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Academia, 07.11.2017
«É o jornalismo que está a ser julgado», diz a Press-officer da Amnistia Internacional em Portugal
UMinho
À luz da repressão contra os media e contra os defensores dos Direitos Humanos, entre os quais está incluído o presidente da Amnistia Internacional na Turquia, Taner Kiliç, o núcleo de Braga da Amnistia Internacional e o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho reuniram-se para falar sobre a liberdade de expressão na Turquia.

O evento decorrido no passado dia 2 de novembro, na sala de atos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho (ICS), contou com Dulce Furtado, Press Officer da Amnistia Internacional em Portugal e com Luís Santos, Professor do ICS, no papel de moderador, contando na assistência com estudantes dos cursos de Ciências da Comunicação, mas também, de Sociologia, de Ciência Política e de Relações Internacionais.

Dulce Furtado contou que o cerco à liberdade de expressão e dosmediana Turquia não é recente, uma vez que este ?cerco? tem sido apertado desde 2010 e acentuado durante o último ano, «sob a influência do regime de Erdogan», afirma. Segundo alguns dados, 120 jornalistas estão presos, revelando apress officer, que a palavra «notícia» surge 800 vezes nas acusações feitas a estes profissionais, tal como se noticiar fosse um crime, e apelida de «purga» o que está a acontecer na Turquia. Perante tudo isto, não é de admirar que a Turquia seja o Estado-membro do Conselho da Europa com o maior número de violações dos Direitos Humanos, alerta Dulce Furtado.

No que respeita à Amnistia Internacional em si, quer o Presidente da organização na Turquia, quer a Diretora Executiva da organização, Taner Kiliç e Idil Eser respectivamente, estão acusados de pertencer a um grupo terrorista.

Decorrida no Dia Internacional pelo fim da Impunidade dos Crimes contra os jornalistas, no final da palestra, os presentes puderam ainda assinar uma petição pela liberdade de Taner Kiliç que foi disponibilizada pela organização do evento e pela Amnistia Internacional de Portugal.

De ressalvar que a Turquia se tem revelado um Estado incumpridor de quase todos os requisitos democráticos, como a liberdade de expressão e a separação de poderes, e que, no contexto europeu, tem tentado recusar refugiados, embora se tenha comprometido a recebê-los ao vincular-se voluntariamente por via de tratados.

Texto e Fotografia: Rute Maia 

(Pub. Nov/2017)

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