Escola de Ciências da UMinho - polo de Braga
Academia, 23.02.2021 às 19:17
ECUM quer estar na vanguarda da formação superior
A Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) celebrou ontem o seu 46.º aniversário. A cerimónia, que devido à pandemia decorreu em formato digital, ficou marcada pelos discursos da presidente da Escola, Manuela Côrte-Real e do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro.

O momento de celebração foi também de reflexão e perspetivação do futuro, assinalando a responsável da ECUM que a unidade orgânica está empenhada em posicionar-se na “vanguarda da formação superior”, afirmando-se pela “inovação pedagógica assente na ciência de qualidade”.

Para a sua concretização, Manuela Côrte-Real aponta para a necessidade da “existência de laboratórios pedagógicos que correspondam às exigências do ensino experimental”, patenteando que o “subfinanciamento ou ausência de financiamento”, acompanhados pelo “envelhecimento e deterioração dos equipamentos” tornam a aprendizagem laboratorial mais difícil, afirmando que “é essencial melhorar as condições laboratoriais e de campo existentes”, de forma a assegurar a qualidade do ensino, bem como a capacidade de atrair novos estudantes e de os motivar a prosseguir ao nível da pós-graduação na ECUM.

Segundo esta, a Escola ambiciona para os próximos anos ser “uma Escola mais internacionalizada”, ser geradora de “conhecimento científico que contribua para a resposta aos desafios societais atuais”, em particular os anunciados no programa horizonte 2021-2027, oferecer uma pós-graduação mais partilhada com instituições europeias, “alicerçada numa investigação de excelência”, e apostar na interação com a sociedade, para o que será necessário “garantir a renovação do corpo docente, um reforço do corpo de técnicos, administrativos e de gestão, a formação contínua especializada dos recursos humanos, melhorias dos espaços laboratoriais, pedagógicos e de investigação, bem como das condições de segurança”, referiu.

Manuela Côrte-Real afirmou que a Escola está comprometida em “prosseguir o caminho” para a construção de uma Escola com uma oferta formativa extensa e diversificada, suportada por uma investigação de excelência e associada a uma forte interação com a sociedade, lembrando que para isso contam com o apoio do Reitor “para cumprir essas metas”.

Perante isto, Rui Vieira de Castro realçou o trabalho de qualidade que tem vindo a ser feito pela Escola, sublinhando o “aumento do financiamento conseguido no ano passado, que ascendeu a 700 mil euros”, relativamente ao ano transato, aproximando-se dos 3 milhões de euros, frisando também os 112 projetos de investigação que a Escola tem atualmente em curso, com um financiamento global de 18 milhões de euros até 2023, “um financiamento significativo”, disse.

Sobre os desafios com que a Escola se confronta, o responsável máximo da academia aponta a necessidade de um “crescimento ao nível do recrutamento na área da pós-graduação”, sendo que, segundo este “o desafio maior” colocado às instituições de ensino superior tem a ver com a “qualificação não conferente de grau”, formações curtas, orientadas para a recapacitação ou aprofundamento de competências de profissionais, “um caminho que a Universidade no seu conjunto, e a ECUM em particular, deve prosseguir”, disse.

Lembrando o que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) indica relativamente às áreas da educação e da formação, o qual apoiará projetos que potenciem a entrada de mais estudantes no ensino superior e o recrutamento de pessoas que pretendam prosseguir a sua formação superior, mesmo que já sejam detentores de formação inicial ou até pós-graduação. O Reitor alerta para que “tenhamos consciência de que associada a esta intenção, há um conjunto de possibilidades de financiamento para infraestruturas, infraestruturas tecnológicas, infraestruturas físicas, para recrutamento de recursos humanos que a Universidade e as suas unidades orgânicas não podem deixar de considerar, afirmou.

Para o desenvolvimento destes projetos pelas instituições de ensino superior, o financiamento será na ordem dos 270 milhões de euros, que devem ser executados entre 2021 e 2026.  Lembrando que “pela primeira vez temos um horizonte possível de solução para algumas das dificuldades com que nos debatemos. Pode ser uma oportunidade única para qualificar as nossas infraestruturas e melhor as condições de trabalho dos nossos estudantes e dos nossos docentes”, disse.  

Outro dos grandes desafios apontados à ECUM foi a “criação de oportunidades de promoção para o corpo docente”. Prevendo o estatuto da carreira docente que as escolas tenham percentagens idênticas de professores auxiliares e professores associados/catedráticos (50% para cada), o reitor da UMinho afirma que neste momento a ECUM “é a que oferece maiores preocupações”, por isso, assume que terá este ano “uma discriminação positiva”, prevendo-se a abertura de concursos para a Escola, com vista à aproximação das percentagens.

Outro dos esforços que a Universidade terá de fazer é na renovação do corpo docente “é preciso prever mecanismos de substituição atempada”, declarou Rui Vieira de Castro, realçando que “serão muito exigentes do ponto de vista financeiro, mas que se não for feito, os riscos e efeitos negativos para a Universidade serão muito maiores”.

Texto: Ana Marques 

Foto: Nuno Gonçalves 

Arquivo de 2021