A Escola de Medicina da Universidade do Minho (EMUM) assinalou os seus 21 anos na passada sexta-feira, dia 8 de outubro, comemoração aproveitada, principalmente, para projeção do futuro da Escola, mas não esquecendo o seu trajeto até à atualidade. “Um projeto educativo que acreditamos ajudou a mudar a Universidade, a mudar o país na perspetiva da educação médica e das restantes profissões de saúde, da investigação e da inovação biomédica e clínica, e que esperamos vai mudar a prestação dos cuidados de saúde”, começou por dizer Nuno Sousa.
Realçando a qualidade dos estudantes que saem da EMUM, afirmou que desta academia saem “médicos com formação sólida, realizada numa casa de ciência, conhecimento e humanismo, uma casa de saber e de saber estar” lamentando que alguns com responsabilidade “não o percebam e pensem que se pode formar médicos em qualquer lugar, em qualquer circunstância, em qualquer condição. Não pode”, disse, referindo-se ao o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, a quem alertou que “talvez um alinhamento com a colega da saúde fosse interessante e mais produtivo para o país".
Não escondendo a sua preocupação sobre o futuro dos estudantes de medicina, o presidente lembrou que “no próximo novembro, um terço não tem acesso ao internato médico” e que a abertura de novas escolas médicas virá “agravar o cenário” ainda mais.
Sobre o futuro, e, destacando várias iniciativas da Escola e o seu novo plano de estudos, o MinhoMD, introduzido em 2020/21 com um currículo mais diversificado, personalizado e autónomo, em que os estudantes definem mesmo o seu percurso, Nuno Sousa diz acreditar que “estamos a construir a prestação de cuidados de saúde do futuro e com isso iremos criar um ecossistema sustentável da saúde que garante o futuro e se prepara proativamente para responder às necessidades que o país precisa”, propondo uma visão para a Escola que é a da ambição de ser o “epicentro de um ecossistema inovador de saúde da região e quiçá escalável ao país”.
Na sua intervenção, o vice-reitor da Universidade do Minho (UMinho), Eugénio Campos Ferreira afirmou que a atividade que a EMUM tem vindo a desenvolver tornou-a “numa referência no sistema de escolas médicas portuguesas e projeta-a de uma forma impactante no contexto global”.
Lembrando que esta tem tido ao longo dos anos “um enquadramento próprio para a sua gestão e financiamento”, chamado contrato-programa, o qual permitiu à Escola maior agilidade numa área de formação particularmente exigente, este enquadramento foi revisto em 2020 e proposta uma nova formulação, à vista da nova realidade da UMinho, onde se procurou “um novo ponto de equilíbrio na relação entre autonomia e responsabilidade na utilização de recursos”, um modelo que segundo este possa permitir à Universidade “evoluir para um modelo organizacional, mais responsabilizante das unidades orgânicas", apontou.
O vice-reitor pediu ainda à EMUM, face ao contexto difícil que atravessamos “um compromisso forte e continuado com o projeto da Universidade, uma atenção permanente àqueles que são os constrangimentos com que nos debatemos”. Exprimindo ainda a confiança da UMinho na Escola, “assente na qualidade nacional e internacionalmente reconhecida”.
Texto: Ana Marques