A cerimónia de inauguração reuniu estudantes, funcionários, docentes, e investigadores, e contou com a presença do Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, do reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, do Presidente do Centro e da Escola de Medicina da Universidade, Nuno Sousa, e demais convidados.
Nuno Sousa considera que “Portugal deve orgulhar-se do seu sistema de saúde”, mas que os desafios ainda são muitos. Entusiasta do mundo digital, o presidente acredita que “as dificuldades serão superadas com a tecnologia e o humanismo ao serviço da saúde”.
O projeto-piloto vai integrar 15 mil utentes e três Unidades de Saúde Familiar (USF) do distrito de Braga (Maximinos, Sequeira e Famalicão) para monitorização das doenças crónicas que mais afetam a população e oneram o sistema de saúde (diabetes e hipertensão). “O centro vai lidar com doenças de grande impacto na população portuguesa e no sistema nacional de saúde. Estamos a responder às necessidades reais que o nosso país tem, que a nossa população tem, que o sistema de saúde tem, e a fazê-lo de forma inovadora”, transmitiu o reitor.
O Centro de Medicina P5 vai dar lugar a uma melhor gestão individual da saúde, fazendo uma ponte essencial entre os cuidados primários e terciários. Os cuidados secundários serão o foco da atividade, contando com suporte tecnológico que ditará diagnósticos mais rápidos e proporcionará acompanhamento digital frequente e eficiente. “O centro está na interseção entre o mundo físico e digital, e tem como foco o cidadão”, assinala Rui Vieira de Castro, que qualifica a iniciativa como socialmente relevante e multidisciplinar, além de inovadora.
Tecendo rasgados elogios ao projeto, o comissário europeu destacou a importância da complementaridade entre a máquina e o homem que vai fazer a diferença, afirmando que "a mistura entre o físico e o digital vai ser poderosíssima na medicina, e aquilo que vão fazer neste centro é exatamente essa mistura, que é muito importante para o futuro de todos nós”. Continuando, disse ainda que "a inteligência artificial vai fazer dos médicos melhores profissionais porque os médicos vão ter mais tempo para as pessoas”.
O centro resultou de um protocolo assinado em outubro de 2018, quando a Escola de Medicina alcançou a maioridade. Nos 18 anos de vida, a Escola de Medicina tem feito um caminho de sucesso, sendo uma referência em termos nacionais e internacionais na sua área. A criação do Centro é mais um indicador da qualidade da Escola e do seu comprometimento com a sociedade. Para além da inovação, o nível de preparação dos alunos da Escola de Medicina, que é sempre testado no exame de seriação para o internato médico, é o melhor de Portugal. A Escola também é responsável pela publicação da grande maioria dos ensaios clínicos do país.
Texto: Sandrine Souza
Fotografia: Nuno Gonçalves