A sessão decorrida nas Pirâmides do campus de Gualtar, em Braga, contou na abertura, com a intervenção do Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), Nuno Reis, seguindo-se uma breve apresentação do estudo, protagonizada por Maria João Barbosa (autora do estudo) e pelo Professor Joaquim Silva (orientador). Marcaram ainda presença o Reitor da Universidade do Minho (UMinho), a Provedora do Estudante e o Administrador dos Serviços de Acção Social da UMinho (SASUM).
O estudo pretendeu mapear as atuais circunstâncias do alojamento dos estudantes da academia minhota, a fim de promover novas soluções para o tema.
Segundo o estudo, o distrito de Braga contou com 24 150 alunos inscritos no ensino superior no ano letivo 2016/17. Destes, 9,8% eram estudantes estrangeiros e 6 450 eram alunos portugueses com residência permanente fora do distrito de Braga, e por isso deslocados. Braga conta com três instituições de ensino superior (UMinho, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e do Instituto Superior de Saúde do Ave (ISAVE). A UMinho possui uma capacidade total de 1297 camas distribuídas por 10 blocos residenciais, localizados entre o campus de Gualtar e Azurém, com preços a variar entre os 62€ e os 95€ por mês/quarto.
“Nós queríamos perceber como era a caracterização dos alojamentos e isto começava por tentar perceber quais as fontes de procura, as maiores dificuldades, estado dos alojamentos, em que tipologia viviam, quanto pagavam, com quantas pessoas partilhavam, que serviços estas habitações disponibilizavam, e por fim, perceber se os alunos estavam satisfeitos com o estado de alojamento e se queriam mudar para o ano letivo seguinte, para assim fazer com que eles tenham o melhor período possível de alojamento enquanto estão na Universidade”, declarou a autora do estudo.
Numa mostra de mais de 500 alunos, os problemas mais apontados pelos estudantes foram os preços elevados, a distância da Universidade e as condições das habitações. “Este esforço é apenas uma parte daquilo que tem sido a atuação da Associação Académica neste aspeto, não se tem ficado apenas pela colocação do problema, mas sim dar contributos reais para um problema complexo que exige múltiplas respostas”, destacou o Reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro.
Para além destas, o estudo mostrou ainda que, a nível do alojamento externo, mais de 50% dos estudantes inquiridos nunca receberam qualquer recibo de renda; a grande maioria dos inquiridos prefere a modalidade de arrendamento com serviços de água, luz, gás e internet já incluídos e o imóvel mobilado; o período de maior procura de alojamento entre os estudantes universitários centra-se entre os meses de junho a setembro; o atributo mais influente na escolha de alojamento por parte dos estudantes é, claramente, o preço da habitação, o que influencia na escolha de habitação nas residências universitárias.
Perante estas conclusões e em comunicado enviado pela direção da AAUM à comunicação social, Nuno Reis realça ser “absolutamente necessário promover o debate em torno da construção de novas residências universitárias, com vista a obtenção de financiamento para a sua construção; alertando ainda que “os municípios devem, rapidamente, ser capazes de introduzir mecanismos financeiros de reordenamento do seu território, de forma a, em primeiro lugar, promover a construção e reabilitação certificada de imóveis, em locais de interesse da comunidade estudantil, nas imediações dos campi da Universidade do Minho, e, em segundo lugar, na impossibilidade de sucesso da primeira opção, promover a reabilitação de zonas mais distantes e menos habitadas da cidade, comprometendo-se com as necessárias condições de mobilidade”.
O presidente da AAUM acredita que “a cooperação interinstitucional, associada aos dados agora revelados, são fatores chave para a resolução de um problema que tenderá a agravar-se, caso não sejam tomadas medidas imediatas na suavização do mesmo ao longo do presente ano letivo, garantindo que o custo e disponibilidade da habitação voltam a ser fatores preferenciais no momento de escolha do curso e instituição de ensino superior”.
Texto e fotografia: Priscila Rosossi