Organizado pela Universidade do Minho (Laboratório de Automação e Robótica) e pela botnroll.com (spin-off da Universidade do Minho), com o apoio dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), o evento de três dias “non-stop”, já reconhecido como o maior evento de robótica educacional em todo o Mundo, decorreu no pavilhão desportivo universitário, onde juntou participantes com idades entre os 8 e os 63 anos.
O programa contou com uma sessão de abertura, onde esteve presente o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro, o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, bem como outras individualidades. Nas suas intervenções, todos salientaram a importância deste evento quer a nível tecnológico, quer a nível educacional, quer mesmo pela idade jovem dos participantes e da importância para o seu futuro. O momento foi aproveitado por Edil de Guimarães para convidar o Ministro da Educação a vir visitar o evento no próximo ano, “o que aqui se faz pode ser excecional para o país”, sublinhando que este exemplo “deve ser replicado pelas escolas do país”, disse.
O evento teve uma primeira formação sobre “construção da placa controladora e soldadura de componentes eletrónicos”, seguiu-se a entrega dos componentes eletrónicos e mecânicos para construção do Kit 100% português e compatível com Arduino, Bot’n Roll ONE A, desenvolvido pela botnroll.com. Posteriormente os participantes deram início à construção do robô e em poucas horas, este já estava montado pela maior parte das equipas.
Gonçalo Costa (Escola Secundária de Barcelinhos) foi um dos participantes, afirmando que resolveu participar porque queria “aprender mais sobre o mundo da robótica e da programação”. Além disso, o facto de poder vir a um lugar que não conhecia, a uma universidade, a um evento como a Roboparty “foi uma motivação extra”, ainda mais porque a área “poderá ser o meu futuro”, disse.
Em representação da Escola Profissional de Famalicão e da Escola de Ribeirão, o professor Nuno Barbosa veio com um grupo de alunos, uns mais crescidos e outros mais pequeninos. Professor e entusiasta da área da eletrónica, afirmou que “mais que o futuro, a robótica já é o presente”, apontando que “é uma área em que a gerações jovens devem apostar”.
Os participantes puderam, em paralelo, desfrutar de algumas atividades lúdicas e desportivas como um torneio de ténis de mesa, jogos de basquetebol, jogos tradicionais, torneio de xadrez, bem como assistir a atuações de alguns grupos culturais – da Tun’Obebes (Tuna Feminina de Engenharia da Universidade do Minho) e da Afonsina (Tuna de Engenharia da Universidade do Minho).
Muitos foram os participantes que continuaram a trabalhar noite dentro e uma boa percentagem ficou mesmo a noite toda a trabalhar, tal era a vontade de ver o robô construído. Quem cedia ao cansaço descansava em saco-cama e em colchões disponibilizados para o efeito num local próprio, numa área do pavilhão denominado “RoboHotel”.
No segundo dia, decorreu a formação sobre programação de robôs “Arduino IDE” e de seguida os participantes começaram a programar o seu Bot'n Roll ONE A. Esta linguagem foi muito apreciada e facilmente aprendida. Os professores inscritos na formação acreditada assistiram à aula de Desenho CAD e impressão 3D, e ainda à formação sobre Simulação Gráfica de Robôs com o software CoppeliaSim.
Da parte da tarde os robôs já estavam programados, tendo decorrido dois desafios robóticos “Obstáculos” e “Race of Champions”.
No terceiro dia de manhã decorreu o desafio surpresa “RoboParty Fun Challenge”, onde cada robô teve de empurrar dezenas de bolas de ténis de mesa para o campo adversário, dependendo esta prova não apenas do robô, mas também da destreza do participante.
Após o almoço na cantina da Universidade, deu-se início ao desafio de Dança, com muito público a assistir, e onde praticamente todas as equipas participaram, demonstrando o grau de sucesso na construção dos robôs. Aqui os participantes mostraram a sua imaginação e criaram robôs belíssimos, que dançavam ao ritmo da música. Um júri composto por oito elementos deu a sua classificação.
Para além dos participantes, a organização contou com cerca de 100 voluntários, alunos de Eletrónica Industrial, Mecânica e Mecatrónica. Uma dessas voluntárias foi Cátia Carneiro (Engenharia Eletrónica), que classificou o evento como “fenomenal”, dado que junta idades quase dos 8 aos 80, “todos com o objetivo de aprender, de perceber mais e de compreender o que reserva o futuro nesta área”. Para a estudante da UMinho, a Roboparty “é um evento bastante educacional” e “uma experiência espetacular” que tem o seu culminar e a preenche com um sentimento de alegria “ao ver as provas finais dos robôs”, concluiu.
Texto: Redação
Foto: Nuno Gonçalves