Os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) viram aprovada uma candidatura, no montante global de um milhão de euros, com vista à desmaterialização das senhas das cantinas e ao reforço da eficiência produtiva e dos processos de gestão.
Os SASUM são a entidade líder do projeto, levado a cabo em parceria com os Serviços de Acção Social da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (SASUTAD), que visa aumentar a eficiência dos modelos de gestão internos das Instituições e, simultaneamente, promover a sustentabilidade em todos os processos produtivos.
O projeto, denominado POCER – Programa Operacional de Capacitação e Eficiência de Recursos, teve luz verde por parte da AMA – Agência para a Modernização Administrativa e conta com um orçamento global de 998 874 mil euros para cinco áreas estratégicas de atuação.
De forma sucinta, a primeira iniciativa pretende desmaterializar as senhas da cantina através do desenvolvimento de uma aplicação móvel. A segunda área de atuação tem como objetivo desenvolver um projeto-piloto de modernização dos acessos às residências universitárias, passando este a ser feito de uma forma totalmente digital. A terceira medida centra-se na revisão e modernização dos meios de interação com a comunidade académica, estando previsto o desenvolvimento de uma plataforma através da qual os estudantes terão ao seu dispor todos os serviços dos SASUM. O quarto projeto estratégico pretende rever todo o modelo logístico, desde a receção de mercadorias até à venda do produto final ao consumidor, de forma a identificar oportunidades de melhoria nos processos administrativos associados e a quinta e última intervenção centra-se no desenvolvimento de novos modelos de gestão interna que visem a desmaterialização dos procedimentos contabilístico-financeiros dos Serviços.
Numa primeira fase, segundo Diogo Arezes, do Gabinete de Sustentabilidade, a prioridade será dada “a iniciativas que tenham um impacto forte e direto no bem-estar dos nossos estudantes”. Nesse contexto o processo de desmaterialização das senhas e a revisão e modernização dos meios de interação com a comunidade académica serão os primeiros projetos a avançar, pois, são iniciativas que assumem um papel disruptivo no dia-a-dia da comunidade académica, essencialmente por duas grandes razões. Em lugar, porque irá permitir uma digitalização de praticamente todos os serviços prestados, tornando todo o processo mais rápido, cómodo e simples, e, em segundo lugar, porque esta transformação possibilitará desenvolver modelos de gestão mais eficazes e capazes de dar uma resposta mais célere às necessidades e anseios demonstrados pelos utentes.
Posteriormente, e tendo estes programas já consolidados, irá avançar-se para a modernização dos acessos às residências deixando, para uma terceira e última fase, a revisão do modelo logístico e a desmaterialização dos processos internos de gestão.
Projeto-piloto de modernização dos acessos às residências universitárias será a segunda fase do Projeto.
O projeto assume um caráter inovador nesta área, uma vez que “não nos foi possível identificar projetos nos quais a sustentabilidade e o desenvolvimento tecnológico assumam um papel tão forte e uma presença tão vincada”, refere Diogo Arezes. Nesse sentido, é convicção de toda a equipa, que o POCER poderá assumir-se como projeto disruptivo e inovador no setor da administração pública, contribuindo para o surgimento de novas soluções promotoras de uma maior eficiência de todo o setor. Da mesma forma, e tendo este projeto como eixo estruturante, o desenvolvimento de sistemas passíveis de serem replicados e escaláveis para outros organismos, é convicção que os efeitos positivos possam sofrer uma forte alavancagem e, com isto, se observe ganhos ainda mais substanciais tanto em termos económicos, como ao nível ambiental e social.
As duas primeiras iniciativas já estão em andamento, revelando o responsável do Gabinete de Sustentabilidade que neste momento “estamos a finalizar o processo de identificação das características específicas destas iniciativas de maneira a podermos arrancar com o seu desenvolvimento técnico já no início do mês de setembro. A previsão é ter uma versão de teste até ao final do próximo semestre. Quanto às restantes iniciativas, é espectativa arrancar com a sua operacionalização durante o segundo semestre do próximo ano letivo”.
O objetivo é assim ter, no final da implementação do projeto, uns Serviços de Acção Social (SAS) com condições para a prestação de serviços mais eficientes e uma Universidade mais próxima da sua comunidade académica. “Hoje, o mundo e os desafios a enfrentar são completamente distintos dos de há dez anos e é exatamente nesse sentido que surge este programa”, assegurou Diogo Arezes.
Acrescentando que “queremos ter uns Serviços mais vanguardistas e que assumam um papel de liderança na construção de um futuro melhor para todos. Ora, para alcançarmos esse desígnio, é nossa convicção que o caminho deverá passar por duas grandes áreas estratégicas: sustentabilidade e transformação digital. Estas áreas, em conjunto, permitirão alcançar ganhos de eficiência assinaláveis, potenciando uma maior solidez económica, uma pegada ambiental mais reduzida e um apoio social mais efetivo a toda a comunidade académica. Neste contexto, o POCER assume-se como o primeiro passo na construção destes novos serviços e como a base de muitos dos projetos futuros, previstos desenvolver”.
António Paisana, Administrador dos SASUM, refere que “este é um programa que permitirá, para além dos ganhos de eficiência, aumentar a qualidade do serviço prestado e os níveis de motivação dos trabalhadores”. Na sua perspetiva, a “economia digital é uma inevitabilidade e os Serviços têm de assumir esse desígnio e promover essa transformação atempadamente”.
O projeto tem uma duração global de dois anos e uma taxa de financiamento de 85%, prevendo-se que esteja terminado no final do ano letivo 2021-2022.
Fonte: SASUM