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Academia, 21.12.2017
Estudo sobre a economia portuguesa trouxe Presidente da República à UMinho
UMinho
A Universidade do Minho foi uma vez mais, palco para um grande evento que juntou no mesmo local, presidente da República, ministro da Economia, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, reitor da UMinho, entre outros, tendo como "pano" de fundo a apresentação do estudo "Investimento Empresarial e o Crescimento da Economia Portuguesa".


O evento contou assim com a ilustre presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o qual foi, juntamente com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) responsáveis pelo estudo. Realizado pela Universidade do Minho em cooperação com a Universidade de Coimbra, este estudo "procurou responder aos inúmeros problemas com que a economia portuguesa se tem confrontado" frisou Isabel Mota, presidente da FCG.

Também presente, o ministro da Economia, Caldeira Cabral agradeceu o trabalho feito pelas duas universidades parceiras, salientando que olhando para os resultados deste ano "podemos dizer que estamos a ter sucesso, o país está a crescer". O governante disse ainda que, é necessário mais apoio a nível das transferências de tecnologia, é preciso uma reforma estrutural do sistema de transferência de conhecimento para dessa forma haver "um reforço da competitividade da nossa industria". Sobre o futuro, o ministro realçou alguns problemas, como endividamento, o envelhecimento da população e a baixa poupança "problemas que temos de trabalhar" disse.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, "neste momento, o que importa é precisamente apostar na estratégia de médio e longo prazo, com o rumo certo e firme, sabendo que, em alguns pontos sensíveis, há diversidades de pensamento e que essas diversidades não coincidem necessariamente com nenhum dos dois hemisférios políticos existentes no nosso país, o que torna mais complexo o equacionar desse médio e longo prazo". Destacando o momento positivo da economia portuguesa e europeia, deixou o aviso para que o sistema político nacional seja um "entrave" ao desenvolvimento de uma estratégia a médio e longo prazo.

Com um discurso marcado pela palavra "consenso", o Presidente deixou bem patente que a manutenção do clima favorável de crescimento da economia portuguesa depende, da estabilidade política, fiscal e laboral, mas também dos consensos políticos que forem possíveis alcançar a médio e longo prazo, muito além de uma legislatura. "A edificação da estratégia necessária para Portugal tem que ir para além de uma legislatura e não pode estar dependente das soluções governativas conjunturais" disse. Advertindo, também, para que o país não ceda ao "facilitismo" e a "satisfazer surtos sociais e inorgânicos e solicitações inexequíveis".

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o estudo apresentado, o qual entende que pode ajudar a manter o bom clima económico do país.

O coordenador do estudo e docente da Escola de Economia da Universidade do Minho, Fernando Alexandre, aproveitou a oportunidade para deixar algumas considerações, referindo que para ser competitivo, Portugal deve reduzir a carga fiscal e continuar a apostar na requalificação do fator humano, para além apelar à poupança.

Texto: Ana Marques 

Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Dez/2017)

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