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Academia, 11.10.2019 às 11:06
Escola de Medicina completou 19 anos
A Escola de Medicina da Universidade do Minho (EMUM) comemorou no passado dia 8 de outubro, o seu 19.º aniversário. A data ficou marcada por muitas críticas ao Governo, exigindo os responsáveis mais "financiamento”, mais "autonomia", maior “flexibilidade" e menos “dificuldades” para a instituição.

Revelando estar “farto de tantas dificuldades”, o presidente da Escola de Medicina, Nuno Sousa apelou: “Por favor, deixem-nos trabalhar!". Realçando os vários constrangimentos sentidos pela Escola, seja a nível financeiro, mas, principalmente pelo facto de criarem “mecanismos que tornam muito difícil o dia a dia de quem quer fazer diferente na coisa pública”, o responsável sublinhou que “estamos a ficar para trás e a perder competitividade”, pedindo “maior flexibilidade e autonomia” para encontrar mecanismos de sustentabilidade financeira.

Sobre os vários entraves sentidos, Nuno Sousa destacou que “a Escola contratou três investigadores de carreira, a ser pagos pelo nosso orçamento, e demorou três anos, quando o processo podia ter sido feito em três meses”. O facto de a Escola de Medicina ser a única que não pode receber alunos estrangeiros foi outro dos exemplos apontados, e que o presidente também não compreende, afirmando que “ninguém consegue explicar e ninguém faz nada". Para além desta, o acesso à especialização foi também focado, apontando que 40% dos estudantes de medicina não vão ter espaço para fazer internato médico “estamos a desperdiçar quando não temos excesso”, concluiu.

Quem também marcou presença na cerimónia foi o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que patenteou que “a Escola Médica da UMinho já é uma referência e um cluster”, justificando que forma “grandes médicos”, sendo ainda “um curso notável, que ensina comunicação e humanização, e isso é absolutamente essencial”, disse. Relativamente ao acesso à especialização, o bastonário lamentou que o país esteja a “desvalorizar o mais importante: o trabalho das pessoas”.

Apresentando a Escola de Medicina como um "projeto diferente, de qualidade e significativo para país", o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro também não poupou nas críticas ao Governo, afirmando estar "farto de ver incumpridos os compromissos formalmente assumidos", assumindo-se desiludido com as injustiças que se "impõem como barreiras" para a melhoria não só da Escola de Medicina como da própria Universidade.

Novo currículo do curso adaptado para a prática da medicina no futuro
A partir do próximo ano letivo, os alunos de Medicina da UMinho vão ter um currículo renovado e com cadeiras opcionais, adaptado às exigências do futuro. Segundo o presidente da Escola, a formação em Medicina “continuará a ser muito forte”, mas cada um poderá construir o seu currículo de acordo com as suas ambições, isto permitirá “formar profissionais do futuro, mais competentes”, disse. Assinalando ainda que “o futuro da prática dos cuidados de saúde está a alterar-se. Existem novas competências, que emergem do uso mais intenso de novas tecnologias e da forma de comunicação que as pessoas usam, que temos de trazer para a casa da Medicina", declarando que com isto "estamos a antecipar o futuro".

A expetativa é de que durante o próximo ano o curso seja aprovado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior “o que significa que em 2020/2021 teremos condições para entrar em funcionamento”, avançou o Reitor da UMinho.

O evento ficou marcado pelas homenagens, distinções e graduações e ainda pela entrega dos prémios anuais a investigadores, professores e estudantes que se destacaram pelo seu trabalho e competência.

Texto: Ana Marques
Fotos: Nuno Gonçalves

Arquivo de 2019