A sessão de abertura decorreu no espaço b-lounge da Biblioteca Geral do campus em Azurém, a qual contou com as intervenções de Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho (UMinho), Helena Sousa, presidente do Instituto de Ciências Sociais, Rosa Vasconcelos, vice-presidente da Escola de Engenharia, e António Bento Gonçalves, diretor da nova licenciatura.
O reitor da UMinho mostrou-se “satisfeito e entusiasmado” com o que se está a passar, não apenas porque este é um projeto pioneiro no ensino universitário público em Portugal Continental, mas principalmente pelo seu arranque neste ano letivo com 21 alunos, apesar da tardia divulgação do mesmo, bem como por ser um projeto que qualificou de “multidisciplinar e interdisciplinar”, um projeto que afirma como sendo “uma necessidade de formação nesta área”.
A funcionar no campus de Azurém, desde setembro, a licenciatura em Proteção Civil e Gestão do Território da UMinho nasceu dos contributos das ciências sociais, da engenharia, das ciências, do direito, da educação, da enfermagem e da psicologia. Um curso de três anos que aposta num reforço da componente prática relacionada com as tecnologias de informação geográfica e em projetos de proteção civil com incidência territorial, num apelo ao espírito crítico e de análise, motores da capacidade de planeamento e gestão em situações de crise ou emergência.
Rui Vieira de Castro aponta, assim, três desafios dos quais afirma “vai depender o sucesso do curso”. Indicando como primeiro desafio, a “articulação entre ensino e investigação”, o segundo será a “interação com a sociedade”, e em terceiro a importância da “receção social deste curso”, afirmando que este “tem de se abrir para fora, mas também trazer pessoas para dentro dele”.
O reitor diz estar “absolutamente convicto que temos criadas as condições para fazer deste curso um exemplo, lembrando os terríveis acontecimentos a que o país tem assistido nestes anos recentes, afirmando que “devem servir de aviso para a importância de olharmos de uma forma diferente, académica e mais qualificada para estas matérias”.
Helena Sousa, presidente do Instituto de Ciências Sociais, onde está inserido o novo curso, asseverou que este “é um projeto pedagógico sólido”, indicando que o país e os exemplos recentes que a que temos assistido, vêm mostrar que é necessária “gente formada nesta área”. A responsável alertou, tal como o Reitor, que o “caminho” deve ser feito “em estreita articulação com a investigação científica”.
A conferência que se seguiu: “Formação Universitária em Proteção Civil: gestão do território, prevenção dos riscos e resposta às catástrofes”, contou com a participação de Domingos Xavier Viegas, coordenador do Centro de Estudos Sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, Francisco Rego, presidente do Observatório Técnico Independente para Análise, Acompanhamento e Avaliação dos Incêndios Florestais e Rurais, sendo que a comunicação prevista de Luciano Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Riscos, Prevenção e Segurança foi feita por António Bento Gonçalves, por impossibilidade do seu autor. A moderação esteve a cargo da jornalista Sandra Pereira, da RTP.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves