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Academia, 28.03.2017
Ministro do Trabalho afirmou combate à pobreza infantil
UMinho
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, esteve na Universidade do Minho (UMinho), no passado dia 21 de março para falar sobre "Pobreza Infantil: Que Prioridades para as Políticas Públicas?", uma conferência organizada pela Escola de Economia e Gestão (EEG) que reconheceu em si, que teria algo a dizer sobre a temática e sobre as prioridades das políticas públicas.


Pedro Camões, vice-presidente da EEG abriu a sessão, a qual contou, ainda, com a participação de Amélia Bastos, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, Isabel Soares, da Escola de Psicologia da UMinho, Adelina Paula, vereadora da Câmara Municipal de Guimarães, e Manuel Sarmento, do Instituto de Educação da UMinho. O debate que foi moderado por Sílvia Sousa, professora da EEG.

Foram várias as garantias que o ministro, Vieira da Silva deixou no decorrer do debate, salientando-se o combate à pobreza infantil através de um maior apoio às crianças até aos 36 meses e tentar melhorar a rede pré-escolar.

Para além do ministro, entre os vários especialistas presentes, as opiniões e sugestões de melhoria, em relação ao problema, foram muitas. A professora Amélia Bastos apresentou algumas estatísticas sobre Pobreza Infantil no nosso país, referindo que "as crianças são o grupo etário que regista uma maior intensidade da pobreza monetária", variante que quase todos acabaram por focar, pois a pobreza monetária, como foi salientado, acaba por levar a outros tipos de pobreza, sendo as crianças as que mais sofrem com isso.

Tanto o ministro, como os restantes intervenientes na mesa redonda, evidenciaram que a pobreza das famílias e consequentemente das crianças tem vindo a agravar-se nos últimos anos e, mais especificamente desde a entrada da Troica no nosso país, altura após a qual, e como afirmou Vieira da Silva "houve um retrocesso e uma redução nas políticas sociais", causando um agravamento das condições económicas das famílias, mas, segundo este, o governo atual tem vindo a combater com politicas de combate às desigualdades e à diminuição da pobreza. Sublinhando que "quando falamos de pobreza infantil, falamos do futuro da nossa sociedade", garantindo que "Não sei se vamos erradicar a pobreza infantil sem erradicar a pobreza em geral, mas temos mesmo que criar as melhores condições para quebrar o ciclo geracional da pobreza - essa é uma ambição da qual não podemos desistir" disse.

Com vários programas de apoio às crianças, principalmente direcionados às mais desfavorecidas, a vereadora da Câmara Municipal de Guimarães mostrou que a sua cidade tem sido um bom exemplo no apoio às crianças com necessidade económicas e em risco de pobreza e exclusão social, declarando que Guimarães será candidata a "Cidade amiga das Crianças".

Para Isabel Soares, o tema põe na "mesa" problemáticas "muito complexas", salientando que a investigação tem provado haver "relação entre a pobreza e o desenvolvimento social", garantindo que a pobreza "não é só um problema económico, mas multicomportamental".

Já Manuel Sarmento, reforçou na sua intervenção que a pobreza tem vindo a "aumentar" e não a "diminuir"como era pedido e foi proposto, ainda por António Guterres quando era primeiro ministro de Portugal, assegurando que "para se acabar com a pobreza das crianças tem que se acabar com a pobreza dos pais". O especialista deixou, ainda no ar, a ideia de se criar um "observatório da infância" em Portugal, expondo que é necessária uma estratégia global de combate à pobreza, uma estrutura que assegure esse combate.

Texto: Ana Marques

Fotografia: Nuno Gonçalves


(Pub. Mar/2017)

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