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Academia, 27.09.2019 às 11:08
SASUM apresentaram Relatório de Sustentabilidade 2018
A sessão pública de apresentação do Relatório de Sustentabilidade dos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) aconteceu no passado dia 6 de setembro. Com a publicação deste relatório, os SASUM pretenderam reforçar a aposta na sustentabilidade como eixo orientador da sua política estratégica.

O objetivo principal deste documento é o de se constituir como ferramenta de monitorização – e correções de percurso - das atividades prosseguidas ao longo do ano de 2018, no sentido de aferir da sua conformidade com os objetivos delineados a priori no Plano Estratégico de Sustentabilidade que os SASUM delinearam para o período de 2018 - 2021.

Este relatório coloca os SASUM como pioneiros na elaboração de um documento desta natureza de entre os Serviços congéneres do país.

O Relatório veio ainda reforçar o comprometimento da Organização com esta área, destacando as principais iniciativas levadas a cabo no ano de 2018 que, funcionando como um mecanismo de controlo de avaliação, possibilita a realização de uma análise e um balanço mais rigoroso dos diferentes programas levados a cabo durante o último ano. “São iniciativas desta natureza que contribuem para tornar a UMinho uma Universidade exemplar no que diz respeito à adoção dos princípios do desenvolvimento sustentável, afirmando-se como motor de transformação do tecido social e económico”, assinalou o Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro. Ainda segundo o Reitor, “o caminho deve ser por aqui”: adotar a sustentabilidade como eixo estruturante para a Instituição e assumir desafios cada vez mais significativos.”

Rui Vieira de Castro destacou ainda que a Sessão constituiu um momento duplamente importante, uma vez que mostrou “a substância daquilo que foi conseguido e apresentou, pedagogicamente, os caminhos que poderão ser seguidos num futuro breve. O futuro passa por aquilo que as Instituições, e desde logo as Instituições do conhecimento como são as Universidades, vierem a ser capazes de fazer."

Com a concretização deste Relatório, a expectativa é, também, a de contribuir de uma forma ainda mais efetiva para a promoção, no seio da comunidade académica, de uma cada vez mais efetiva atividade de responsabilidade social, por via da adoção de comportamentos e do desenvolvimento de iniciativas que fomentem a coesão social, a proteção ambiental e o crescimento equilibrado da Academia e de toda a região.

Realçando o trabalho que tem vindo a ser feito na área da sustentabilidade, desde a aprovação, no início de 2018, do Plano Estratégico de Sustentabilidade dos SASUM, o Administrador dos SASUM, António Paisana, entende que a sessão de apresentação deste Relatório constitui “um momento importante na motivação de todos os trabalhadores e partes interessadas para fazer mais e melhor pela sustentabilidade e por um futuro melhor”, destacando-o como "um objetivo muito conseguido e que muito nos honra”, afirmou.

Ao nível das ações de sustentabilidade, em 2018, os SASUM levaram a cabo múltiplos programas e ações previstos no seu Plano Estratégico de Sustentabilidade. Destaca-se a instalação de 100 mini-ecopontos nas unidades dos SASUM de Braga, o desenvolvimento de uma Campanha de Incentivo à Reciclagem e à Separação Seletiva de Resíduos, a implementação de um Programa de Eficiência Hídrica, no qual, grande parte das torneiras e sistemas de água foram reforçados com temporizadores e redutores de caudal, o início do processo de implementação do Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001:2105, no sentido de assegurar um maior controlo dos processos. De salientar ainda a conceção e operacionalização de um Programa de Avaliação da Eficiência Energética tendo em vista a análise da possibilidade de instalação de sistemas fotovoltaicos bem como a substituição da iluminação atual por sistemas LED e de baixo consumo. Em 2018, os SASUM foram responsáveis pelo consumo de 3,84 milhões de Kwh de energia consumida sendo que 45,5% proveio de fontes de energias renováveis.

