Decorrida no Espaço B-Lounge da Biblioteca Geral da UMinho, no campus de Gualtar, o painel foi composto por Isabel Ramos, da Escola de Engenharia da UMinho e investigadora responsável pelo projeto “EQUAL-IST”, Margarida Fernandes, investigadora distinguida com a Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência em 2018, Rafaela Granja, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade e Flávia Freitas, estudante do mestrado integrado em Medicina, as quais transmitiram as suas experiências de como é ser mulher e trabalhar no mundo da ciência e da investigação.
A sessão que serviu para chamar a atenção para a problemática, foi moderada pelo vice-reitor da UMinho para a Investigação e Inovação, Eugénio Campos Ferreira, que assinalou que atualmente "60% dos quadros de investigação e docência nas universidades portuguesas já são ocupados por mulheres", mas que essa marca feminina “ainda não chega às funções de topo”, afirmando não dar “10 anos para que essa tendência se inverta na Universidade do Minho”.
Da conversa aberta foram várias as opiniões deixadas a “pairar”, destacando-se que atualmente, as diferenças entre homens e mulheres ainda estão muito presentes, não se dando tanto valor às mulheres como aos homens em termos capacidades de trabalho, ainda se esperando menos das mulheres do que do sexo oposto.
As barreiras culturais e sociais ainda continuam a afastar as mulheres dos cargos de chefia, isto porque como foi referido, ainda existe a ideia de que a mulher é o apoio da família, “está-lhe nos genes”, e que por isso, para elas, será mais difícil conciliar a carreira com a família.
Outra das opiniões evidenciou que as mulheres não são tão valorizadas quanto os homens, dessa forma têm de trabalhar muito mais, têm de provar mais para conseguir estar no mesmo patamar que eles.
Para além disso, a sociedade ainda tem enraizada a ideia de que há determinadas tarefas que são só para mulheres e ridicularizam-se até os homens que as façam, algo que é também uma grande barreira profissional às mulheres, uma vez que a carreira ligada à ciência e investigação exige muita disponibilidade.
Texto: Ana Marques
Foto: Nuno Gonçalves