Bolsas_Excelencia_2018
Academia, 07.06.2018 às 17:20
Mérito premiado na UMinho com Bolsas de Excelência
UMinho
A Universidade do Minho (UMinho) premiou o mérito de 204 estudantes, outorgando-lhe Bolsas de Excelência e respetivo diploma, um reconhecimento pelo excelente desempenho, trabalho e perseverança no seu percurso académico.


A cerimónia solene de entrega das Bolsas de Excelência da academia minhota decorreu ontem, dia 6 de junho, pelas 15h30, no Salão Medieval da Reitoria, no Largo do Paço, em Braga. Para além dos 204 premiados, a sessão contou ainda, com a presença dos 34 estudantes da UMinho que receberam bolsas de estudo por mérito, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), bem como do reitor Rui Vieira de Castro, presidentes das Escolas/Institutos, diretores de cursos e responsáveis de escolas secundárias, entre outros.

O programa de promoção da Excelência Académica foi criado em 2011, tendo como finalidade galardoar os estudantes de todas as licenciaturas e mestrados integrados com a melhor nota de candidatura e de cada ano, desde que igual ou superior a 16 valores. Este prémio é atribuído pela Reitoria e pelas direções das várias unidades orgânicas da UMinho, que tal como referiu Rui Vieira de Castro “deste modo assinalam em conjunto o compromisso forte e permanente com a promoção do reconhecimento do mérito académico”.

Cada um dos 204 estudantes recebeu uma bolsa de valor pecuniário igual ao da propina em vigor e o respetivo diploma que atesta o reconhecimento da sua qualidade intelectual, do seu esforço e do seu compromisso com o aprofundamento dos seus saberes. As 34 bolsas de estudo por mérito, atribuídas pelo MCTES, teve um valor anual igual a cinco vezes o valor da retribuição mínima mensal garantida em vigor no início do ano letivo em que é entregue.

Esta foi a sétima edição do evento que ao longo destes anos já atribuiu, segundo o Reitor da UMinho “mais de um milhão de euros”, salientando que a iniciativa representa para a instituição “um esforço financeiro significativo”, e acrescentando que, apesar disso, “a Universidade está profundamente convicta que o esforço se justifica pelo valor que lhe fica associado, de estímulo a níveis superiores de desempenho académico, de reconhecimento da importância da qualificação superior, da celebração do papel do reconhecimento na formação das novas gerações, capacitando-as para enfrentar os desafios enormes colocados pelas sociedades contemporâneas”, disse.

Em 2011 foram entregues 39 Bolsas de Excelência, passados sete anos, a UMinho entregou 204, tendo-se chegado ao final de um ciclo, em que todos os anos, de todos os cursos da UMinho foram premiados.

Dos 204 premiados, cerca de 40 lecionam no 1º ano dos seus cursos, não deixando Rui Vieira de Castro de agradecer às escolas secundárias “que contribuíram na formação destes jovens”, disse. Entre os 204, 85 são estudantes bolseiros da Acção Social, “este número vem confirmar a nossa convicção de que estes prémios podem ajudar a melhorar de facto as condições de trabalho dos nossos estudantes que provêm de meios economicamente menos favorecidos e que estes podem ter um papel impulsionador do seu compromisso com o trabalho académico”, declarou.

A festa foi dedicada aos melhores, à excelência académica, garantindo o Reitor que a UMinho está empenhada em mudar a qualidade da educação oferecida “monitorizando os nossos cursos, melhorando os instrumentos de apoio à sua gestão e acompanhando o percurso académico dos nossos alunos e posteriormente o percurso profissional dos nossos Alumni”, afirmando sobre isto que, “a garantia de uma educação de qualidade é condição essencial para que possamos ultrapassar estes desafios. Sabemos que as instituições de ensino superior têm a este respeito um papel único não substituível”, demonstrando que isto é visível pelo número de excelentes estudantes presentes.

Ex-alunas da UMinho deixam conselhos a quem quer vencer no mercado de trabalho

Sob o mote “Põe quanto és, no mínimo que fazes”, retirado do livro “Odes”, de Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa, o programa da cerimónia teve início com a 5.ª edição da tertúlia “2Share - Talentos Alumni”, a qual contou com as participações das ex-alunas da UMinho Manuela Vaz, vice-presidente da Accenture, Manuela Gomes, cientista do I3Bs - Instituto de Investigação em Biomateriais, Biomiméticos e Biodegradáveis da UMinho e Sara Antunes de Oliveira, jornalista da SIC.

Com moderação de Daniel Vieira da Silva, as ex-alunas deixaram algumas palavras-chave, recados e conselhos para todos os estudantes presentes, mas não só, pois são conselhos que servem para qualquer pessoa: trabalho, perseverança, talento, sacrifício pessoal, resiliência, não ter medo de sair da zona de conforto, prioridades, disciplina, foco, foram alguns dos conceitos bem presentes na conversa.

Salientando-se entre os conselhos que “devemos dar sempre o nosso melhor em tudo o que fazemos e não devemos deixar que o medo nos impeça”, expôs Manuela Gomes.

Já Manuela Borges afirmou que: “As nossas prioridades em cada momento da vida são muito importantes, não são sempre as mesmas, mas o importante é sentirmo-nos realizadas e felizes com elas”.

Para Sara Oliveira é importante “respirar, não nos devemos sentir sufocados pelo que fazemos, temos de nos divertir, temos de olhar para as coisas sem paralisar”.

De um modo geral, as participantes incentivaram a que cada um aproveite as oportunidades que vão surgindo ao longo da vida, pois atrás de uma virão outras quem sabe melhores. Que trabalhem, porque mesmo que não sejam os melhores, o trabalho irá compensar alguma falta de talento. Que saiam da sua zona de conforto, pois será essencial para aprenderem ainda mais, mesmo que muitas vezes isso implique algum sacrifício pessoal. A perseverança, a resiliência foram também muito ouvidas, aconselhando a que é preciso muitas vezes adaptarem-se às circunstancias, é preciso insistir e nunca desistir dos sonhos.

A questão do género foi também debatida, ressaltando que o mercado de trabalho é um desafio maior para as mulheres, não só pela questão da maternidade, mas porque este ainda é liderado pelos homens, que continuam a ter os lugares mais altos nas chefias, nos lugares de direção, salientando-se que as quotas ainda são necessárias.

Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves

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