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Academia, 11.10.2022 às 10:50
Escola de Engenharia da UMinho pede mais autonomia e mais recursos
A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (UMinho) completou 47 anos. A sessão comemorativa decorrida no passado dia 6 de outubro, em Guimarães, ficou marcada por pedidos, balanços e desafios para o futuro, da Escola e da própria Universidade.

“Vivemos tempos estranhos. Mesmo sabendo que a história é cíclica, não os esperávamos viver”, começou por dizer o presidente da Unidade Orgânica (UO), Pedro Arezes.

Apesar das dificuldades do quotidiano, o responsável da maior Escola da Universidade do Minho (UMinho) olha para 2023 com algum otimismo, destacando três iniciativas que deverão marcar a atividade da Escola. Em primeiro, a revisão estatutária em curso na UMinho, a qual, segundo este, “poderá levar, entre outras consequências, a uma maior autonomia das unidades orgânicas, e, por conseguinte, a uma maior capacidade de ação da Escola de Engenharia”. Em segundo, o exercício de reflexão estratégia da Escola que pretendem desenvolver em breve, o qual deverá “enquadrar e antever o desenvolvimento desta para a próxima década”. Em terceiro, aponta o exercício de definição do orçamento por unidade orgânica, que afirma, “parece trazer desafios mais complexos de gestão, mas que me faz acreditar poder permitir uma execução orçamental mais equilibrada, justa, e, acima de tudo, transparente”.

Pedro Arezes elencou ainda, algumas questões que já haviam sido apontadas no mandato anterior e que continuam por resolver, indicando como “críticas” para o bom funcionamento da Escola, e pedindo mais uma vez ao Reitor da UMinho, “um plano de rejuvenescimento da estrutura de recursos humanos”, quer docentes, quer técnicos administrativos e de gestão, “a necessidade de aprovação de um regulamento orgânico da UO”, que permitiria “ter níveis de decisão intermédios e locais”, e “a necessidade de agilização dos processos administrativos e da capacidade de decisão em tempo útil”, lembrando que a Escola de Engenharia coordenará 17 dos 18 projetos do PRR aprovados para a UMinho, e que em conjunto totalizam um valor superior a 40 milhões de euros, “aos quais certamente se juntarão outros resultantes da nova programação europeia para 21-27 e do seu principal instrumento, o Portugal 20-30”, disse.

Paro o Reitor, Rui Vieira de Castro, apesar dos tempos complicados, é necessário garantir “adequadas respostas” naquilo que é a esfera de atuação da Universidade, afirmando que a Academia “deu, está a dar e tem de continuar a dá-las”, nomeadamente em relação ao PRR, “áreas em que foram lançados programas que a Universidade começou já a beneficiar e que de alguma forma vão ser estruturantes do nosso futuro próximo”, disse. Chamando a atenção que a instituição não pode ignorar também, documentos como “a estratégia de desenvolvimento do Norte”, “o programa regional do Norte”, bem como o “acordo de parceria Portugal 20-30”, e mesmo os programas europeus “Horizonte Europa e Erasmus+”. “Estamos perante documentos que vão de forma decisiva balizar a nossa atividade e as possibilidades que a próxima década nos oferece”, apontou.

Sobre o processo de revisão estatutária, assegura que “alicerça-se no conjunto de vetores de mudança que estão identificados e consensualizados dentro da nossa comunidade e que podem vir assumir centralidade na transformação institucional”, referindo-se a algo que descreveu como “geometrias organizacionais”, as quais se traduzirão na libertação de energia das unidades orgânicas, o que vai permitir que a Universidade tenha uma maior capacidade de resposta aos vários desafios com que é confrontada.

O responsável máximo da academia minhota revelou ainda que cada uma das unidades orgânicas da UMinho terão orçamentos próprios, “fazemo-lo por uma convicção acerca das virtualidades associadas a um crescimento de autonomia e da responsabilidade das unidades”, disse.

Rui Vieira de Castro expôs ainda que a situação atual da UMinho seria mais simples se “a Universidade dispusesse dos recursos financeiros que lhe são devidos”, sublinhando que a academia minhota foi vítima, ao longo de muitos anos, de um sistemático subfinanciamento, o qual tem tido expressão na vida quotidiana da instituição. Indicando que existe um sinal, para 2023, que haverá um adicional de financiamento, o qual traz consigo o reconhecimento do diferencial entre o que é entregue à Universidade e o que lhe deveria ser entregue por aplicação das regras de financiamento. “Esse diferencial está colocado em 17 milhões de euros, cerca de 10% do orçamento geral da Universidade”, afirmou.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves 

Arquivo de 2022