Na base desta classificação está a avaliação da taxa de desemprego, da felicidade, da inovação, da facilidade em fazer negócios, da pegada ecológica, do bem-estar ambiental, da distribuição dos rendimentos, do Produto Interno Bruto, da competitividade, da mortalidade infantil, da esperança média de vida, da educação, além do número de universidades em rankings internacionais, artigos sobre qualidade publicados em revistas conceituadas, organizações com certificação IS0 9001 e membros da International Academy for Quality (IAQ). Foi graças a essa pontuação que os 110 países foram distribuídos pelos grupos de líderes (leading), seguidores (follower), moderados (moderate), modestos (lagging) e principiantes (beginning).
A Suíça encabeça esta primeira edição, destacando-se pelo seu 1º lugar nos indicadores da competitividade e da inovação. Neste grupo de líderes da qualidade encontram-se também a Noruega, classificado como o país mais feliz do mundo, a Suécia, com o maior número de universidades no ranking de Xangai por habitante, a Dinamarca, onde é mais fácil criar e desenvolver uma empresa, seguindo-se a Holanda, o Reino Unido, a Alemanha, a Áustria, a Finlândia, a Irlanda e a Austrália. “Estes resultados confirmam a trajetória da Suíça e dos países do Norte da Europa no âmbito da qualidade”, afirma Paulo Sampaio. De realçar o afastamento do Japão (12º), do Canadá (14º) e dos EUA (15º) de uma posição de liderança, apenas surgindo no segundo grupo com pontuação mais elevada - os seguidores.
Portugal com bom desempenho
Do mesmo grupo faz parte Portugal, que alcançou o 24º lugar a nível mundial. Em termos específicos é o 5º país que contabiliza mais membros IAQ por habitante, o 9º com o número mais elevado de organizações com certificação de qualidade por habitante, o 14º com menor taxa de mortalidade infantil e o 16º com maior esperança de vida, com mais universidades por habitante em rankings internacionais e com mais artigos sobre qualidade publicados em revistas conceituadas. Os dados mostram ainda que existem 27 países no mundo com maior capacidade de empregabilidade do que Portugal, 40 cuja a qualidade do ensino é superior e 53 onde há mais igualdade na distribuição dos rendimentos. No índice da felicidade, os portugueses surgem na posição 65º, muito depois do Brasil (19º), da Espanha (28º) e da Rússia (37º). “Conseguimos um bom desempenho global, com resultados muito positivos ao nível das universidades, da investigação e da esperança média de vida. Mas há sempre margem para melhorias, nomeadamente na educação, no estímulo ao emprego e na qualidade de vida nas cidades, sendo necessário continuar o trabalho que está a ser realizado nestes domínios”, realça o especialista em qualidade e excelência organizacional.
Os países africanos são os que apresentam os piores resultados, com o Mali, a Costa do Marfim, o Lesoto, a Guiné e Moçambique na cauda da lista. “Surgiram neste ranking clusters naturais. Os países mais desenvolvidos tendem a estar no topo da tabela. A África está a dar os primeiros passos na área da qualidade. Por exemplo, em Angola está a ser criada a primeira associação neste âmbito. Cá já existe há mais de 50 anos", contextualiza Paulo Sampaio. A médio prazo acredita que o Japão, os EUA, o Canadá, a Índia e a China, que agora ocupa o 42º lugar, assumam posições de liderança. O WSQ surgiu no seguimento de um projeto-piloto elaborado há três anos junto dos 28 países da União Europeia, devendo ser encarado como uma ferramenta que permite identificar áreas de melhoria, ajudando os governos e as organizações na definição de políticas e estratégias capazes de aumentar o nível de qualidade dos países e, por conseguinte, o bem-estar das pessoas.
Fonte: GCII