Pedro Camões, vice-presidente da EEG abriu a sessão, a qual contou, ainda, com a participação de Amélia Bastos, do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, Isabel Soares, da Escola de Psicologia da UMinho, Adelina Paula, vereadora da Câmara Municipal de Guimarães, e Manuel Sarmento, do Instituto de Educação da UMinho. O debate que foi moderado por Sílvia Sousa, professora da EEG.
Foram várias as
garantias que o ministro, Vieira da Silva deixou no decorrer do
debate, salientando-se o combate à pobreza infantil através de um
maior apoio às crianças até aos 36 meses e tentar melhorar a rede
pré-escolar.
Para além do
ministro, entre os vários especialistas presentes, as opiniões e
sugestões de melhoria, em relação ao problema, foram muitas. A
professora Amélia Bastos apresentou algumas estatísticas sobre
Pobreza Infantil no nosso país, referindo que "as crianças são o
grupo etário que regista uma maior intensidade da pobreza
monetária", variante que quase todos acabaram por focar, pois a
pobreza monetária, como foi salientado, acaba por levar a outros
tipos de pobreza, sendo as crianças as que mais sofrem com isso.
Tanto o ministro,
como os restantes intervenientes na mesa redonda, evidenciaram
que a pobreza das famílias e consequentemente das crianças tem
vindo a agravar-se nos últimos anos e, mais especificamente desde
a entrada da Troica no nosso país, altura após a qual, e como
afirmou Vieira da Silva "houve um retrocesso e uma redução nas
políticas sociais", causando um agravamento das condições
económicas das famílias, mas, segundo este, o governo atual tem
vindo a combater com politicas de combate às desigualdades e à
diminuição da pobreza. Sublinhando que "quando falamos de pobreza
infantil, falamos do futuro da nossa sociedade", garantindo que
"Não sei se vamos erradicar a pobreza infantil sem erradicar a
pobreza em geral, mas temos mesmo que criar as melhores condições
para quebrar o ciclo geracional da pobreza - essa é uma ambição
da qual não podemos desistir" disse.
Com vários programas
de apoio às crianças, principalmente direcionados às mais
desfavorecidas, a vereadora da Câmara Municipal de Guimarães
mostrou que a sua cidade tem sido um bom exemplo no apoio às
crianças com necessidade económicas e em risco de pobreza e
exclusão social, declarando que Guimarães será candidata a
"Cidade amiga das Crianças".
Para Isabel Soares,
o tema põe na "mesa" problemáticas "muito complexas", salientando
que a investigação tem provado haver "relação entre a pobreza e o
desenvolvimento social", garantindo que a pobreza "não é só um
problema económico, mas multicomportamental".
Já Manuel Sarmento,
reforçou na sua intervenção que a pobreza tem vindo a "aumentar"
e não a "diminuir"como era pedido e foi proposto, ainda por
António Guterres quando era primeiro ministro de Portugal,
assegurando que "para se acabar com a pobreza das crianças tem
que se acabar com a pobreza dos pais". O especialista deixou,
ainda no ar, a ideia de se criar um "observatório da infância" em
Portugal, expondo que é necessária uma estratégia global de
combate à pobreza, uma estrutura que assegure esse combate.
Texto: Ana
Marques
Fotografia: Nuno Gonçalves
(Pub. Mar/2017)