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Academia, 09.12.2019 às 16:03
UMinho adquire a “mais importante biblioteca particular sobre Braga”
O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, assinou, no passado dia 6 de dezembro, contrato com o Eng. Afonso Manuel Braga da Cruz para aquisição do seu espólio bibliográfico, acumulado pelo seu pai, que contempla mais de 20 000 obras datadas de 1528 até à atualidade.

A sua riquíssima herança bibliográfica poderá, assim, expandir-se "da esfera familiar para o serviço à comunidade", afirmou Elísio Maia Araújo na abertura da cerimónia decorrida no Salão Nobre do Largo do Paço, na qualidade de Diretor da Biblioteca Pública de Braga, cuja zona medieval albergará a nova aquisição, em conjunto com outras coleções privadas.

“A nossa missão também é esta. Enriquecer o património da cidade, conservá-lo, dá-lo a conhecer ao público e também estudá-lo. Para a família é uma forma de garantir a salvaguarda de todo o espólio e que o acesso a ele seja mais livre e fácil. É uma relação de duas vias”, apontou o reitor.

O monumental espólio bibliográfico foi construído ao longo de décadas com a colaboração de diversos vultos da história da cidade de Braga, a qual assume protagonismo numa porção fundamental. O contrato de 300 000 euros permitirá acesso público a uma cornucópia de livros, manuscritos, folhetos e fólios de grande amplitude temática (genealogia, numismática, arte, ciência, agricultura, direito, monografias regionais e coloniais, revistas do século XIX e XX, livros ascéticos, manuais de música sagrada e profana, etc.), muitos dos quais, obras raras.

Para Afonso Manuel Braga da Cruz, o pai, Manuel António Braga da Cruz "sentir-se-ia honrado" com o evento.

Manuel António Braga da Cruz nasceu em Tadim, Braga, em 1897, licenciou-se em Matemática em 1919 e dedicou o resto da sua vida ao ensino, tendo sido professor em liceus nos Açores, Viana do Castelo e, por fim, em Braga, no Liceu Sá de Miranda. Fervoroso bibliófilo bracarense, prolífico estudioso da história da cidade e da região e proeminentemente um homem de cultura, faleceu em 1982, no distrito que o viu nascer, e que agora imortaliza a sua memória, entre as páginas do seu estimado tesouro de papel.

Diogo Correia

Arquivo de 2019