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Academia, 10.09.2018 às 16:29
Carlos Menezes é o novo Administrador da UMinho
Carlos Menezes tomou posse como novo Administrador da Universidade do Minho (UMinho), no passado dia 7 de setembro. O Salão Nobre da Reitoria, no Largo do Paço, em Braga encheu-se para a cerimónia de tomada de posse, a qual contou, entre muitos outros, com a presença do Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro e dos anteriores administradores, Pedro Camões e José Fernandes.

O professor da Escola de Economia e Gestão da UMinho é agora o novo Administrador da Academia Minhota, ao qual competirá a gestão corrente da instituição, orientando e coordenando as atividades e os serviços da Universidade, no âmbito administrativo, patrimonial e financeiro, sob a direção do reitor.

Agradecendo o convite do reitor da UMinho, Carlos Menezes confessou que não estava no seu horizonte temporal o exercício de qualquer cargo público, após ter solicitado em janeiro deste ano, a cessação de funções de diretor do Centro de Emprego de Braga, do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), “era minha intenção dedicar-me em exclusivo à investigação e ao ensino”, revelou.

O novo Administrador da UMinho disse ainda, não ter encontrado razões para recusar o exercício do cargo “embora tenha procurado”, afirmando também que aceitava o cargo “consciente de que as instituições de ensino superior enfrentam grandes desafios no atual contexto de subfinanciamento do Estado”.

Destacando a exigência que será necessária, Carlos Menezes sublinhou que a UMinho, enquanto Fundação, está obrigada a angariar mais de 50% do seu orçamento em receitas próprias “o que leva a que tenhamos de ser muito mais exigentes na forma como gerimos os recursos financeiros” disse. Desta forma, apelou para que a UMinho tenha um desenvolvimento sustentável nas três dimensões: económica, ambiental e social, asseverando que “a sustentabilidade financeira será para mim, uma prioridade, no sentido de seguirmos uma política financeira equilibrada, confortável, fundamental para a prossecução da missão da Universidade”. Isto vai requerer, segundo este, capacidade de planeamento estratégico e uma rápida capacidade de adaptação da UMinho aos desafios colocados, o que deve implicar um sistema de informação que suporte a tomada de decisão; o envolvimento e comprometimento das unidades da UMinho; a forma como devem ser feitos os procedimentos administrativos; a mensuração do património; e os recursos humanos, que para este “são o pilar fundamental da instituição”.

Rui Vieira de Castro salientou o “papel particularmente relevante” do Administrador na administração da Universidade, o qual deve ser uma pessoa com saber e experiência na área da gestão, afirmando que a escolha de Carlos Menezes “cumpre, a meu ver, de forma plena, estes requisitos”.

Do novo Administrador disse esperar “um pensamento e uma prática de grande rigor na gestão da Universidade, de realismo e transparência”, aspetos que diz serem essenciais para se “assegurar a sustentabilidade financeira da Instituição, a contínua melhoria da qualidade dos procedimentos administrativos e a salvaguarda do património da Universidade”.

Antecipando alguns dos problemas com que o novo Administrador se vai deparar, o reitor da UMinho destacou vários cenários: em primeiro lugar, as implicações do descongelamento das progressões nas carreiras, o que trará só este ano, encargos para a UMinho no valor de cerca de 300 000 euros, uma vez que o valor transferido pelo Estado para a Universidade (cerca de 477 000 euros) não suportou as valorizações remuneratórias. “Estes encargos aumentarão previsivelmente para o dobro em 2019”, acrescentou.
Em segundo lugar, está o impacto financeiro adicional da integração dos trabalhadores abrangidos pelo programa de regularização dos vínculos precários na administração pública, o que segundo este, os encargos adicionais, já a partir de 2019 serão na ordem de 1 435 000 euros, verba que não foi disponibilizada à UMinho “facto que coloca gravemente em causa o funcionamento da nossa Universidade”, afirmou.

Apesar disto, Rui Vieira de Castro garante que a UMinho “será capaz de encontrar as respostas necessárias para continuar a cumprir a sua missão com a qualidade que sempre tem tido, apesar da adversidade da conjuntura”.
 


Texto: Ana Marques

Arquivo de 2018