O 5.º aniversário do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-Sustentabilidade (IB-S) da Universidade do Minho, festejou-se no passado dia 9 de dezembro, no campus de Gualtar, tendo como convidado especial o secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, que veio proferir a palestra "Desafios e Oportunidades da Economia do Mar", intervenção durante a qual indicou que a academia minhota é “um excelente parceiro” para que o país esteja na vanguarda da transição energética e da sustentabilidade económica.
O governante afirmou que “vir à academia e falar com os investigadores, cientistas, professores e alunos é fundamental porque precisamos de convocar todo o conhecimento, inovação e desenvolvimento para conhecermos melhor o mar e aquilo que são as realidades da biodiversidade, mas também da exploração sustentável”, disse.
O secretário de Estado apontou três áreas que vão ter um enorme desenvolvimento, entre elas, o desenvolvimento das energias renováveis oceânicas, a aposta na aquicultura sustentável e a aposta no transporte marítimo. "Temos aqui três áreas fundamentais que exigem muito conhecimento, por isso é tão importante termos a academia envolvida e a participar de forma muito inteligente e muito focada, como tem feito”, assinalou, apontando ainda que “muito brevemente vai ser testado um protótipo para a produção de energia das ondas, que está a ser ultimado por um consórcio luso-sueco e que teve na Universidade do Minho grande parte do processo de desenvolvimento”.
Sobre o IB-S, José Maria Costa referiu ainda os importantes contributos da unidade para o país, classificando-o como “um centro que congrega saberes”, e destacando a importância de “ligar o ecossistema científico e o empresarial para mobilizar investidores, atraindo investimento para que haja capital financeiro a apostar no setor da economia do mar”, que como afirmou, “ainda é considerada uma área de risco”.
Na mesa redonda que se seguiu, José Teixeira, presidente do Conselho Estratégico Empresarial do IB-S e CEO do DST Group, expôs que “o IB-S está do lado certo do mundo”, asseverando que “vamos ter que diminuir a velocidade e fazer uma transição para um consumo que precise de menos energia”, assegurando que “o IB-S tem um pensamento ecologista”, algo de que o mundo “precisa”, disse.
O IB-S é fruto da parceria entre o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), centros de investigação das escolas de Ciências e de Engenharia da UMinho, respetivamente. Com mais de 150 investigadores, é “um centro de co-criação de valor entre todas as partes interessadas”, referiu a diretora do IB-S, Cláudia Pascoal, patenteando a relevância do “trabalho em rede” que é feito, seja no interior da Academia, seja entre a Academia e o tecido empresarial.
Num balanço, após cinco anos da sua criação, Cláudia Pascoal realça ainda os mais de 50 projetos de investigação que captaram mais de 10 milhões de euros de investimento, afirmando que “o IB-S tem um futuro promissor na área do mar”.
Texto: Ana Marques
Foto: Nuno Gonçalves