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Academia, 17.12.2021 às 17:40
Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas festejou 46 anos
A Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho (UMinho) assinalou o seu 46.º aniversário, no passado dia 15 de dezembro, com duras críticas e cobrança de promessas feitas, mas também com algumas boas novidades, como a “nova casa” para a licenciatura em Teatro.

Criticando os “velhos problemas” e comparando a ELACH a uma “traineira” que navega a custo, Isabel Ermida afirmou que de ano para ano, e após três anos de mandato como presidente da Escola, “caminhar nas águas da UMinho é cada mais difícil”. Algo que diz não ter a ver apenas com a “tempestade sanitária interminável”, mas com outra tempestade “oficialmente crónica”, a “financeira”.

A presidente da ELACH criticou ainda as entidades financiadoras, “falham-nos ano após ano, após ano”, questionado se o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) “enfraqueceu” ou simplesmente “desapareceu”! 

Indicando que UMinho deve olhar para dentro e indagar novas soluções, Isabel Ermida elencou alguns obstáculos ao bom funcionamento e que a Universidade deve procurar ultrapassar: “centralização, complexificação e despersonalização”, apontando que existe na Academia um modelo de gestão “paternalista”, quando devia haver mais “autonomia” das escolas, afirmando que “deixou de fazer sentido, caducou”, referindo-se à administração centralizada. Existe também uma “complexidade enorme”, como a "docUM" com uma multiplicação de serviços em que “cada patamar bloqueia o próximo”. Para além destes, declarou que “existe uma máquina burocrática, uma cegueira, onde cada utente é tratado como um número sem rosto. Uma máquina cega, surda e muda”. 

Cobrando algumas promessas feitas, a presidente indicou a falta de trabalhadores técnicos administrativos e de gestão. Nos últimos cinco anos a ELACH perdeu cinco, o que resulta numa sobrecarga dos existentes. Foram prometidos dois, mas os concursos continuam na “prateleira”, disse, referindo que a ELACH conta, atualmente, com um total de 14 funcionários, para 1400 alunos e 132 docentes. 

O novo regime que permite a promoção de docentes e investigadores do ensino superior foi publicado a 14 de dezembro, prevendo a realização de concursos internos destinados a permitir a promoção a categorias intermédias e de topo. O reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro frisou que esta é uma "oportunidade" que tem de ser aproveitada.

O responsável máximo da Academia deu ainda conta que a Universidade espera receber até ao final do ano a primeira tranche do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Notando que “criamos as condições para receber o financiamento do PRR, mas agora temos de o executar”, indicando que a Universidade vai enfrentar vários desafios em breve, por isso, “ou fazemos pela nossa vida, ou ela não será aquilo que queremos”, disse.

Sobre uma maior autonomia das Escolas, Rui Vieira de Castro diz que esta não será uma “solução imposta”, será uma proposta trabalhada com as unidades orgânicas, pedindo um “envolvimento ativo das unidades orgânicas para encontrar novas soluções”. 

O reitor da UMinho anunciou ainda que alunos da licenciatura em Teatro vão ter uma nova casa. A inauguração do antigo Teatro Jordão e Garagem Avenida está prevista ainda para este mês, e dessa forma o curso no segundo semestre será lecionado no local.

Texto: Ana Marques

Foto: Nuno Gonçalves

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