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Academia, 11.10.2017
UMinho inaugurou Instituto para a Bio Sustentabilidade
UMinho
Projetado há já 10 anos, o Instituto de Ciência e Inovação para a Bio Sustentabilidade da Universidade do Minho (IB-S) nasceu de uma parceria entre o Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), representados respetivamente pelos professores Cândida Lucas e Paulo Lourenço.

Inaugurado no passado dia 11 de outubro, no campus de Gualtar, em Braga, a cerimónia oficial juntou no auditório A1, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, o presidente da CCDR-N, Fernando Freire de Sousa, e o reitor António Cunha.

A nova unidade de investigação da UMinho custou cerca de nove milhões de euros, sendo que 5,8 milhões vieram dos apoios comunitários (ON.2, QREN e FEDER), 2,3 milhões foram investimento da própria Universidade e mais de meio milhão veio de projetos competitivos ganhos pelos investigadores ligados ao projeto.

"Estamos aqui para comemorar o sucesso de uma ideia". Foi assim que António Cunha se dirigiu ao imenso público presente, expondo que foi uma "ideia difícil de implementar, sobretudo porque era uma ideia difícil de princípio. Mas uma ideia que a força, o querer e o acreditar tornou possível".

Conceitos como economia circular, economia azul, economia marinha, os desafios da área do ambiente "eram ideias simpáticas, mas que poucos acreditavam", apesar disso a UMinho acreditou "acreditamos que o futuro era assim que teria de ser construído", asseverando o responsável da UMinho, o enorme orgulho na ideia, no projeto e na comemoração feita com a inauguração.

Segundo António Cunha, o segredo para o sucesso da ideia "foi a concentração de atores", a nível interno, entre os colegas de diferentes áreas, mas também a nível externo, com a articulação com as empresas e organismos, através da troca de ideias, de forma a convergir para a realidade que é hoje o IB-S.

O projeto está localizado em dois edifícios, um no polo de Braga e outro no polo de Guimarães. A valência de Braga acolhe laboratórios para ciências biológicas, biodiversidade, biotecnologia e ecologia, enquanto a valência de Guimarães centra-se nas ciências dos materiais, produção e gestão de energia, sensores, conservação e reabilitação do ambiente construído. Os imóveis são energicamente eficientes e têm aspeto arrojado, respetivamente um cubo de arestas curvas, desenhado por António Fontes e um bloco verde "perfurado" por nanotubos de carbono idealizado por Cláudio Vilarinho.


O IB-S quer colocar a ciência ao serviço de um modelo de vida sustentável e com maior qualidade nos ambientes construído e natural. Vai também contribuir para criar spin-offs, promover formação pós-graduada e difundir conhecimento, em conjunto com empresas, autarquias, associações, particulares e unidades científico-tecnológicas.

Algumas destas ideias foram defendidas por Manuel Heitor que realçou o exemplo que é o IB-S e a UMinho no esforço coletivo para a sustentabilidade, contribuindo através da ciência e da inovação, associada à criação de emprego qualificado e à formação de jovens e adultos, referindo que o projeto "vem reforçar a noção da coprodução e da codifusão do conhecimento". Sublinhando que o projeto mostra o que se deve fazer em relação ao ensino, "deve ser sempre em colaboração com a atividade científica e a atividade empresarial".

Para o ministro, o IB-S leva-nos a pensar na "necessidade contínua e crescente" de reformularmos o ensino, salientando que Portugal "não tem estudantes, nem cursos a mais, tem sim estudantes a menos" (apenas 4 em 10 jovens de 20 anos participam no ensino superior), renovando a ideia que é preciso um esforço de ensinar mais, de alargar as bases do ensino "que devem passar por experiências como as do IB-S", sobretudo pela reformulação contínua das áreas de ensino, dando o exemplo da Engenharia Civil, uma das áreas mais afetadas pela crise económica.

Também José Mendes destacou a importância e pertinência do IB-S, sublinhando que "as questões do ambiente hoje estão colocadas ao mais alto nível". Colocando o Projeto como um bom exemplo do que deve ser feito, o qual conseguiu conciliar, pessoas, universidade, empresas e instituições europeias. O governante deixou ainda um repto "o desafio do IB-S é trazer a dimensão social ao projeto", sublinhando que este deve incluir as ciências socias.

O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente anunciou, ainda, que todas as instituições de ensino superior em Portugal vão ter áreas de carregamento para veículos elétricos.

No final, os responsáveis descerraram uma placa alusiva à inauguração do IB-S e visitaram as instalações do edifício do polo de Braga.

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves

(Pub. Out/2017)

Arquivo de 2017