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Academia, 29.10.2019 às 11:47
Seminário inaugural do Doctoral College expande horizontes para a educação doutoral na UMinho
O Colégio Doutoral da Universidade do Minho deu os seus primeiros passos no passado dia 23 de outubro, acolhendo um cartaz internacional de peritos em estudos doutorais que potenciaram a reflexão sobre os objetivos, desafios e caminhos a seguir na educação doutoral. O evento promoveu a apresentação do Colégio à comunidade académica, um projeto que visa ser mais uma porta aberta para a internacionalização da Academia.

Focando a profissionalização dos programas, a aproximação entre supervisor e doutorando, a fomentação da mobilidade, a autonomia e competências transversais, o seminário “Doctoral education in the 21st century: aims, challenges and ways forward” serviu assim de preâmbulo às ambições vanguardistas do recém-criado Colégio, determinado a “promover a excelência e o reconhecimento, nacional e internacional, da formação doutoral facultada pela Universidade”.

Entre os peritos esteve Alexander Hasgall, presidente do Conselho para a Educação Doutoral da Associação da Universidade Europeia (EUA-CDE), Pirjo Nikander, diretora da Escola Doutoral da Universidade de Tampere na Finlândia e agora membro do Steering Committee do supracitado EUA-CDE, John Creemers, diretor da Escola Doutoral de Ciências Biomédicas na Universidade de Leuven na Bélgica, Göran Hermerén, professor de Ética Médica na Universidade de Lund na Suécia e Marie-Christine Janssens, presidente do Conselho Belga para os Direitos da Propriedade Intelectual, secção dos Direitos de Autor e Direitos Associados.

As intervenções abordaram os desafios, percursos e expectativas do paradigma doutoral do séc. XXI, expondo que ao doutorando devem ser ministradas competências de investigação que o preparem para lidar com o futuro e com os desafios emergentes. Realçando-se o caráter profissionalizante que as escolas doutorais devem ter, sendo que não devem pensar apenas no doutorando como um futuro académico, mas prepará-lo para outros mercados de trabalho alternativos, salientando-se ainda as ideias de que a formação doutoral deve ser prática e multifacetada, devendo fornecer competências transversais, primando pela integridade autoral e responsabilidade científica. Alertando-se ainda para a utilização deficitária da coautoria, apelando à valorização dos colaboradores (e não somente dos autores) e uma melhor documentação do contributo de cada parte envolvida, bem como ter em atenção, a propriedade intelectual na era digital, em que a informação se quer democratizada.

Margarida Correia Neves, assumiu a direção do Colégio Doutoral da UMinho e da comissão coordenadora que será responsável por delinear todo o plano de atividades do Colégio. Na linha do que foi dito, a diretora apontou para a necessidade de se acompanhar e apoiar os doutorandos a cada fase do percurso, alertando para a dicotomia entre fraude científica na forma passiva (por inexperiência ou negligência) e a sua (mais grave) alternativa deliberada. A diretora apelou ainda à comunidade académica, para a salvaguarda do futuro do conhecimento científico democratizado, indissociável dos princípios de justiça e legalidade.

Segundo a Vice-reitora, Laurinda Leite, o Colégio Doutoral (criado a 11 de julho e legislado a 12 de agosto) visa a promoção da inovação socialmente relevante, o fomento da cooperação e mobilidade internacional, pretendendo servir-se da mão tutora e calejada do supervisor para forjar o investigador moderno, e sobretudo, zelar por um ambiente doutoral íntegro, humano e condutivo ao amadurecimento do leque de competências transversais, indispensável ao neófito do mercado de trabalho atual. O compromisso em reorientar a educação doutoral “excessivamente burocrática” para o aperfeiçoamento profissional nunca esteve tão patente, salientou.

Texto: Diogo Correia

Fotos: Nuno Gonçalves

Arquivo de 2019