Estas foram algumas das propostas do novo presidente da ELACH, João Cardoso Rosas, que tomou posse do cargo no passado dia 31 de outubro, acompanhado dos vice-presidentes Margarida Pereira, com a pasta do Ensino, Ângelo Martingo, nas Infraestruturas e Projetos Especiais, e Bruna Peixoto, responsável pelo BabeliUM e Interação com a Sociedade.
O novo presidente, que já liderou os destinos da agora ELACH entre 2016 e 2019, sucede no cargo a Isabel Ermida, apontando que agora “as cartas estão voltadas do avesso”, com uma “situação de estabilidade interna”, mas uma situação externa “bem mais difícil”.
Assinalando a situação “crítica” da UMinho a nível financeiro e de tesouraria, afirmou que a instituição não tem “músculo financeiro” para realizar os múltiplos empreendimentos em que está envolvida, sublinhando ainda que se o cenário de crise social se confirmar “estes problemas irão agravar-se ainda mais no próximo triénio”.
O responsável da ELACH refere também que outro dos problemas da Universidade se coloca ao nível da “sua organização interna”. Patenteando que o crescimento da Academia, em termos de dimensão, “aprofundou o problema do subfinanciamento” e deixou à vista “a inadequação da sua organização interna”. Dois problemas, financeiros e organizacionais, que diz, a ELACH e as outras Unidades Orgânicas (UO)terão de enfrentar nos próximos anos.
Se o problema exterior é difícil mudar, o presidente diz que a estrutura organizativa da Universidade “depende sobretudo de nós e da nossa capacidade para mudar de uma forma decidida, estruturas e práticas que tiveram o seu tempo, mas que hoje se revelam obsoletas”, disse.
Sobre a estratégia em curso para o próximo ano, relativamente ao facto de as UO da UMinho terem orçamentos próprios, João Cardoso Rosas diz que se “está a transferir o défice para as UO, ao mesmo tempo que mantemos a nível central os recursos financeiros e humanos de que as UO necessitam para fazerem face ao défice e à sua gestão”.
Sobre a estratégia e desafios para o triénio 22-25, o responsável propõe que a ELACH avalie a sua oferta educativa, sobretudo ao nível da sua pós-graduação, prepare a sua estrutura de investigação, visando o próximo ciclo avaliativo e, no que toca ao Babelium, conta expandir o ensino do Português Língua Estrangeira e oferecer cursos de línguas estrangeiras focados em áreas específica, como, por exemplo, escrita académica ou áreas específicas do saber, assim como reforçar a formação de professores. Assinalando ainda que outra das apostas passará por um mestrado conjunto com a Aliança Arqus em Tradução e Comunicação Multilingue.
Os pedidos também se fizeram notar, e João Cardoso Rosas salientou a falta de recursos humanos e instalações condignas, frisando que o edifício da ELACH “é o mais antigo do campus e nunca teve uma intervenção relevante”. Sublinhando ainda a preocupação com as instalações do curso de Música, nos Congregados, e as instalações do curso de Teatro no Teatro Jordão, “impõe-se uma intervenção imediata e decidida por parte da Reitoria”, comunicando que se os problemas não forem resolvidos, apresentará uma proposta de relocalização da Licenciatura em Teatro, na cidade de Braga.
Rui Vieira de Castro destacou a palavra “crise” para descrever a Universidade e a ELACH, como sinónimo de “momento decisivo” para resolver a “encruzilhada” em que a Academia se encontra. Apontando a pandemia e a guerra na Europa, como fatores que vieram agravar a situação, mas com os quais “temos de jogar”, disse.
O reitor da UMinho diz ainda que a “encruzilhada” se deve à estrutura docente envelhecida, ao elevado número de investigadores e à oferta educativa excessiva, lembrando que “está a desaguar sobre nós uma crise demográfica enorme” que virá agravar os problemas.
Sobre as soluções, indica a revisão estatutária como um dos caminhos, pelo que a Universidade só pode gastar aquilo que pode gerar. Assim, cada UO terá orçamentos próprios, sendo que o exercício que está a ser feito, é saber quanto custa cada unidade, identificando-se as fontes de receita e despesa da instituição.
Texto: Ana Marques