Num balanço positivo do trajeto destes 40 anos da EEG, e sob o lema “40 anos a gerar conhecimento”, a presidente da EEG, Cláudia Simões, afirmou que “tornámo-nos numa Escola dinâmica na investigação, inovadora no ensino e sólida na relação com tecido económico e social”. Apontando como um dos pilares fundamentais de afirmação da EEG no contexto nacional e internacional, “a aposta na qualidade da investigação científica, reconhecida além-fronteiras”.
Sobre a aposta na acreditação internacional, em 2021, a EEG já viu reconhecidas as licenciaturas em Gestão e Economia, e o mestrado em Finanças, “esperamos alargar esta acreditação a outros cursos da área”, referiu a Presidente, tendo subjacente que esta aposta na acreditação internacional dos cursos irá “melhorar a experiência do estudante e a oferta educativa, visando os desafios e necessidades do mercado de trabalho nacional e internacional, e acompanhando as competências transversais necessárias ao desempenho profissional de excelência”, para além de que trará mais visibilidade e reconhecimento da qualidade da formação que é feita na EEG e na Minho. O objetivo será também a captação de cada vez mais alunos internacionais. Atualmente, dos 2 900 estudantes da EEG, 373 são internacionais, sendo que 63% estão em cursos de terceiro ciclo.
Ainda neste sentido, a EEG submeteu o relatório inicial de diagnóstico para um processo de acreditação internacional que envolverá a Escola, e em última análise, a Universidade. “Um processo cuja concretização deverá verificar-se apenas a longo prazo, mas já desenvolvemos um esforço inicial muito, muito importante”, disse.
Cláudia Simões revelou ainda que a EEG irá contribuir, através da UMINHO – EXEC, na lecionação de 12 cursos não conferentes de grau, integrados na “Uminho Education Alliance”, sendo que alguns devem já arrancar em abril. Estes deverão envolver cerca de 350 formandos.
“Apesar de toda esta dinâmica de atuação da Escola para concretizar os projetos em curso e futuros, carecemos da disponibilização atempada de recursos financeiros, humanos e técnicos”, apelou a presidente da EEG à Reitoria e serviços centrais, “uma resposta real e célere” na disponibilização dos recursos, “incluindo os que são gerados pela Escola, bem como a simplificação de procedimentos administrativos”. Para além disso, reclamou a solidificação de carreiras e a abertura de concursos para professores associados.
Rui Vieira de Castro felicitou a Escola pelo seu percurso “reconhecidamente de sucesso”, e apontou os desafios para o futuro, desta e da UMinho, nomeadamente, a acreditação internacional dos cursos da EEG, a formação não conferente de grau, a refundação do Instituto Nacional de Administração que abre novas oportunidades à UMinho e à EEG, a nível da formação na Administração Pública, “são um conjunto de oportunidades que devem ser aproveitadas”, alertou.
Sobre os “desafios maiores” da Universidade, o Reitor apontou a simplificação administrativa e a reforma estatutária, sublinhando a sua necessidade para que “a Universidade possa responder aos desafios do presente”.
Rui Vieira de Castro elencou ainda os “elementos fortes de risco” da Universidade, assinalando como “problema nuclear”, o “subfinanciamento”. Lembrando que a UMinho ultrapassou, este ano letivo, os 20 000 alunos, lamentou que em termos de financiamento público, seja o mesmo de quando tinha 15 000. “Estaríamos numa posição mais confortável se não tivéssemos alargado o recrutamento”, disse, expondo que a Academia assumiu o compromisso de responder à procura da sua oferta formativa, sendo que não esperava este desfecho em termos de financiamento.
Entre os outros elementos de risco, apontou o problema do PREVPAP, a falta de políticas para as instituições do ensino superior e os desequilíbrios internos fortes. Como risco “adicional e novo”, enfatizou o facto de se estar a sair de uma pandemia, após dois anos difíceis, e nos depararmos com o conflito na Ucrânia, “não podemos pensar que vamos ficar imunes”, disse.
Perante tudo isto, o reitor da UMinho patenteou que a Universidade vive uma situação de “escassez de recursos” o que obriga a uma “abordagem cautelosa dos investimentos a fazer”.
Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), foi convidado para uma palestra sobre “Novos contextos, novos desafios para o mundo empresarial”, na qual assinalou que o grande desafio de Portugal é “o crescimento económico e a produtividade”, sublinhando que o país “tem demorado demasiado tempo a dar resposta a problemas estruturais”.
Texto: Ana Marques
Fotos: Nuno Gonçalves
Fonte: GCI