No que respeita a redução do consumo de plástico e papel, as principais iniciativas levadas a cabo centraram-se na desmaterialização dos processos administrativos, na eliminação de talheres e palhinhas de plástico descartável, bem como na substituição de mais de 90 000 copos de plástico por copos de papel recicláveis. Procedeu-se ainda à eliminação das saquetas de papel para talheres, passando a adotar-se um sistema de dispensadores e no desenvolvimento de campanhas de sensibilização e indução novos comportamentos, transversais a toda a Comunidade Académica.

Ao nível do Programa de Gestão de Resíduos Alimentares, os SASUM destacaram as 15 toneladas de restos alimentares encaminhados como comida para animais, a doação, a IPSS, de 7 838 refeições, o projeto piloto de valorização das borras de café através da sua utilização como substrato para a produção de cogumelos e material de compostagem e o encaminhamento para tratamento e valorização de 14, 7 toneladas de gorduras e féculas e 2,2 toneladas de óleos alimentares.

Para o futuro, a estratégia dos SASUM na área da sustentabilidade assenta em quatro pilares: Inovar através da inclusão da sustentabilidade no planeamento e operacionalização de toda a atividade desenvolvida pela Organização; Envolver todas as partes interessadas na persecução dos objetivos estabelecidos e metas traçadas; Liderar uma mudança de paradigma onde se considere o pilar ambiental, social e económico na mesma medida; e Legar para a consubstanciação de um futuro no qual os princípios e valores da sustentabilidade estejam sempre presentes.

Até ao final de 2019, os SASUM querem “continuar a forte aposta na melhoria de processos e eficiência de recursos”, garantiu Diogo Arezes, do Gabinete de Sustentabilidade dos SASUM, realçando como medidas mais relevantes “o alargamento do programa de poupança de água às restantes residências universitárias, o início do processo de instalação de painéis fotovoltaicos, para produção de energia, nas instalações dos Serviços e o estabelecimento de protocolos tendo em vista o desenvolvimento de um projeto piloto de mobilidade sustentável nos Campi”.

 “Ambiente, Economia e Sociedade: Caminhos para UM Futuro Sustentável”

Este foi o mote para o debate juntou Jorge Moreira da Silva, diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE, Manuel Carvalho da Silva, coordenador do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social e Graça Coelho, diretora geral da Cachapuz Bilanciai Group, numa conversa que contou com moderação do pró-reitor para a Qualidade de Vida e Infraestruturas da UMinho, Paulo Cruz.

Uma conversa fluída, no âmbito da Sessão de apresentação do Relatório de Sustentabilidade dos SASUM, onde se destacou o estado de emergência climática em que nos encontramos e a importância de atuar, urgentemente, no sentido de fomentar uma mudança de mentalidades e implementar reformas transversais e estruturantes a todos os setores de atividades. O grande objetivo é o da construção de um futuro sustentável para as próximas gerações e o desenvolvimento de uma sociedade próspera e equilibrada.

Estas foram as algumas das ideias principais deixadas pelos vários intervenientes que, unanimemente, realçaram a importância da apresentação deste Relatório de Sustentabilidade por parte dos SASUM. “É um sinal de liderança”, destacou Jorge Moreira da Silva, que foi ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia de Portugal entre 2013 e 2015, sublinhando que “é importante medir e comunicar os resultados obtidos”.

Para o atual diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE, “estamos numa situação de crítica e não vamos lá com boas intenções. É preciso agir rapidamente e neste momento temos todas as informações para enfrentar os desafios inerentes ao desenvolvimento sustentável: sabemos quanto custa atuar nesse sentido e sabemos o preço a pagar no caso de não se fazer nada.”

Evidenciando o papel das universidades num futuro mais sustentável, Jorge Moreira da Silva destacou ainda que “cabe às universidades investigar e produzir conhecimento (…) pensar em novas formas e modelos de desenvolvimento, que vão além do curto prazo e que fomentem o crescimento das sociedades como um todo”, transmitiu.

Ana Marques

Arquivo de 2019