Café (2)
Academia, 28.05.2018
Nova vida para as Borras de Café
UMinho
Os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), no âmbito da implementação do seu Plano Estratégico de Sustentabilidade, desenvolveram uma parceria com dois alumni da Universidade do Minho (UMinho) no sentido de dar um novo destino às borras de café.


Diariamente, são servidos centenas de cafés a toda a comunidade académica nas unidades alimentares dos SASUM. Da sua produção resultam enormes quantidades borras de café que se assumiam como um resíduo sem qualquer utilidade e, como tal, encaminhadas para o lixo.

No seguimento do Plano Estratégico de Sustentabilidade desenvolvido e disponível para consulta pública, os SASUM desenvolveram um projeto-piloto em parceria com a Quinta do Verdelho, de dois alumni da UMinho, com o objetivo de dar um destino mais útil às borras de café. Com este projeto pretende-se testar a sua utilização em processos de compostagem e de produção de cogumelos.

Nuno Oliveira, alumnus da UMinho e responsável pela recolha e valorização das borras de café, refere que, neste momento, o objetivo passa por dar dois destinos a este composto:
“O primeiro passa pela reciclagem e compostagem, sendo utilizado na pilha do composto, numa terceira camada complementar ao azoto (restos de vegetais frescos) e ao carbono (restos de limpezas de árvores e arbustos), em conjunto com cálcio mineral. As borras constituem cerca de 20% das nossas pilhas de compostagem e estimulam o processo porque têm textura fina e são um bom alimento para os organismos auxiliares da decomposição como as minhocas. O segundo destino refere-se ao denominado Upcycling e é utilizado na produção de cogumelos das estirpes de pleurotus ostreatus, que estamos ainda a testar. O objetivo é obter uma mistura de borras e material lenhoso que permita uma colonização eficaz do micélio. O substrato daí resultante pode ser ainda adicionado à pilha de compostagem (como "acelerador" ou espalhado nalguns tipos de hortícolas de imediato). A expectativa é obter uma taxa de conversão das borras em cogumelos de, no mínimo, 10%.”, afirma Nuno Oliveira.

Encontrando-se numa fase inicial, este projeto visa, unicamente, a recolha das borras de café produzidas no Bar de Engenharia I do Campus de Azurém, em Guimarães, responsável pela produção de, aproximadamente, uma tonelada por ano.

O responsável pela operacionalização do Plano de Sustentabilidade dos SASUM, acredita que este é apenas o primeiro passo de um projeto que apresentará um impacto enorme na promoção e desenvolvimento da economia circular.
“É objetivo dos SASUM estender este processo às restantes unidades alimentares da UMinho. As borras de café sempre foram olhadas como um composto sem qualquer tipo de valor. O nosso objetivo passa por tentar mudar essa ideia e encontrar formas de transformar este resíduo num recurso, mitigando assim as quantidades que são encaminhadas para o lixo e, simultaneamente, promover o desenvolvimento sustentável dentro da organização e no meio envolvente”, afirma Diogo Arezes.

Texto: Ana Coimbra

Fotografia: Nuno Gonçalves

Arquivo de 2018