A Tuna da Universidade Católica Portuguesa do Porto venceu o grande prémio "melhor Tuna" da décima segunda edição do Certame Lusitano de Tunas Académicas (CELTA). Este grupo também levou para a cidade invicta os prémios de "melhor instrumental" e "melhor solista".
Aquele que é considerado um dos melhores festivais de tunas de
Portugal, o CELTA, organizado pela Azeituna, Tuna de Ciências da
Universidade do Minho, ficou marcado pela presença de menos
público este ano no grande Auditório do Parque de Exposições de
Braga (PEB). O mau tempo e a transmissão televisiva de alguns
jogos de futebol foram algumas das razões apontadas pela
organização. Mesmo assim, no sábado, segundo dia de festival no
dia 3 passado, esteve perto da lotação máxima.
No primeiro dia, sexta-feira, o palco encheu-se de tunas que
lutavam pelos prémios em jogo. Os Tunídeos, Tuna Masculina da
Universidade dos Açores, foram aqueles que mais aplausos
arrancaram do público. Sempre originais, juntaram a alegria
açoriana ao bom timbre musical. Esta tuna acabaria por vencer o
prémio de "melhor pandeireta". Também neste primeiro dia de
CELTA, a Magna Tuna Cartola de Aveiro também acabaria por ser
umas das tunas premiadas com o ceptro de "2ª melhor Tuna" a
concurso. Estas foram, realmente, as tunas que mais se destacaram
no primeiro dia de espectáculo. A Estudantina Universitária de
Coimbra e a Hinoportuna de Viana do Castelo, apesar das suas
razoáveis actuações, não mostraram o fulgor de outros tempos.
Mesmo assim rubricaram uma agradável sessão musical, que viria a
ser concluída pela Tuna padrinha da Azeituna, a Universitária do
Minho. Este grupo, da casa, também sem a pujança de outrora,
brincou com os seus afilhados e estreou um instrumental novo que
as gentes
de Braga ainda não tinham tido a oportunidade
de ver e ouvir.
Já o segundo dia de certame, inaugurado pela Tuna Feminina
Universitária do Minho e com uma moldura humana considerável, as
subidas a palco da Tuna Universitária do Instituto Superior
Técnico (TUIST) e da Tuna da Universidade Católica Portuguesa do
Porto trouxeram animação suficiente justificando, desta forma,
todos aqueles que se deslocaram ao PEB e pagaram bilhete. A TUIST
foi, como é norma nesta tuna, original. Apresentou um espectáculo
todo ele dedicado à quadra natalícia e até houve tempo para o
resgate do Pai Natal que tinha sido raptado pela...TUIST. Esta
tuna foi aquela que mais agradou aos espectadores e acabou por
vencer o prémip "tuna+tuna". A Católica, vencedora do certame,
pautou a sua actuação por um rigor musical que convenceu o júri e
atribindo, inclusive, o prémio de "melhor instrumental". Destaque
para a música de solista, Toreador
, que acabaria por dar
mais um prémio para a Católica, "melhor solista". A Tuna
Universitária de Beja estreou-se em Braga, ficou encantada com a
hospitalidade e a beleza da cidade, dedicando a sua actuação às
donzelas presentes no PEB. A Estudantina Universitária de Lisboa
acabaria por destoar do contexto animado em que se tornou o
festival, mesmo
assim arrecadou o prémio de "melhor porta-estandarte"
.
Apresentou um espectáculo sóbrio e a apelar ao sentimento,
acabando por não conquistar o júri e o público.
O balanço do festival acabou por ser positivo e levou a
organização do XII CELTA a afirmar que "o nível dos festivais de
tunas em Braga merece um regresso ao Teatro Circo". Este desejo
também é partilhado pelo público e pelas tunas, pois esta mítica
casa bracarense deixa no ar a frase "foi um bom festival mas para
ser perfeito falta ser realizado no palco das paixões, o Teatro
Circo".
Nuno Cerqueira