O evento contou assim com a ilustre presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o qual foi, juntamente com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) responsáveis pelo estudo. Realizado pela Universidade do Minho em cooperação com a Universidade de Coimbra, este estudo "procurou responder aos inúmeros problemas com que a economia portuguesa se tem confrontado" frisou Isabel Mota, presidente da FCG.
Também presente, o ministro da Economia, Caldeira Cabral
agradeceu o trabalho feito pelas duas universidades parceiras,
salientando que olhando para os resultados deste ano "podemos
dizer que estamos a ter sucesso, o país está a crescer". O
governante disse ainda que, é necessário mais apoio a nível das
transferências de tecnologia, é preciso uma reforma estrutural do
sistema de transferência de conhecimento para dessa forma haver
"um reforço da competitividade da nossa industria". Sobre o
futuro, o ministro realçou alguns problemas, como endividamento,
o envelhecimento da população e a baixa poupança "problemas que
temos de trabalhar" disse.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, "neste momento, o que importa
é precisamente apostar na estratégia de médio e longo prazo, com
o rumo certo e firme, sabendo que, em alguns pontos sensíveis, há
diversidades de pensamento e que essas diversidades não coincidem
necessariamente com nenhum dos dois hemisférios políticos
existentes no nosso país, o que torna mais complexo o equacionar
desse médio e longo prazo". Destacando o momento positivo da
economia portuguesa e europeia, deixou o aviso para que o sistema
político nacional seja um "entrave" ao desenvolvimento de uma
estratégia a médio e longo prazo.
Com um discurso marcado pela palavra "consenso", o
Presidente deixou bem patente que a manutenção do clima favorável
de crescimento da economia portuguesa depende, da estabilidade
política, fiscal e laboral, mas também dos consensos políticos
que forem possíveis alcançar a médio e longo prazo, muito além de
uma legislatura. "A edificação da estratégia necessária para
Portugal tem que ir para além de uma legislatura e não pode estar
dependente das soluções governativas conjunturais" disse.
Advertindo, também, para que o país não ceda ao "facilitismo" e a
"satisfazer surtos sociais e inorgânicos e solicitações
inexequíveis".
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o estudo apresentado, o qual
entende que pode ajudar a manter o bom clima económico do
país.
O coordenador do estudo e docente da Escola de Economia da
Universidade do Minho, Fernando Alexandre, aproveitou a
oportunidade para deixar algumas considerações, referindo que
para ser competitivo, Portugal deve reduzir a carga fiscal e
continuar a apostar na requalificação do fator humano, para além
apelar à poupança.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Dez/2017)