A sessão ficou marcada por discursos de força e coragem, avisos e reivindicações, e recados sobre o presente e o futuro da nova etapa da vida destes recém-universitários. Os novos estudantes ouviram, pela primeira vez, o hino da academia, cantado pelo Coro Académico da UMinho e as interpretações da Tuna Universitária do Minho e do grupo de percussão Bomboémia.
“Hoje dão o primeiro passo em direção ao vosso futuro”, começou por dizer o presidente da AAUMinho, lembrando que há precisamente cinco anos “estava sentado exatamente onde vocês estão”.
Duarte Lopes aconselhou os novos colegas a não fazerem o percurso académico sozinhos, pois “o vosso maior suporte serão sempre os vossos colegas”. Incentivando-os a aproveitarem e envolverem-se na comunidade e em tudo o que a UMinho oferece, “envolvam-se no máximo de frentes possíveis e o mais cedo possível”, sublinhando que isso fará com que cheguem ao fim deste percurso “como cidadãos mais completos”.
Assinalou, ainda, que a cultura democrática e de participação cívica em Portugal ainda precisa de muito amadurecimento e crescimento, afirmando que “recai sobre vocês o especial dever de a fomentar”. Encorajou-os, também, a fazerem parte dos grupos culturais e a participarem na prática desportiva, formal e informal, assegurando ter a certeza de que nesta cerimónia “temos muitos futuros atletas que em breve farão uso do equipamento da AAUMinho”. Destacando ainda o programa Erasmus, aconselhando-os a participar. “Façam desta academia a passadeira que vos prepara para corrida que é a vida”, rematou.
Dirigindo-se ao Reitor da UMinho, lembrou que “iniciamos esta semana um novo ano letivo, com novos colegas, mas com os velhos problemas e até mesmo alguns novos”, indicando a falta de alojamento estudantil público, acessível e de qualidade e a contínua deterioração do que temos, a inflação dos transportes que parece não querer abrandar ou os custos associados à aquisição de materiais, “devemos ser resilientes”, disse, mas frisando que “a resiliência não paga as contas, nem faz com que água fria do chuveiro fique quente ou que o teto do quarto que já está preto de humidade fique branco”. Chamando a atenção ao responsável máximo da Academia de que há muito a fazer e que pode contar com a cooperação da Associação Académica, “uma intervenção no nosso parque de residências é, como sabe, urgente, mas os custos a si associados não podem, novamente, recair sobre os estudantes. Procuremos soluções, multipliquemo-nos e desdobremo-nos em respostas”, requereu.
Terminado, disse aos estudantes que “não se assustem”, na Associação Académica, terão sempre um “ombro amigo que tentará sempre ser o mais próximo possível”.
Rui Vieira de Castro, começou por destacar os cerca de 2900 novos estudantes chegados à UMinho, assinalando serem eles que “asseguram a permanência da Instituição e a sua renovação”.
Sobre a Universidade, lembrou que é hoje uma comunidade de “23.000 pessoas, 20.000 das quais estudantes, que frequentam os mais de 200 cursos de licenciatura, de mestrado integrado, de mestrado e de doutoramento que a Universidade oferece”, destacando ainda, a qualidade da sua investigação, o papel que desempenha na transformação social, económica e cultural da região e do país, e a sua forte internacionalização.
O responsável, alertou para mundo “cada vez mais complexo e exigente” que os espera, aconselhando-os a que participem na sua formação, nos eventos académicos, culturais e recreativos, a atuarem nos órgãos da Universidade, a aproveitarem as experiências de internacionalização que a Universidade promove.
Falando sobre os direitos e deveres dos estudantes, o Reitor avisou que a Universidade “não transige” com discriminação, intolerância, violência, intimidação, assédio ou humilhação. Declarando que para a Universidade, o respeito pela dignidade da pessoa humana, pelos princípios da responsabilidade, da igualdade, da justiça, da participação democrática e do pluralismo de opiniões, “é essencial”.
Concluiu, transmitindo que a universidade “tem lugares próprios para expressão da vossa voz”, aconselhando os alunos a recorrerem à Provedora do Estudante, a qual tem como missão “promover e defender os direitos e interesses dos estudantes no contexto da vida universitária”.
Texto: Ana Marques
Fotos: Nuno Gonçalves