Encerrando um dia dedicado à aproximação dos estudantes da
Escola de Economia e Gestão (EEG) ao mercado de trabalho, os
quais foram alertados para as competências que lhes são
requeridas, a mesa redonda teve como foco a criatividade, mais
propriamente submetida ao tema «A criatividade tem futuro?», ao
qual Katja Tschimmel respondeu que "todos somos criativos, caso
contrário, já estaríamos mortos". Para a diretora da MindShake -
Consultancy and Training of Creativity and Design Thinking, é
preciso desmitificar o conceito de criatividade para, então,
ultrapassarmos as dificuldades próprias de qualquer processo
criativo. No seu entender, a criatividade é algo tão simples como
criar, devolvendo a pergunta à plateia: "quando é que nós temos
as melhores ideias?"
Pedro Abrunhosa corrobora a opinião da colega de painel,
afirmando que, ser criativo é "transformar um status quo em algo
novo". Nas palavras do músico, a criatividade é como uma "fuga",
uma "metamorfose". Concordando também com Katja Tschimmel, sobre
o facto de todos sermos criativos, e indo até mais longe, defende
que a "criatividade distingue-nos dos animais", ela consiste na
nossa "capacidade de projectar". Abrunhosa realça ainda que, a
criatividade não é algo só dos criativos artísticos, conseguindo
vários risos do público durante a sua
intervenção.
Já Filipe Macieira admite que, ao longo da sua vida, passou por diversos processos criativos, no entanto, nunca tinha refletido sobre esta questão da criatividade e, muito provavelmente, não se consideraria uma pessoa criativa se lhe perguntassem. Para o jovem empresário, ser criativo é "pensar fora da caixa". Filipe afirma ter desenvolvido importantes soft skills durante a adolescência, quando ajudava familiares nos meses de Verão, e, desde cedo, estabeleceu uma rede de contactos que viria a facilitar o networking quando chegado à universidade.
Segundo este, na LETRA, existem poucos colaboradores, mas
todos fazem "um pouco de tudo", formando uma equipa
multidisciplinar. O objectivo desta marca de cerveja artesanal é
que o consumidor aprenda sobre o produto à medida que consome. À
pergunta "a criatividade é importante no contexto de trabalho?",
Filipe responde sem hesitar: "as empresas precisam da
criatividade para se diferenciarem no mercado!".
Pedro Abrunhosa lembra que muitas empresas em Portugal ainda não estão vocacionadas para soluções criativas e que um criativo "também tem métodos". O músico português mostrou, inclusive, ao público o estúdio onde trabalha diariamente, em Vila Nova de Gaia.
A mesa redonda terminou com uma atuação de Pedro Abrunhosa, brindando um auditório repleto de estudantes dos 1º e 2º ciclos da EEG. O músico acabaria por descer do palco, e interagir diretamente com os cerca de 600 estudantes presentes.
Para além da mesa redonda, a "EEG Business Day" contou com sessões paralelas a cargo de elementos das empresas Sonae, Bosch Car Multimédia, Primavera, Deloitte, EDP Renováveis, Calzedonia, DST, F3M, Ernst & Young, KPMG, PwC, Conceito, Grupo Your, Infineon e Mazars, bem como "job sessions", nas quais foram explorados temas como o mercado, os processos de recrutamento e o que procuram as empresas nos futuros profissionais.
Texto: Rita Maia
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Nov/2017)