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Academia, 08.02.2019 às 17:07
Escola de Engenharia celebrou 44 anos de vida!
Uma vida que quase se confunde com a da própria Universidade do Minho (UMinho) que faz 45 anos dia 17 de fevereiro. Uma Escola que tem contribuído de forma extraordinária para o avanço da ciência e da tecnologia, que se diferencia pela qualidade do ensino, investigação, desenvolvimento e ligação ao tecido empresarial, com uma projeção nacional e internacional sólida, a qual representa, atualmente, um terço da Academia em alunos.

O programa deste 44.º aniversário da Escola de Engenharia (EEUM), tal como vem a acontecer nos últimos anos, prolongou-se por uma semana. Entre 31 de janeiro e 6 de fevereiro, sob o mote dos “Desafios 4.0” decorreu o “Dia do Futuro Aluno”, o “Dia das Escolas Secundárias e Profissionais”, o “Dia da Graduação”, o “Dia da Profissão”, o “Dia do Emprego”, tendo terminado com o “Dia da Escola”, com a realização de um debate sobre os grandes desafios da EEUM, nomeadamente, a sua ligação ao tecido empresarial, a construção de carreira/profissão dos seus estudantes, a mobilidade e o alojamento estudantil e o futuro do ensino superior em Portugal.

A anteceder o debate, decorreu a cerimónia comemorativa do Dia da Escola, a qual contou com a presença do reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro e de João Monteiro que fez o seu último discurso como presidente da EEUM, no dia desta.

Sendo a maior Escola da UMinho, em número de alunos, docentes e investigadores, a EEUM contribuiu este ano para 50% do aumento dos alunos da Universidade (a UMinho teve este ano um aumento de cerca de 800 alunos); 70% das Spin-offs da UMinho são da EEUM; contribuiu com cerca de 250 projetos trianuais que resultaram num contributo de mais de 70 milhões. A Escola tem, atualmente, uma importantíssima ligação ao sudoeste asiático, a qual, segundo João Monteiro “está a abrir oportunidades nunca antes pensadas”, uma aposta que diz ser “estratégica” para a EEUM. A Escola tem ainda uma forte ligação à Sociedade, não só às empresas, mas conquistando um forte impacto social e no desenvolvimento económico na região.

Apesar de todos os destaques positivos a que a EEUM está associada, o seu responsável apontou ainda assim vários problemas, nos quais englobou a necessidade de mais recursos humanos, a progressão nas carreiras, o alojamento para estudantes e investigadores internacionais convidados a preços comportáveis, e a facilitação dos processos administrativos. Requerendo ainda um compromisso plurianual da Universidade com as Escolas e os seus investigadores “este seria um excelente compromisso que permitiria aumentar muito as receitas desta Escola e da Universidade”, disse. Sublinhando que a UMinho recebe do Orçamento de Estado (OE) 58 milhões e tem um orçamento em projetos de 58 milhões “estamos a viver dos projetos e dos trabalhos que fazemos para o exterior”, afirmou.

Sobre este pedido, Rui Vieira de Castro disse que esse “é um sonho das instituições universitárias há muito tempo, mas ainda difícil de concretizar”.

Sobre o ensino, o presidente da Escola apontou o Processo de Bolonha e o RJIES como más opções, sublinhando que a extinção aprovada dos mestrados integrados, vai requerer reflexão por parte da EEUM, transmitindo que “o sucesso da nossa formação de 5 anos mostra como as empresas internacionais e multinacionais optam por criar centros de investigação e desenvolvimento no nosso país, não só por uma questão económica, mas, porque mostramos que temos alunos com competências e empenho no que fazem”, disse.

Para Rui Vieira de Castro a EEUM “é de absoluta relevância para o nosso projeto institucional” e “determinante na posição de relevo que a Universidade tem conseguido”.

Apontando como desafios da Escola a “profunda alteração na organização da oferta formativa”, resultante da restrição dos mestrados integrados apenas às áreas da Arquitetura e da Medicina. Sobre isto, o Reitor é da opinião “que se deve começar a equacionar quais serão os impactos destas alterações”, afirmando que o desafio “é a busca de uma solução inovadora e não de uma solução preguiçosa” que assente apenas em licenciatura mais mestrado, de três mais dois. “Esta não é uma solução satisfatória e não é certamente se o que queremos é a efetiva qualidade de formação”, dizendo que é preciso “atenção aquilo que são os requisitos do mercado de trabalho que está em transformação muito acelerada, é nisso que devem assentar as soluções a serem procuradas”, transmitiu.

Tal como já o tinha transmitido em outras ocasiões, segundo Rui Vieira de Castro “estamos a assistir a uma reconfiguração dos recursos humanos da Universidade, pela chegada de uma vaga muito significativa de investigadores”, apontando a realidade como “altamente produtiva para a Instituição”, mas que não deixa de “comportar alguns riscos”, pelo que a sua integração é um desafio importante.

Ainda sobre a investigação, o responsável revelou que o financiamento dos projetos de I&D é equivalente ao financiamento do OE, afirmando serem “absolutamente centrais para a sustentabilidade financeira da Instituição”, esperando, por isso, que estes “ponham a Universidade a coberto de transtornos financeiros”.

Quanto à interação com a sociedade, o Reitor afirmou que a EEUM tem contribuído muito para a geração de emprego, em colaboração com o tecido empresarial, realçando sobre isto, o projeto Bosch, como grande exemplo de impacto social e económico, apelando a iniciativas semelhantes.

O Reitor realçou ainda nesta vertente, os laboratórios colaborativos que “permitem novas modalidades de interação com a sociedade”, realçando o excelente desempenho da Universidade, pois, das 21 propostas a nível nacional para criação destes laboratórios, a UMinho está envolvida em seis (a EEUM em cinco), coordenando dois deles.

Durante a Semana da Engenharia da UMinho foram apresentadas mais de 3000 oportunidades de trabalho, sendo 1700 ofertas efetivas de emprego (mais mil do que no ano passado), estas chegam de mais de 90 empresas.

Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves

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