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Academia, 25.06.2021 às 16:50
Primeira conferência da plataforma UM-Cidades assinalou os grandes desafios sociais das cidades
O debate, o primeiro de um ciclo de seis, assinalou como grandes problemas das áreas urbanas, atualmente, a pobreza, a falta de habitação, a mobilidade e inclusão das minorias. Pedro Adão e Silva do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e Isabel Estrada da Universidade do Minho (UMinho) foram os oradores convidados a refletir sobre o presente e futuro do tema.

Organizada pela plataforma UM – Cidades, a sessão decorreu no passado dia 22 de junho, no campus de Gualtar. 

Isabel Estrada, docente na UMinho e atual eurodeputada, identificou como os três grandes desafios sociais das cidades, a pobreza urbana, a falta de habitação condigna e a inclusão social, apontando a falta de habitação condigna a preços acessíveis como “um dos maiores desafios das nossas cidades, que muitas vezes levam, no limite, à condição de sem-abrigo”, disse. A professora elencou ainda um conjunto de elementos sociais para responder a estes desafios, tais como instrumentos financeiros, parcerias, partilha de experiências, “há bons projetos a nível europeu e no país”, afirmou. 

Pedro Adão e Silva focou a sua intervenção na crise gerada pela pandemia de covid-19, em comparação com a crise de 2011, destacando que a crise atual tem afetado, do ponto de vista da saúde, “mais os idosos”, mas do ponto de vista social e económico e também a nível da saúde mental, “muito mais os jovens e aqueles que estão no início da sua idade ativa”, disse. 

O professor assinalou algumas fragilidades estruturais que fazem com as crises tenham ainda mais impacto em Portugal, tais como a grande percentagem de emprego precário (principalmente nos jovens), mesmo os que têm não precário, muitos vivem em risco de pobreza pelos baixos salários, o baixo poder de compra, as desigualdades na distribuição de rendimentos, realçando que a crise provocada pela covid-19 é um reflexo disso, principalmente a nível dos jovens, uma vez que estes, principalmente os da faixa dos 25 aos 34 anos, “estão sobre representados na hotelaria e restauração”, as áreas mais afetadas pela crise, disse. 

Desta forma, Pedro Adão e Silva sugere uma "discussão estrutural" sobre o turismo, transmitindo que não podemos “apostar tanto e tão só no turismo”, pois isso torna o país “muito mais vulnerável às crises”, disse. 

As seguintes cinco conferências incidirão sobre: os desafios tecnológicos, ambientais, patrimoniais, económicos e de governança. A próxima está prevista para o mês de setembro. 

A cerimónia de entrega dos prémios “Municípios do Ano 2021” será no Funchal, a 8 de novembro. 

Texto: Ana Marques 

Arquivo de 2021