
festivais em Espanha, as digressões à Irlanda, à Madeira e aos
Açores...
Em 2000 lançamos o
nosso 1º CD "Coisas Simples"
. Nele constam os
originais que a Gatuna foi compondo ao longo destes 13 anos e as
canções que foi transformando, adaptando e também algumas
que foram oferecidas em serenatas pelos sempre charmosos
tunos minhotos.
A organização do
TROVAS - Festival Internacional de Tunas
Femininas
, onde durante 10 anos consecutivos subiram a
palco as melhores tunas do país e também de Espanha,
México, Porto Rico, Holanda...e que é reconhecido como um dos
melhores festivais de tunas femininas do País é uma das
actividades da qual nos orgulhamos e que todos os anos tentamos
que seja cada vez melhor.
Sentem que
já conquistaram o vosso espaço ou é algo que ainda está em
construção?
O mais difícil não é
conquistar, mas sim manter a qualidade. Trabalhamos arduamente,
às vezes com muitos sacrifícios a nível pessoal, mas no fim de
cada actuação, festival, ou ensaio, sentimos que fomos
recompensadas. Quer pelos aplausos, quer pela amizade que se
gerou no grupo. É uma grande experiência de vida, que todos os
estudantes deviam experimentar.
UMdicas:
Quais são os vossos projectos a curto e médio
prazo?
A Gatuna pretende
continuar activa no panorama tunal português. Por conseguinte, é
nosso
desejo seguir em
frente com actuações por todo país que, como sempre e felizmente,
tem vindo a acontecer. Para um futuro mais longínquo começamos a
planear uma possível digressão pela Europa, e quem sabe pela
América do Sul, afim de levar além fronteiras o cantar desta tuna
do Minho. Além disso, o Jantar do Caloiro manter-se-á como uma
aposta de grande valor bem como o TROVAS. Queremos continuar a
organizar um festival de prestígio e qualidade que trará até
Braga o melhor das Tunas Femininas. A gravação de um segundo CD
também faz parte dos nossos planos a médio prazo.
Umdicas:
Qual a vossa programação para este ano?
A Gatuna começa já
este fim-de-semana com um retiro para preparar novas músicas e
aperfeiçoar o reportório a apresentar dia 28 de Outubro no seu
Festival, o XI TROVAS, que tem entrada livre!
Depois de tocarmos
em casa, partimos de armas e bagagens para os Açores para
participarmos no III Insula. Em Novembro, já em solo continental,
actuamos em Aveiro e no mês seguinte, vamos à conquista da
capital com mais uma Expedição - festival organizado pela
Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico.
Por enquanto é esta
a nossa programação, mas a agenda da Gatuna pode ainda ser
preenchida com mais actuações.
É a Gatuna
que organiza o jantar do caloiro. Porque razão?
A realização deste
jantar surgiu à oito anos de uma ideia partilhada entre Serviços
de Acção Social da Universidade do Minho e a Gatuna pois ambos
acreditávamos que a Academia precisava de algo do género, uma vez
que na altura não existia o Acolhimento dos caloiros que existe
hoje. E desde então temo-lo realizado com muito gosto e,
felizmente, com muito sucesso!
Qual o
objectivo deste encontro à volta da mesa?
Esta festa tem como
principal objectivo a integração dos novos alunos na nossa
Academia e proporcionar-lhes um primeiro contacto com os grupos
culturais existentes na Universidade do Minho. É um momento de
grande convívio, em que os caloiros se sentem libertos da pressão
que sofrem na praxe?aqui é um momento de liberdade!!!. Existe,
também, um grande contacto com todos os grupos culturais
participantes, em que estes se dão a conhecer aos novos membros
da Academia com a esperança/expectativa de eles, um dia, se
juntarem a eles, caso seja a sua vontade.
Sabemos que
este ano aderiram muitos caloiros, a que se deve
isso?
De facto, este ano a
nossas expectativas foram, definitivamente ultrapassadas... Não
conseguimos apontar uma razão em particular para que este ano
tenha sido assim, uma vez que a divulgação foi feita da mesma
forma como nos anos anteriores, isto é, através da afixação de
cartazes pela Universidade e com a presença de dois elementos da
Gatuna nos dias das matrículas dos caloiros. Também costumamos
contactar as comissões de praxe de forma a sensibilizarem os
caloiros para esta actividade... e quem melhor para divulgar o
nosso jantar que os próprios "Doutores/Engenheiros" que
participaram em edições anteriores do Jantar do Caloiro?! Este é
o melhor marketing!
Como
decorreu este primeiro grande encontro entre os novos alunos da
UMinho?
Talvez me esteja a
repetir, mas voltou a superar as nossas expectativas! Todos os
anos este Jantar tem decorrido de uma forma fantástica. O
ambiente é magnífico, sem grandes exageros, mas com muita
animação! Mais uma vez, foi um enorme sucesso?.
A Gatuna tem
algum grande sonho? Qual?
Sonho? Seria voltar
a tocar no Teatro Circo em Braga...
Tuna Feminina
Universitária do Minho - GATUNA
Rua D. Pedro V,
88 - sala 3
4710 Braga
Tel. /Fax:
253213572
Os ensaios
realizam-se às terças e quintas-feiras as 21:30 no Bar da
Associação
(BA).
Michael
Varela
mika@sas.uminho.pt