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Academia, 18.02.2021 às 12:14
47.º Aniversário da UMinho comemorado com “vontade de manter o rumo”
A Universidade do Minho comemorou, ontem, mais um aniversário. Num formato totalmente online, a cerimónia ficou marcada pelos discursos de balanço do complexo ano de 2020, afirmando o reitor, Rui Vieira de Castro a “vontade de manter o rumo, apesar das dificuldades com que nos deparamos”.

A "cerimónia simbólica" comemorativa do dia da Universidade do Minho (UMinho), decorreu no Salão Medieval da Reitoria, em Braga, contando apenas com as presenças Reitor da UMinho, do presidente do Conselho Geral, Luís Valente de Oliveira e do presidente da Associação Académica, Rui Oliveira. Transmitida no Facebook e no canal de Youtube da Academia, a comemoração chegou a todos os que dela quiseram fazer parte.

Apontando o dia 10 de março de 2020 como o dia em que tomou a “mais difícil decisão que me coube enquanto Reitor”, ou seja, a suspensão da atividade presencial na UMinho, o responsável máximo da academia minhota assinalou que após essa decisão, a Universidade teve de se “reinventar” e “determinar” prioridades e objetivos importantes da vida institucional.

Em 2021, com o novo confinamento, segundo o reitor, aproveitando a experiência acumulada, “a UMinho soube reagir”, assumindo que suspensão da atividade presencial “era uma forma da Universidade contribuir, responsavelmente, para o esforço nacional de contenção dos efeitos dramáticos que a crise estava a provocar”, disse.

Após um balanço da atividade da UMinho em 2020, Rui Vieira de Castro patenteou que “não foi um ano fácil, nem tudo correu como desejado”, mas globalmente, “a Universidade pode e deve orgulhar-se do que fez”. Sinalizando que este foi “um tempo de compromisso com o papel insubstituível da UMinho na promoção do desenvolvimento cultural, social e económico da nossa região e do país”, o responsável disse ainda, que a Academia manteve o seu projeto institucional, “em novas condições, é certo”, nas áreas da educação, da investigação, da interação com a sociedade, da internacionalização e no apoio às populações e às entidades do sistema de saúde.

“A experiência dos últimos meses teve um impacto indiscutível sobe os modos da Universidade se organizar e atuar”, afirmou o reitor, destacando que a “transição digital vai afetar muito mais depressa do que imaginaríamos há um ano, o funcionamento das universidades”, asseverando que “o debate em torno do papel da educação não presidencial vai acentuar-se, sendo que a este propósito, a posição da UMinho é clara: da educação superior sempre tivemos o entendimento de que os seus objetivos e conteúdos requerem experiências que só a vivência dos campi universitários nos pode assegurar”, declarou.

Sobre os desafios que a UMinho tem pela frente, o reitor afirmou que “é árduo o caminho que temos para percorrer” e elenca os mais relevantes: “a retoma da atividade no regime presencial que nos é próprio; o incremento dos níveis de autonomia e responsabilidade das unidades orgânicas, alargando a experiência dos contratos programa; a diversificação da oferta educativa, aumentando os cursos não conferentes de grau; o reforço do sistema de investigação e inovação; a intensificação da presença internacional da Universidade, sobretudo em redes europeias; a modernização administrativa, melhorando a transparência e eficiência dos processos; a qualificação do edificado; e ainda a sustentabilidade financeira da instituição”.

Para terminar, Rui Vieira de Castro declara que as dificuldades são também “uma oportunidade para nos reencontrarmos”.

Rui Oliveira centra discurso no futuro da UMinho 

“Onde é que a UMinho quer estar daqui a 20 anos” foi a questão colocada pelo presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, que afirmou que o percurso feito pela UMinho nestes 47 anos “é motivo de orgulho”.

O líder dos estudantes apontou a “inegável” ligação da UMinho à região, afirmando-se como motor de desenvolvimento, a sua “inegável” capacidade de olhar para o ensino e para a investigação em conjunto com o meio envolvente, e o “inegável” crescimento que tem conseguido ao longo dos últimos anos, realçando serem também “inegáveis” as dificuldades que a Universidade continua a ter para resolver o “problema do alojamento”, e indicando a necessidade de se “reinventar ao nível dos modelos de ensino” e na “capacidade de promover o envolvimento de  todas as estruturas nas decisões e na definição da vida da instituição”. Afirmando, ainda, que é também “inegável que o ensino superior não é capaz de acolher toda a gente que o deseja frequentar”.

Expondo que os “momentos menos bons podem trazer oportunidades”, Rui Oliveira salienta dois aspetos positivos, resultantes do momento que se vive: “o valor das novas ferramentas de apoio ao ensino”, defendendo que este deverá ser “presencial, mas, mais atrativo, moderno e capaz de preparar os desafios do futuro”, e a “necessidade de termos órgãos e instituições oleadas e funcionais na auscultação e procura de soluções”.

Reiterando a pergunta inicial, o dirigente associativo afirma: “Para o bem de Portugal, a UMinho, nesse futuro, tem de ser uma Universidade de referência na inovação pedagógica. Uma Universidade capaz de reter talento e atrair financiamento internacional para os seus projetos de investigação. Uma Universidade com uma ligação permanente aos seus alumni, tem de ser fator de coesão e desenvolvimento no meio envolvente através do conhecimento produzido, garantindo a relevância do tecido empresarial e a preservação da identidade cultural. Mas também, uma Universidade para todos, independentemente da condição social, do percurso de vida, das orientações de cada um, uma Universidade onde todos os que dela queiram fazer parte, o possam fazer”. Rui Oliveira deixa ainda um apelo ao Estado, para que cumpra a Constituição e torne o ensino superior “verdadeiramente acessível a todos os que dele queiram fazer parte”. 

O presidente do Conselho Geral, através da expressão “Portugal tem talento”, realçou que tanto a UMinho, como os seus profissionais, bem como os portugueses em geral, são sinónimo da expressão, confirmada por quem já “experimentou” trabalhar com portugueses. Realçando que apesar de Portugal e a UMinho, em termos geográficos, serem periféricos, mesmo assim “conseguimos manter-nos ligados ao centro do mundo e a tudo quanto nele se passa”, apontando esse como “o segredo do nosso sucesso”.

Neste 47.º aniversário, a UMinho entregou o Prémio de Mérito Científico a António Vicente, vice-presidente da Escola de Engenharia, e o título de Professor Emérito a José Esgalhado Valença, fundador do Departamento de Informática.

Foram ainda entregues os diplomas de reconhecimento aos funcionários mais antigos, os diplomas e prémios escolares.

Texto: Ana Marques

Fotos: Nuno Gonçalves

Arquivo de 2021