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Academia, 25.01.2019 às 17:11
Voluntariado humanitário em destaque na UMinho
A exposição “Olhar e Ajudar” foi o mote para a conferência sobre voluntariado humanitário, que juntou no passado dia 24, num clima de descontração e partilha, no salão nobre do Largo do Paço, em Braga, o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre e o conceituado fotojornalista, Alfredo Cunha.

A conferência enquadrou-se na abertura da exposição, registo de um dos mais conceituados fotógrafos portugueses. Alfredo Cunha viajou o mundo acompanhando o médico Fernando Nobre por lugares como Níger, Porto e Guiné. As fotos ilustram situações de pobreza, doença, destruição e guerra, sendo o objetivo “sensibilizar os visitantes e apelar à participação em projetos de voluntariado”, referiu o fotojornalista.

A exposição não seria possível sem o apoio da AMI, uma Organização Não Governamental (ONG) portuguesa, privada, independente, apolítica e sem fins lucrativos, que tem como objetivos lutar contra a pobreza, a exclusão social, o subdesenvolvimento, a fome e as sequelas da guerra, em qualquer parte do Mundo. “A AMI é o meu quinto filho e engoliu-me de tal modo que abandonei as minhas funções de médico e a minha carreira de docente em Bruxelas”, declarou Fernando Nobre.

A viagem com a AMI passou pela crise em Portugal, mas também pelos refugiados e pelos escravos no Níger, pelos habitantes de bairros de lata no Bangladesh ou pelas meninas que lutam contra a mutilação genital feminina na Guiné-Bissau, e está hoje reunida no livro ‘Toda a Esperança do Mundo’. “Sou um mero executante deste projeto e fico muito honrado de ver a exposição dessa forma, porque uma coisa é saber, a outra é estar lá e ver. Vi a AMI dar de comer a pessoas que já não comiam há uma semana no Nepal”, desabafou Alfredo Cunha. “É uma profunda humanidade, que nos agarra com insistência a cada foto”, frisou.

Para Fernando Nobre, o voluntariado é algo fundamental para as sociedades humanas e, enquanto médico humanitário, presta ajuda há mais de 30 anos em zonas de conflito ou devastadas por catástrofes naturais. “Sou altamente privilegiado, e ser privilegiado é ter deveres, não é ter direitos. É ter deveres para com aqueles que não tiveram a mesma sorte. Voluntariado é isso, é uma tomada de consciência de tamanha brutalidade que faz com que nunca mais possamos voltar a ser quem éramos", disse.

A exposição está patente até 31 de janeiro na fachada do edifício do Largo do Paço.

Texto: Priscila Rosossi
Fotografia: Nuno Gonçalves

Arquivo de 2019