Esta distinção
reconhece anualmente os melhores trabalhos desenvolvidos por
investigadores e estudantes da área do Direito que contribuam
para um aprofundamento da cidadania europeia. A futura jurista de
25 anos venceu na categoria "Formação" ao propor avaliar de que
forma a legislação europeia tem ajudado a pôr fim à discriminação
decorrente da etnia e nacionalidade.
A igualdade perante a lei e a proteção contra a discriminação
para todas as pessoas é um direito universal reconhecido em
diversos instrumentos jurídicos de Direito Internacional dos
Direitos Humanos. No caso da União Europeia (UE), esses direitos
ganham especificidade, consoante a realidade contemporânea,
através da implementação de diretivas, como a diretiva
2000/43/CE, que foi adotada pelos Estados-membros com o objetivo
de defender o princípio da igualdade de tratamento entre as
pessoas, sem distinção de origem racial ou
étnica.
Etnia cigana
é uma das mais discriminadas na UE
Relatórios da Comissão Europeia, em 2006 e 2014, permitiram
analisar os contributos desta diretiva na promoção da igualdade,
os obstáculos enfrentados na interpretação de alguns conceitos
[discriminação direta, indireta e ações positivas], bem como
identificar os grupos étnicos que mais sofrem com as práticas
discriminatórias, como é o caso dos indivíduos ciganos.
Nesse sentido, destaca-se o recente acórdão do Tribunal de
Justiça da UE num processo sobre o abastecimento de eletricidade
a uma comunidade cigana na Roménia, criando jurisprudência ao
apresentar uma nova perspetiva de interpretação, nomeadamente na
possibilidade de uma discriminação indireta por associação. "Esta
decisão acaba, assim, por movimentar todo o aparato jurídico da
UE e dos seus Estados-membros, no sentido de concretizar o
princípio da igualdade de tratamento entre as pessoas, desafiando
o atual contexto em que a discussão sobre a cidadania europeia
ganha novos contornos perante o intenso fluxo migratório e as
consequentes questões relacionadas com o multiculturalismo, a
identidade cultural, a integração social e a segurança nacional",
realça Mariana Boçon.
"Receber o Prémio Europeu Professor António de Sousa Franco é
gratificante e um grande incentivo para continuar a vida
académica com maior disposição, contribuindo para que a
investigação na área do Direito seja cada vez mais uma troca de
saberes que transpassa o tempo e o espaço", afirma a jovem
licenciada em Direito pela Universidade de Brasília (Brasil), de
onde é natural.
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(Pub. Jun/2017)