A tradição mantém-se, e uma vez por semestre em cada Campus da Universidade, o dia é dedicado à solidariedade, e muitos são os que estendem o braço, dando um pouco de si a quem mais precisa.
Na primeira colheita, no dia 16 de outubro, no Campus de Azurém em Guimarães, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) fez-se representar por uma brigada constituída por uma unidade móvel e uma fixa, tendo sido conseguidos 152 dadores inscritos. No Campus de Gualtar em Braga, no dia 27 de novembro, a brigada do IPST contou também com uma unidade móvel e uma fixa, alcançando 200 dadores inscritos.
A história e as estatísticas dizem-nos que longe vão os tempos em que eram conseguidos, num só dia, 400 e 500 dadores inscritos. Este facto é realçado pelo administrativo do IPST, António Ferreira, que ainda no decorrer da colheita no Campus de Gualtar, afirmava “estar a baixo das previsões”, sublinhando que esperavam “mais dadores”, uma vez que as campanhas realizadas na UMinho “costumavam ter muito sucesso”, disse.
A inscrever-se para fazer a sua dádiva no Complexo Desportivo de Gualtar estava Joana Pereira, dadora há cerca de três anos. A estudante de Biologia/Geologia afirmava que teve conhecimento da iniciativa através da mensagem que recebeu do IPST, afirmando ter “pena que estas campanhas não sejam mais divulgadas à comunidade académica”, uma vez que “é uma excelente iniciativa, mas passa despercebida à grande maioria das pessoas”.
Joana refere que o hábito lhe foi incutido no seio familiar, afirmando sentir-se “muito feliz por poder estar a contribuir para salvar alguém”.
Na ação decorrida no Campus de Gualtar, o IPST galardoou ainda a dadora Conceição Rodrigues, pelas suas 20 dádivas! A trabalhadora dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM) mostrava-se muito contente pelo certificado e medalha recebidos, afirmando sentir-se “muito feliz por durante todos estes anos ter conseguido ajudar quem mais precisa”. Tendo iniciado o seu trajeto de dadora de sangue derivado ao seu irmão que morreu de leucemia com 19 anos, Conceição Rodrigues sentiu que “devia tentar ajudar outras pessoas que muitas vezes precisam de sangue para poder sobreviver”, alertando ainda a comunidade académia e principalmente os estudantes para que “contribuam nestas campanhas e ajudem quem mais precisa”.
As dádivas de Sangue já decorrem na UMinho desde 1999, uma missão social que visa ajudar na criação de hábitos de doação, na manutenção desses hábitos e criação de doadores para o futuro, contribuindo assim para o aumento das reservas de sangue no nosso país.
Filipe Silva iniciou-se como dador o ano passado na UMinho, numa ação semelhante, e este ano voltou pois pretende continuar a contribuir e a ajudar os outros. “É uma boa ação e acho que todos nós devíamos dar sangue”, salientando que “é um gesto que poderá salvar vidas”.
A Campanha foi promovida pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), com o apoio dos SASUM, em cooperação com o IPST e o Centro de Histocompatibilidade da Região Norte.
A próxima Campanha decorrerá em março do próximo ano.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves