Inaugurado no passado dia 11 de outubro, no campus de
Gualtar, em Braga, a cerimónia oficial juntou no auditório A1, o
ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor,
o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, o
presidente da CCDR-N, Fernando Freire de Sousa, e o reitor
António Cunha.
A nova unidade de investigação da UMinho custou cerca de
nove milhões de euros, sendo que 5,8 milhões vieram dos apoios
comunitários (ON.2, QREN e FEDER), 2,3 milhões foram investimento
da própria Universidade e mais de meio milhão veio de projetos
competitivos ganhos pelos investigadores ligados ao projeto.
"Estamos aqui para comemorar o sucesso de uma ideia". Foi
assim que António Cunha se dirigiu ao imenso público presente,
expondo que foi uma "ideia difícil de implementar, sobretudo
porque era uma ideia difícil de princípio. Mas uma ideia que a
força, o querer e o acreditar tornou possível".
Conceitos como economia circular, economia azul, economia
marinha, os desafios da área do ambiente "eram ideias simpáticas,
mas que poucos acreditavam", apesar disso a UMinho acreditou
"acreditamos que o futuro era assim que teria de ser construído",
asseverando o responsável da UMinho, o enorme orgulho na ideia,
no projeto e na comemoração feita com a inauguração.
Segundo António Cunha, o segredo para o sucesso da ideia
"foi a concentração de atores", a nível interno, entre os colegas
de diferentes áreas, mas também a nível externo, com a
articulação com as empresas e organismos, através da troca de
ideias, de forma a convergir para a realidade que é hoje o IB-S.
O projeto está localizado em dois edifícios, um no polo de
Braga e outro no polo de Guimarães. A valência de Braga acolhe
laboratórios para ciências biológicas, biodiversidade,
biotecnologia e ecologia, enquanto a valência de Guimarães
centra-se nas ciências dos materiais, produção e gestão de
energia, sensores, conservação e reabilitação do ambiente
construído. Os imóveis são energicamente eficientes e têm aspeto
arrojado, respetivamente um cubo de arestas curvas, desenhado por
António Fontes e um bloco verde "perfurado" por nanotubos de
carbono idealizado por Cláudio Vilarinho.
O IB-S quer colocar a ciência ao serviço de um modelo de
vida sustentável e com maior qualidade nos ambientes construído e
natural. Vai também contribuir para criar spin-offs, promover
formação pós-graduada e difundir conhecimento, em conjunto com
empresas, autarquias, associações, particulares e unidades
científico-tecnológicas.
Algumas destas ideias foram defendidas por Manuel Heitor que
realçou o exemplo que é o IB-S e a UMinho no esforço coletivo
para a sustentabilidade, contribuindo através da ciência e da
inovação, associada à criação de emprego qualificado e à formação
de jovens e adultos, referindo que o projeto "vem reforçar a
noção da coprodução e da codifusão do conhecimento". Sublinhando
que o projeto mostra o que se deve fazer em relação ao ensino,
"deve ser sempre em colaboração com a atividade científica e a
atividade empresarial".
Para o ministro, o IB-S leva-nos a pensar na "necessidade
contínua e crescente" de reformularmos o ensino, salientando que
Portugal "não tem estudantes, nem cursos a mais, tem sim
estudantes a menos" (apenas 4 em 10 jovens de 20 anos participam
no ensino superior), renovando a ideia que é preciso um esforço
de ensinar mais, de alargar as bases do ensino "que devem passar
por experiências como as do IB-S", sobretudo pela reformulação
contínua das áreas de ensino, dando o exemplo da Engenharia
Civil, uma das áreas mais afetadas pela crise económica.
Também José Mendes destacou a importância e pertinência do
IB-S, sublinhando que "as questões do ambiente hoje estão
colocadas ao mais alto nível". Colocando o Projeto como um bom
exemplo do que deve ser feito, o qual conseguiu conciliar,
pessoas, universidade, empresas e instituições europeias. O
governante deixou ainda um repto "o desafio do IB-S é trazer a
dimensão social ao projeto", sublinhando que este deve incluir as
ciências socias.
O secretário de Estado Adjunto e do Ambiente anunciou,
ainda, que todas as instituições de ensino superior em Portugal
vão ter áreas de carregamento para veículos elétricos.
No final, os responsáveis descerraram uma placa alusiva à
inauguração do IB-S e visitaram as instalações do edifício do
polo de Braga.
Texto: Ana Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Out/2017)