A cerimónia foi motivo, também, para a assinatura de um protocolo entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) e o novo Centro de Medicina P5, um projeto inovador em que os cuidados secundários serão o foco da atividade, contando com uma forte componente tecnológica, que ditará diagnósticos mais rápidos e um acompanhamento digital frequente e eficiente. O Centro de Medicina P5 dará lugar a uma melhor gestão individual da saúde, fazendo ainda uma ponte essencial entre os cuidados primários e terciários.
Com apenas 18 anos de vida, a Escola de Medicina tem feito um caminho de sucesso, sendo uma referência em termos nacionais e internacionais na sua área. A comemoração da maioridade foi também celebração do fim de um trajeto para muitos dos estudantes que terminaram os respetivos cursos, os quais receberam os seus diplomas, havendo espaço também para a premiação do mérito com a entrega dos prémios que distinguiram o trabalho de docentes, investigadores e funcionários, para além do mérito académico.
Nuno Sousa, presidente da Escola de Medicina, salientou o trabalho realizado ao longo do último ano, lembrando que o que a Escola é hoje é o “excelente resultado entre estudantes, investigadores, professores, funcionários, NEMUM e Alumni”.
Nuno Sousa revelou ainda que o nível de preparação dos alunos da Escola de Medicina, que é sempre testado no exame de seriação para o internato médico, foi o melhor em Portugal “isto é tranquilizador da qualidade da sua preparação e também uma conquista importante à luz da mudança de um cenário de acesso a programas de internato em Portugal, agora que uma percentagem significativa a eles não tem acesso” afirmou. Para além disto, assinalou que dos 120 ensaios clínicos realizados, por ano, em Portugal, 83 foram feitos pelo Instituto de Ciências da Vida da Saúde (ICVS), mostrando bem a relevância da Escola.
Sobre o futuro, o presidente da Escola de Medicina sinalizou a renovação do curriculum do curso de Medicina que tem vindo a ser feita, no sentido de uma maior interdisciplinaridade e convocação dos diferentes saberes. Apontando como grande investimento no futuro a aposta em ecógrafos portáteis, afirmando que “decidimos que o uso da ecografia portátil deveria ser uma rotina, por isso adquirimos um número significativo de ecógrafos”. O investimento contínuo no Biotério foi também destacado, revelando que está a ser preparado o “terreno para a criação de uma incubadora de empresas Biomédicas”, o que terá o apoio da autarquia de Braga, da InvesteBraga, entre outros.
Nuno Sousa deixou ainda uma crítica à liderança do país, salientando que continua a não permitir a integração de estudantes internacionais em cursos de Medicina “um grave erro com implicações financeiras para as escolas médicas e profissionais para o país. Está na altura de mudar este paradigma”, disse.
Parabenizando o Secretário de Estado pela coragem de finalmente ter permitido a realização de um novo modelo da Prova Nacional de Seriação, acrescentou que esta foi acompanhada de outra importante decisão, que foi a utilização de um método de normalização para classificar as médias graduais das distintas escolas médicas. “Finalmente fez-se justiça”, declarou.
Centro de Medicina Digital será um dos grandes desafios nos próximos tempos!
“Está na hora desta Escola prestar cuidados de saúde. Mas quisemos acrescentar valor ao nosso sistema nacional de saúde, numa ação a ser desenvolvida com a ARSN”, começou por dizer Nuno Sousa ao falar do novo projeto da Escola de Medicina, resultado de um protocolo assinado neste dia com a ARSN. O Centro de Medicina Digital P5 vai arrancar no próximo ano, e pretende, segundo o seu coordenador e também presidente da Escola de Medicina, promover melhores cuidados de saúde às populações, nomeadamente na ligação entre os cuidados primários e os cuidados hospitalares, na promoção da saúde e na monitorização das doenças crónicas. “Estamos a desenhar o futuro da prestação de cuidados de saúde onde o cidadão é colocado no lugar central. Representa também uma aposta do SNS na responsabilidade da universidade e das suas escolas de saúde, representa uma aposta na sustentabilidade e na qualidade, representa o futuro da medicina”, disse.
Nuno Sousa assumiu ainda a ambição de “fazer desta Escola uma referência internacional e pivot do cluster da saúde. Queremos ser o epicentro de um sistema inovador de saúde na região e quiçá no país”, disse.
Rui Vieira de Castro realçou sobretudo a investigação científica realizada pela Escola de Medicina, referindo que esta conheceu resultados importantes este ano “os investigadores do ICVS viram ser aprovados 25 projetos que resultaram num financiamento acima dos 4 milhões de euros”. Enfatizando que esta continua a contribuir para a afirmação da Universidade no domínio nacional e internacional. Sobre o Centro de Medicina P5, o reitor da UMinho transmitiu que este é “mais um passo na interação da Escola com a sociedade e mais um contributo desta na prestação de melhores cuidados de saúde”.
Para o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a Escola de Medicina “tem estado na vanguarda da inovação”. O governante afirmou o comprometimento do Ministério da Saúde, afirmando que “é tempo de mudar” e por isso, passados 40 anos da aplicação do exame de seriação que privilegiava a capacidade de memorização em detrimento das capacidades clínicas, humanas, técnicas e profissionais, o ministério decidiu desencadear um processo de reforma deste exame, que de agora em diante avaliará competências de profissionalismo e ética clínica dos médicos “trata-se de um passo histórico que irá ter repercussões no modelo de ensino das escolas portuguesas”. Para além disso, revelou ainda a alteração do regulamento que diferenciava as escolas em que os alunos de medicina eram formados, para além da reformulação do programa de internato de formação geral, “resultado de um trabalho de três anos”, disse.
Fernando Araújo anunciou ainda que o Governo irá investir em 2019 de forma a disponibilizar as bases científicas aos profissionais de saúde, suportando e potenciando a sua progressão e desenvolvimento.
Sobre o Centro de Medicina P5, o Secretário de Estado diz que este será mais uma evolução na saúde, afirmando que “é tempo de o fazer sair do papel”.
Ana Marques