A iniciativa decorreu no Espaço B-Lounge da Biblioteca do campus de Azurém, em Guimarães, inserida nas celebrações do 49.º Aniversário da UMinho.
Tendo como anfitrião o pró-reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica, Manuel João Costa, que fundamentou a pertinência do Fórum dedicado à Educação Superior pela necessidade de, mais que evoluir, dever pensar-se em transformar, uma vez que o mundo à nossa volta está num ritmo de evolução “inacreditável”, disse. “Talvez evoluir não chegue, talvez transformar seja uma necessidade”, afirmou.
Apontando alguns dos desafios que o ensino superior tem pela frente, tais como, a modernização da oferta educativa; a experiência dos estudantes reimaginada; e a liderança em contextos internacionais/interinstitucionais.
No âmbito da IA, Manuel João Costa disse ainda que é um tema que “ou nos escondemos dele, ou lidamos com ele”, revelando que a opção da Universidade tem sido “lidar com ele” e, nesse sentido, apresentou o resultado de um questionário levado a cabo há 15 dias, em que das 334 pessoas inquiridas 237 dizem conhecer a ferramenta e saber explicar as suas funcionalidades, 59 sabem da sua existência, mas não ao certo do que se trata, 23 já ouviram falar, mas não sabem o que é, e 15 não conhecem.
No intuito de debater os desafios que ensino superior enfrenta ligados à inteligência artificial, a mesa redonda juntou Jorge Mateus, investigador do Centro de Ética, Política e Sociedade, o coordenador do Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes (LASI) e professor da Escola de Engenharia da UMinho, Paulo Novais, o vice-presidente da Europe for DigitalTown, Jorge Saraiva, e o estudante Tiago Soares, da licenciatura em Ciências da Computação da UMinho, moderada pelo jornalista Daniel Catalão, da RTP.
“A UMinho está empenhada em encontrar estratégias para a inclusão da IA nas salas de aulas”, referiu o pró-reitor, uma realidade cada vez mais presente no dia a dia de estudantes e docentes “que não deve nem pode ser ignorada”, apontou.
O objetivo da discussão, segundo este, “é promover partilhas entre colegas que já usam as ferramentas de IA”, revelando que vai ser feita “formação” através do Centro IDEA-UMinho.
Sobre o ChatGPT, uma ferramenta de processamento de linguagem baseada na inteligência artificial, foram evidenciadas as vantagens e desvantagens, em que moldes a IA poderá ser integrada no ensino/aprendizagem, o modo como poderá ser introduzida em sala de aula, etc.
As opiniões é que a ferramenta poderá ser encarada como um recurso auxiliar, por via de tecnologia educacional ou de plataformas online, e não como substituta dos docentes ou como via para a desumanização do processo de ensino.
Tiago Soares, aluno de Engenharia Informática, assinalou a importância de os docentes começarem a utilizar novas metodologias de avaliação e ensino, apontando que “devem esquecer padrões repetitivos".
Texto: Ana Marques
Fotos: Nuno Gonçalves