A Tuna Universitária do Minho venceu a terceira edição do Festival Internacional de Tunas de Ponte de Lima. Além do prémio de melhor tuna, a Universitária trouxe para a UMinho o prémio de melhor pandeireta.
O festival internacional de tunas de Ponte de Lima, organizado
pela Estudantuna Académica da Universidade Fernando Pessoa teve
como grande vencedor a Tuna Universitária do Minho (TUM). Este
certame que decorreu no Teatro Diogo Bernardes, nos dia 7 e 8 de
Abril, teve pelo terceiro ano consecutivo casa cheia e, mais uma
vez, os bilhetes estavam esgotados três dias antes do festival.
Este facto mostra que as tradições, apesar de curta existência do
"Fernandinho", da tunas está viva e, ao mesmo tempo, muito
acarinhada pelas gente da vila mais antiga de Portugal.
O bom cartaz levado a palco pela tuna organizadora também
contribuiu para um fim-de-semana tunal de qualidade acima da
média. As tunas presentes também se mostraram empenhadas em dar o
seu melhor e, para quem deambulava pelas ruelas de Ponte de Lima,
era com naturalidade que se "tropeçava", quase sempre, numa
actuação espontânea tunal. As serenatas foram sempre os "hits"
escolhidos pelas tunas, com destaque para a Tuna de Direito de
Albacete. Habituados às "rondas nocturnas" espanholas, estes
tunos foram incansáveis, destoando do contexto de estagnação e
pouca qualidade que vive o mundo das tunas de "nuestros
hermanos".
Depois de um "passa calles" durante a tarde de sábado, onde o
júri elegeu a Estudantina Universitária da Madeira como sendo a
melhor em desfile, o festival subiu a palco ao mesmo tempo que os
olhares das tunas portuguesas estavam concentrados em Alvalade.
A concurso estiveram, no centenário teatro Diogo Bernardes, a
Tuna da Universidade Católica Portuguesa do Porto, que venceu os
prémios de "segunda melhor tuna", melhor "instrumental" e
"solista", a Tuna de Direito de Albacete, a Estudantina
Universitária da Madeira que, além do prémio de melhor "passa
calles", venceu ainda os prémios de ?"una mais tuna" e melhor
"porta-estandarte", e a Tuna Universitária do Minho que levou
para a UMinho, além do ceptro de melhor tuna, o prémio de melhor
"pandeiretas". A extra concurso actuaram as tunas da casa. A
Estudantuna Académica de Ponte de Lima, grupo organizador, e a
Tuna Feminina
"Spestuna".
Raptos, cor, alegria e muita música
A Spestuna foi a primeira abrir as cortinas do palco. A partir
daqui, os apresentadores Zeca Pistones e Zeca Serapilheira
tomaram conta do palco e apresentaram as tunas a concurso, onde
reportagens mirabolantes tomaram de assalto a tela do palco.
Desde o mercado negro que o festival envolve, até a exibição da
uma cassete com o rapto do magister da tuna anfitriã, sem dúvida,
momentos hilariantes com que o público foi presenteado nos
intervalos.
A Tuna de Derecho de Albacete foi primeira tuna a concurso e, sem
dúvida, mostrou que o cartaz deste ano prometia e a música da
terra de Dom Quixote de "La Mancha" encheu de alegria a plateia.
Em seguida, os homens do "ponche" subiram ao palco e mascarados
das sete mulheres do Minho, correram com o regedor e puseram o
público a dar-lhes uma grande ovação, sem dúvida, uma grande
actuação da Estudantina Académica da Madeira. Após o intervalo,
depois de uma homenagem à Universidade Fernando Pessoa e Câmara
Municipal de Ponte de Lima, era tempo da Tuna Universitária do
Minho abrir a segunda parte.
Os "vermelhinhos" trouxeram as mil e uma histórias de um
estudante, onde as músicas davam mote a cada aventura deste rapaz
apaixonado e boémio que um dia entrou para a tuna. Sem dúvida, um
espectáculo que deliciou toda a gente. Para fechar, as tunas a
concurso de mais uma edição do "Fernandinho", subiu ao palco a
Tuna da Universidade Católica Portuguesa do Porto que conquistou
toda a gente presente. Prova disso foi a ovação que os tunos da
invicta arrancaram depois de apresentarem o seu instrumental e a
música de solista.
A encerrar o festival, as cortinas abriram-se para a Estudantuna
Académica de Ponte de Lima e o seu "Ser Estudante", ovacionado e
cantado em coro por toda a gente. Uma actuação muito especial
para a tuna anfitriã que comemora este ano 15 anos. E assim, o
Fernandinho fechava as cortinas e ficava a promessa de voltar
para o ano, sem antes entregar os prémios e a Tuna Universitária
do Minho invadir o palco para festejar o prémio de melhor tuna do
certame.
António Silva, magister da tuna organizadora, fez uma avaliação
positiva do III Fernandinho. Para a quarta edição já estão
pensadas algumas alterações ao festival. Um local que albergue
mais espaço e dois dias de concurso são as novidades. A
Estudantuna Académica vai apresentar a curto espaço um
espectáculo "unplugged" dedicado às pessoas de Ponte de Lima.
Nuno Cerqueira