O estudante de Engenharia e Gestão Industrial assume assim um segundo mandato à frente da instituição representativa dos estudantes da UMinho, apresentando uma estrutura renovada, composta por menos dirigentes e departamentos, mas com uma maior especialização de funções.
No seu discurso de tomada de posse, Nuno Reis fez um balanço do mandato anterior, propôs novos desafios e prometeu “continuar a crescer”, frisando que a AAUM trouxe a questão do “alojamento para o domínio público” quando apresentou o estudo que veio comprovar muitas das suas posições e reivindicações relativamente ao tema, aproveitando uma vez mais para reivindicar mais e melhores opções de alojamento nas cidades de Braga e Guimarães.
Atualmente, as negociações entre a tutela e a academia minhota para resolver o problema das residências universitárias tem tido desenvolvimentos muito positivos. Neste momento estão previstas a construção de duas residências em Braga e duas em Guimarães.
Afirmando ainda que em 2018 a AAUM se mostrou “eficaz na reivindicação de um ensino superior acessível a todos”, Reis acredita que a redução do valor das propinas para 2019/2020 e, simultaneamente, a manutenção do preço das senhas da cantina foram “pequenas” vitórias que “significarão muito para as economias dos agregados familiares”.
O líder dos estudantes minhotos defendeu ainda “uma universidade democrática, onde os estudantes tenham um voto efetivo”, reivindicando uma “urgente avaliação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior que, sob o pressuposto de uma maior autonomia das universidades, veio reduzir drasticamente a representação da comunidade estudantil nos órgãos de gestão da Universidade.” Uma avaliação que segundo este, “está prevista desde 2006 e, 12 anos depois ainda não foi colocada em curso. Transmitindo que apesar disso, a Academia Minhota está “empenhada e comprometida em dar o exemplo, empreendendo uma revisão estatutária que visará entre outras coisas, definir os números da representação estudantil, introduzindo medidas para aumentar a representação dos estudantes nas decisões da instituição que os representa”.
“Portugal precisa de coragem política, a coragem política necessária para proceder a reformas estruturais que nos levem a novos caminhos, em vez de repetir os mesmos erros de sempre. Apenas 0,38% do PIB é gasto pelo Estado português nas universidades públicas”, referiu o presidente empossado, salientando que “há dez anos que o investimento nas universidades públicas está praticamente estagnado, em linha com o persistente défice de qualificações”, referindo não entender o porquê dos sucessivos governos se limitarem a “tapar os buracos do ensino superior” e, afirmando ser necessário “pensar a política do ensino superior a longo prazo”. Reis exigiu ainda que em ano de eleições haja “coragem política” para colocar o ensino superior como uma “prioridade real”.
Lamentando o facto de a Academia ainda não ter sido capaz de encontrar uma solução para a nova sede da AAUM, em Braga, Nuno Reis requereu que “a UMinho, o Município de Braga e os nossos governantes devem ser capazes de unir esforços por esta causa”. Revelando existir um terreno junto ao Campus de Gualtar pertencente ao Estado que está recheado de episódios de muita sinistralidade, motivado pela má iluminação do espaço e o seu difícil acesso. “Entreguem-nos aquele espaço para que lhe possamos dar uma nova vida”, disse.
Já em Guimarães, o dirigente diz estarem num processo de reunião de parceiros e fundos para arrancar com as obras de reabilitação da sede de Azurém “queremos tornar aquele espaço inteiramente dos estudantes”, afirmou.
Sobre as ambições para 2019, entre outras, o representante dos estudantes diz que a AAUM terá como focos: no desporto, focar-se na promoção desportiva, competição e informal, deixando o desejo da UMinho voltar ao TOP 3 do ranking europeu do desporto universitário e a conquista do título no europeu universitário de futsal, competição a decorrer em julho, em Braga. A nível nacional, a AAUM será organizadora das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários, evento que segundo este irá procurar “associar-se à promoção do bem-estar social e dos valores da sustentabilidade”. Reis anunciou ainda que serão desenvolvidos esforços para a criação de um espaço digital da agenda cultural da Academia, deixando ainda a novidade de que as monumentais festas do Enterro da Gata terão um novo local em 2019, não revelando ainda qual!
Em resposta, Rui Vieira de Castro ressalvou que a problemática da falta de alojamento deverá ficar resolvida em breve, afirmando que presentemente existem “fundadas expectativas de que a Escola D. Luís de Castro, o Edifício Militar da Rua Bernardo Sequeira ambos em Braga, e a Escola de Santa Luzia e o Convento de Santa Rosa de Lima, em Guimarães, venham a ser rápida e definitivamente destinados a alojamento de estudantes, assim ajudando a resolver um grave problema com que nos confrontamos.”
Sobre a nova sede da Associação Académica, o Reitor admitiu que é “justíssima” a preocupação dos estudantes por uma nova sede, uma vez que o edifício da Rua D. Pedro V deixou de ter condições minimamente adequadas para acolher a sede de uma associação académica. Afirmando que o problema deverá ter “uma solução a muito curto prazo, no quadro de um protocolo que globalmente clarifique, sistematize e formalize as relações entre a Universidade e a AAUM.”
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves