A Escola de Engenharia da Universidade do Minho (EEUM) deu início, no passado dia 13 de dezembro, às comemorações do 45º aniversário. O painel de oradores contou com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro e o Vice-Presidente da Ordem dos Engenheiros, Fernando Almeida Santos. A professora universitária e perita em ética da Comissão Europeia e da UNESCO, Maria do Céu Patrão Neves, foi a oradora convidada, tendo abordado a problemática do escrutínio ético da atividade de engenharia
O presidente da Escola de Engenharia, Pedro Arezes, imprimiu ao seu discurso o tom que designou de ‘realismo esperançoso’” (citando Ariano Suassuna), frisando que “é no futuro que está a chave da nossa afirmação”, exaltando os ambiciosos novos horizontes a que a Escola se propõe trilhar. Face às pressões emergentes da indústria aeroespacial - patentes na criação da Agência Espacial Portuguesa - Pedro Arezes enalteceu “os primeiros passos para a construção de oferta neste domínio” dentro da própria EEUM, apontando a conclusão de uma formação breve nas áreas de engenharia aeroespacial e aeronáutica naquele mesmo dia, em colaboração com o Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA). Ficou também expressa a intenção de fazer refletir a atual proeminência do domínio da “Inteligência Artificial” nas atividades de investigação, ensino e interação com a sociedade da Escola, despida de receios ou preconceitos, tendo o Presidente da Escola referido que “não devemos ter medo da inteligência artificial, mas da estupidez natural”.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacou a Escola de Engenharia como instituição de referência na Europa, elogiando “a importância dos espaços colaborativos” que esta tem promovido, honrando a responsabilidade do meio académico na “criação de mais e melhores empregos”. Denunciou, contudo, os níveis nacionais baixos de internacionalização das instituições em comparação a Espanha, “quer do corpo de docentes, quer, sobretudo, do corpo de estudantes”. O Ministro referiu ainda ser imperativo “planear a legislatura a par da estratégia para 2030”, sublinhando a necessidade do “alargamento da base social” das instituições de ensino superior. “Este ano, pela primeira vez, conseguimos que mais de metade dos jovens com 20 anos atingissem o ensino superior”, afirmou o governante, alertando que “a meta de chegar a 2030 com seis em cada 10 jovens no ensino superior tem de mobilizar todos”.
A cerimónia foi encerrada pelo reitor da UMinho que abordou as propostas lançadas por Pedro Arezes para que a EEUM encete o rejuvenescimento dos seus recursos humanos, o reforço da estrutura docente, a agilização de procedimentos administrativos e a aprovação de um novo regulamento da unidade orgânica que lhe garanta maior autonomia.
Texto: Diogo Correia
Fotos: Nuno Gonçalves